O retiro, que todos os anos aprofunda os mistérios da paixão, morte e ressurreição de Cristo, contou com ampla participação dos membros da Comunidade Shalom em Sobral, que atuam em dez localidades na região norte do Estado.
Lucas Martins, 21, da irradiação de Forquilha, participou do retiro online junto com a família
Devido à Pandemia do novo Coronavírus, a Comunidade Católica Shalom viveu o tradicional retiro de Semana Santa de uma forma diferente. Pela primeira vez, toda a programação do evento foi realizada Online, com transmissão pelo Youtube diretamente de Fortaleza-CE. O retiro, que todos os anos aprofunda os mistérios da paixão, morte e ressurreição de Cristo, contou com ampla participação dos membros da Comunidade Shalom em Sobral, que atuam em dez localidades na região norte do Estado.
O retiro teve início já no Domingo de Ramos (05/04), com transmissão da Missa dos Ramos presidida pelo Arcebispo Dom José Antônio, direto da Catedral de Fortaleza. Na sequência, houve um momento de pregação com o fundador da Comunidade Católica Shalom, Moysés Azevedo. A programação do Retiro de Semana Santa retornou na Quinta-feira Santa, dia 9, e teve encerramento na tarde do Domingo da Páscoa, 12/04, contando com momentos de pregação, oração e motivações de acordo com a liturgia de cada dia santo, e também adoração ao Santíssimo Sacramento. Os atos litúrgicos também foram transmitidos, diretamente da Catedral de Fortaleza e da capela Manjedoura da Paz.
A cada dia, era motivado que cada participante pudesse preparar sua casa para favorecer a vivência de cada momento. Para Samara Silva, 27, membro da Obra Shalom da irradiação de Morrinhos, enfeitar sua casa na simplicidade, mas com muito amor e esperança, foi como se o próprio Deus visitasse seu lar. “Para mim o retiro foi maravilhoso, já que estamos passando por esse momento de tribulações por conta do coronavírus. As transmissões foram uma forma de estarmos mais perto de Deus e da Igreja, como também vivermos melhor essa Semana Santa em nossa casa por meio da tecnologia, mostrando aos nossos familiares a importância desse tempo especial em nossa vida”.
A melhor Semana Santa da minha vida
Para o missionário da Comunidade de Aliança Anderson Pereira dos Santos, 24, que atua na irradiação de Santana do Acaraú, participar pela primeira vez de um retiro online foi algo inusitado mas surpreendente. “Estando em casa, existem sim muitas dispersões, mas busquei ao máximo viver tudo que a Comunidade me proporcionou nesses dias, afinal, Deus queria me resgatar novamente e essa decisão só eu poderia tomar. E como Ele falou, como Ele fez! Tudo nesse retiro me proporcionou viver a melhor Semana Santa da minha vida”, partilha o missionário. Ele acredita que o momento de crise enfrentado pelo mundo serve de palco para aguçar a fé e crescer no amor a Deus a partir do irmão.
“Sou grato a todos da Comunidade, que de uma forma direta ou indireta fizerem todo esse conteúdo chegar até nós, que Deus os recompense. Posso afirmar que Deus certamente me surpreendeu e em meu coração só há uma resposta a tanto amor assim: gratidão! Ele me alcançou e se fez paz dentro de mim”, completa Anderson.
Pedagogia salvífica de Deus
Mesmo com receio de não conseguir viver bem o retiro online, o discípulo da Comunidade de Aliança Wellington Dourado, 20, missionário da irradiação de Alcântaras, avalia que as ausências, a rotina modificada, as perdas e o isolamento deram um novo sentido a essa Santa Semana. “Primeira coisa que se passou dentro do meu coração ao pensar em um retiro online foi, sem dúvidas, o medo de não conseguir viver bem e consequentemente, não aprofundar devidamente os mistérios que iríamos celebrar, pois estava acostumado a todo movimento exterior de retiros e celebrações presenciais. Mas na verdade, fazia parte da pedagogia salvífica de Deus permitir que o exterior fosse tirado, para que o Mistério fosse celebrado no interior, lá onde Deus habita em mim”, reflete.
Para Wellington, o retiro proporcionou uma experiência de íntima união com Cristo. “Essa foi a experiência desses dias: Deus habita em mim e, no altar da minha vida, eu posso celebrar o Seu Mistério de Amor. Em meio a essa realidade, o brado da Ressurreição se fez mais forte. É como se vivêssemos o mistério do Sepulcro, que aos olhos humanos parece uma tragédia, o fim, mas pela fé torna-se sinal da ressurreição, grita para nós que o Amor venceu toda morte e todo desespero. Foi renovada a certeza que Cristo vive em mim e nem mesmo a dor, o isolamento, as calamidades e o sofrimento podem mudar essa verdade!”.
“Deus quis que nós vivêssemos essa Semana Santa em família, na Igreja doméstica, na nossa casa”
“‘Qual foi a última vez que juntos participamos da Santa Missa? Qual foi a última vez que rezamos juntos?’ Perguntas como essas me cercavam e me fizeram refletir, até mesmo acerca da minha missão como Comunidade de Aliança, de ser ‘Sal da terra, e Luz do mundo’, primeiro em casa. Assim fizemos, não nos paralisamos por não podermos viver como todos os anos na Igreja, ou por não termos a melhor televisão para a transmissão, ou tantas outras dificuldades que sim surgiram e poderiam nos desanimar, mas nós nos decidimos e como família vivemos”, comenta o missionário da Comunidade Aliança, Lucas Martins, 21, da irradiação de Forquilha. Ele enfatiza que a oração em família tem poder e que é, sim, possível fazer de cada lar uma Igreja.
