Não poderíamos finalizar o mês missionário sem falar em missão, ainda mais neste tempo atípico e desafiante no qual estamos. Então o que aprendemos sobre ser missionário mesmo em meio a tantas limitações? A pandemia nos deixou impossibilitados de muitas coisas, desde ir buscar o pão na padaria a realizar atividades mais importantes, como ir para o serviço. Por fim fomos privados também do essencial, que é servir-nos dos sacramentos e a nossa missão com a evangelização. No início chegamos a pensar que a missão poderia se estagnar, mas Deus nos inseriu em um tempo novo, em uma dinâmica nova, percebemos então que a evangelização não pode parar.
Como exemplo de um coração que pulsa missionariedade, temos Santa Teresinha do Menino Jesus, que em sua autobiografia diz:
“…quereria iluminar as almas como os Profetas, os Doutores, sentia a vocação de ser Apóstolo… Queria ser missionário, não apenas durante alguns anos, mas queria tê-lo sido desde o princípio do mundo e continuar até à consumação dos séculos.”
Poderíamos até pensar que o desejo ardente do coração desta grande santa, era impossível para sua vocação, já que vivia na clausura do Carmelo e sendo uma só não poderia abraçar todas as vocações. Porém não é esse o anseio de um coração inflamado de amor? Não quer ele sempre dar mais, mais e mais, pois tudo parece pouco ou nada?
O amor que impelia Teresinha ultrapassava até mesmo sua vocação. Não tenho dúvida que este é o desejo de Jesus para nós. Quando ela se deu conta dos grandes desejos do seu coração, entendeu que não poderia abraçar tudo, mas se aprendesse a viver apenas com uma virtude, ela seria tudo! O amor. É o amor que nos impele a desejar sempre mais, a não achar suficiente o que já fizemos, a não parar na primeira dificuldade, na primeira barreira que nos impede de ir para missão. O amor faz com que o obstáculo seja um doce artifício para que eu me doe mais.
Santa Teresinha nos ensina que estar “preso” não é impedimento para ser missionário e muito menos não cumprir nossa missão. Pois ela está no hoje, está no rosto pelos quais intercedo, nas vigílias que me custam o sono e o cansaço, na renúncia em não ver o filme ou a série que gosto para gastar tempo evangelizando na internet, por meio de uma live ou pessoa a pessoa. Teresinha ainda nos ensina que a nossa missão é descoberta e vivida na medida em damos mais a Deus e quando ousamos em pedirmos sempre mais. Peçamos então a ajuda dessa grande amiga de Deus, que ela nos ajude a ter um coração abrasado primeiramente por Jesus e consequentemente para missão, pois pouco ou nada fizemos.
Cíntia Oliveira