Existe uma conexão entre mães e filhos inexplicável. É como se mãe tivesse uma espécie de sexto sentido, um sensor materno, um cordão umbilical invisível, que a faz sentir o que o filho está passando, sentindo, vivendo.
Mas agora elas ganharam um reforço: as redes sociais! Minha mãe, por exemplo, está em todas as redes onde tenho perfis: Whatsapp, Facebook, Twitter, Instagram, Snapchat, Google +, etc. O engraçado é que ela me manda um “oi” no Whats; se eu não responder, ela manda no G-talk, senão, no Facebook, e assim sucessivamente até eu dar sinal de vida. Além disso, a maioria das minhas marcações vem dela, mensagens de “bom dia” no grupo da família, inbox com memes engraçados, etc. Chega a ser cômico, mas é a forma que encontramos, em meio à correria da vida, de permanecermos juntas.
Fico imaginando Maria Santíssima quando Jesus começou sua vida pública. Maria não O acompanhava em tudo, às vezes recebia informações Dele quando alguém lhe contava. Acho que se existisse um live no Youtube, ela ficaria acompanhando cada passo Dele. Mas a ligação entre os dois superava a distância:
Diz São Bernardo de Claraval:
“Verdadeiramente, ó santa Mãe, uma espada transpassou tua alma. Aliás, somente transpassando-a, penetraria na carne do Filho. De fato, visto que o teu Jesus – de todos certamente, mas especialmente teu – a lança cruel, abrindo-lhe o lado sem poupar um morto, não atingiu a alma dele, mas ela transpassou a tua alma. A alma dele já ali não estava, a tua, porém, não podia ser arrancada dali. ”
Quando o coração de Jesus foi transpassado, foi Maria que sentiu a dor da lança em sua alma. Quão íntima e profunda era a relação deles!
Em outra situação, nas Bodas de Caná, diante do pedido de Maria para ajudar os noivos com o vinho que havia acabado, Jesus responde que não havia chegado a sua hora. E ela fala aos serviçais: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (João 2,5). Maria não argumenta nem tenta rebater a afirmação de Jesus. Gosto de pensar no olhar que Ela lançou para Ele naquele momento. Não sei você, mas só de olhar nos olhos de minha mãe consigo compreender o que ela quer, e, muitas vezes, o que se passa no seu coração, na sua mente. Com certeza, entre Jesus e Maria a conexão foi (e é) dessa forma, até porque, como a gente já sabe, logo Ele se levantou e realizou seu primeiro milagre.
Jesus, em sua infinita bondade, presenteou-nos com Sua Mãe. Que grande honra poder chamá-la também de minha Mãe, vocativo que só ele poderia usar para referir-se a ela. Por meio de João, Ele “a conectou” a nós, e nós a Ela: Mulher, eis aí teu filho (Jo 19,26).
Não conseguimos lhe mandar um whats, mas nos conectamos a ela depositando em Suas mãos as nossas vidas para que, por meio delas, Jesus as receba. E em cada terço, rosário, ofício rezado, é como se alcançássemos ainda mais o seu coração.
Já com a nossa mãe terrena, que as conexões se multipliquem, que os beijos em formato de emoticons se transformem em mais beijos e abraços ao vivo. Que os “eu te amo” enviados em gifs e posts do Facebook sejam demonstrados em atos. Que nossos olhares estejam interligados e que o meu coração possa, de alguma forma, retribuir, pelo menos uma parte, o amor que durante toda a vida ela me deu.
Procurando mais conexões.
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