“Deus quis que nós vivêssemos essa Semana Santa assim, em família, na Igreja doméstica, na nossa casa, na simplicidade do ambiente, mas com o coração unido a Jesus a cada momento que Ele vivia. Sempre acreditei que o testemunho de uma família que reza junta alcança a muitos, porta e janelas não estavam fechadas, e por isso não foram poucos os olhares das pessoas que na rua passavam e nos viam assim, de pé, quando o Evangelho de cada dia era proclamado, com o braço erguido no terço da misericórdia proclamando ‘Deus santo, Deus forte, Deus imortal’, de joelhos para a Adoração ao Santíssimo, rezando e meditando a Via Sacra, beijando a Cruz na celebração, anotando do caderno ou guardando no coração as palavras das pregações. Provamos juntos da alegria de pertencer a Deus, provamos juntos de Deus que é Pai e conhece as nossas necessidades, as portas da providência se abriram como nunca em nossa família”, testemunha Lucas.
Vocacionada da irradiação de Morrinhos, Ana Lorena, 19, sentia desde o primeiro dia do retiro que Deus ia transformando várias coisas em sua vida e na sua família. “Fazia muito tempo que a gente não rezava o terço juntos ou sequer assistia uma missa com a família toda reunida, e apesar de estarmos vivendo em uma realidade totalmente diferente do que estamos acostumados, isso fez com que voltássemos para dentro de nossas casas, rezando junto da família, assistindo a missa todos os dias e isso nos aproximou muito. Vivemos em uma geração que prioriza tudo, menos Deus. E de certa forma, isso ter acontecido, fez com que muitas pessoas percebessem que sem Deus, não somos nada. Cada palavra dita na pregação, adoração ao Santíssimo, intercessão pelos enfermos, aquilo tudo foi uma coisa indescritível. Foi único. Foi forte. Um dos melhores retiros da minha vida, pude sentir Deus presente em todos os momentos. Deus fez muito nesse retiro”, afirma a jovem.
“Do mal que há em nós, Ele tira um bem maior”
Foi a primeira vez que a vocacionada Mirela Tabosa, 24, particiou do retiro de Semana Santa, diretamente da irradiação de Cariré. Mesmo sendo online, ela diz ter sido uma experiência de ressurreição. “Durante esse tempo vivendo toda essa realidade virtual percebi que não há barreiras para a graça de Deus. Vivemos, mesmo distantes fisicamente, a graça da unidade com Cristo pois Este sempre está no meio de nós, a unidade com o carisma, com nossos irmãos e com a Igreja. Nós ressuscitamos juntos! Pois dentro da nossa morte, dentro da nossa reclusão, dentro da nossa escuridão, Cristo vem e desce até nós e dali, do mal que há em nós, Ele tira um bem maior. Ele nos dá a vida! Hoje, pela força de sua ressurreição, Cristo vive em nós. Nossa alegria não é confinada! Cantamos alegremente as maravilhas que o Senhor realizou durante esse retiro de semana santa. E corremos, anunciamos o Cristo vivo, cheios de esperança tendo a certeza de que Ele faz novas todas as coisas”.
Também para o membro da Obra Shalom em Morrinhos, Francisco Rafael de Lima, 28, o retiro de Semana Santa proporcionou uma experiência com a Misericórdia de Deus. “Entrei neste retiro com muitas dúvidas acerca do amor Deus por causa dos meus pecados e fraquezas, questionava-me se Ele realmente me amava. Ao meu mergulhar neste retiro, fui me sentindo muito amado e o meu coração ardia de amor e gritava: o Amor me amou! Não há palavra pra descrever o que o Amor realizou. Neste retiro tive uma profunda experiência com a Divina Misericórdia, Deus me fazia compreender que Ele não é um Deus ausente mas um Deus que se faz presente e que acolhe as minhas dores! Agradeço profundamente à Comunidade Shalom por ter proporcionado muitas graças nesse retiro”, destaca.
“Mesmo de forma online, eu pude me unir Cristo na sua paixão, morte e na sua ressurreição. No final desse caminho, não há mais pecados ou morte que possam nos vencer, porque nós ressuscitamos com o Cristo e somos transformados por essa alegria e pela força da sua ressurreição. A presença de Nossa Senhora foi de suma importância para que eu pudesse contemplar mais de perto o sacrifício e a Vitória do Cordeiro Imolado”, testemunha Francisco José, postulante da Comunidade de Aliança da irradiação de Massapê.
“Não podemos sair, mas também não podemos nos calar”
Para o missionário consagrado na Comunidade de Aliança, Fernando Albuquerque, residente na cidade de Sobral, os frutos do retiro de Semana Santa apontam para o anúncio da Ressurreição de Cristo. “Na verdade, se eu fosse resumir em uma palavra tudo que vivi nesta Páscoa, com certeza a palavra seria alegria. Alegria que Madalena sentiu ao ver o Senhor. Alegria também em anunciar aos discípulos sua ressurreição. É exatamente isso que deve ser gerado em nós, alegria que não cabe em si e transborda, anunciando assim ao mundo que ‘Cristo ressuscitou, sim, verdadeiramente ressuscitou, Aleluia!'”, partilha.
“Neste tempo de pandemia não podemos sair, mas também não podemos nos calar, utilizemos dos meios que temos para anunciar a Ressurreição de Cristo, e assim gerar naqueles que O desconhecem, a alegria de quem teve a experiência com o ressuscitado que passou pela Cruz”, finaliza.
Setor de Comunicação Shalom Sobral – Núcleo Irradiações
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