Na quarta-feira, 22, a Comunidade Católica Shalom pôde celebrar pela primeira vez a memória do santo cuja bênção, em 1980, consagrou seu nascimento: São João Paulo II. O fundador, Moysés Azevedo, em preces na Missa realizada no Governo Geral da Comunidade, em Aquiraz (CE), renovou sua oferta de vida e a dos membros do Shalom, suplicando a graça de Deus para que a oferta das feridas e chagas, nas chagas de Jesus Cristo, sejam fonte de misericórdia para o mundo.
As missões do Shalom no Brasil e em outros países celebraram o pontífice canonizado pelo Papa Francisco neste ano em Missas, momentos de oração e convivência fraterna.
“Permanecemos, Senhor, na Tua presença, contemplando Tuas chagas dolorosas e gloriosas, de onde se derramam misericórdia e paz sobre todos nós. Permanecemos na Tua presença, ao lado da Virgem Maria e ao lado de João Paulo II. Contemplamos o Pai e nos enchemos do Espírito Santo, em Ti e Contigo, renovando a oferta da nossa vida, renovando a oferta das nossas dores e alegrias, de nossas feridas e chagas, para que nas Tuas chagas elas sejam fonte, Senhor, de misericórdia para o mundo. Por isso, queremos renovar a oferta de nossa vida, diante deste altar, todos juntos, o façamos”, afirmou Moysés. Após este momento, os missionários que participavam da Missa, com preces espontâneas, renovaram o compromisso de servir a Igreja e “gastar” suas vidas em favor da evangelização, a exemplo de São João Paulo II.
O fundador pediu que, pela intercessão do santo e de Nossa Senhora, Deus derrame sobre toda a Comunidade grande onda de misericórdia, que a ultrapasse completamente e a lave de culpas e pecados. “Transforma-nos em ardorosos missionários, discípulos e ministros da Tua misericórdia, que é a nossa Paz”, suplicou.
Sob a bênção de um santo
Durante Missa celebrada no Shalom da Paz, na capital cearense, o assistente local de Fortaleza, padre Silvio Scopel, destacou a afinidade entre o Carisma Shalom e São João Paulo II, a começar pelo fato histórico que antecedeu em exatos dois anos o surgimento do Shalom.
“No início de seu pontificado, quando veio ao Brasil, em 1980, e justamente em 9 de julho, em uma missa celebrada no Castelão, João Paulo II abençoou o Moysés. Nosso fundador diz que ali houve a sua consagração. Ou seja, nós somos frutos de um casamento entre uma entrega de vida, uma oferta de vida, a do Moysés, e uma bênção sobre essa oferta, dada por João Paulo II”, afirmou.
Segundo o sacerdote, o Shalom se parece com João Paulo II, e há uma afinidade entre ele e a Comunidade, que é sua filha.
“Nós nascemos, como Shalom, sob a benção de um santo. Nossa vocação tem como alvo a santidade e não poderia ser diferente. Hoje, nos compreendemos isso mais do que antes. Temos um motivo a mais para abraçar esse alvo da nossa espiritualidade, também pelo fato de sabermos que nascemos aos pés de um santo”, continuou.
Ao propor reflexão sobre a liturgia, Padre Silvio destacou que Deus constituiu a Comunidade sua serva para abrir as portas do Reino a todos os homens e mulheres. Para isso, é necessário, segundo ele, seguir o conselho de João Paulo II: escancarar as portas do coração para Jesus.
Misericórdia, missionariedade e amor aos jovens
“Nós, que nascemos aos pés de João Paulo II, o que há de tão forte, na nossa espiritualidade que vem por influência dele? Não simplesmente porque o fundador olhou e resolveu imitá-lo, mas porque, de fato, existe afinidade espiritual. Não é João Paulo II que é Shalom, é o Shalom que é filho de João Paulo II”, explicou e apresentou três aspectos dessa afinidade:
1- A misericórdia. João Paulo II foi o apóstolo da misericórdia, profetizado por Santa Faustina. Em 2012, na Praça de São Pedro, Bento XVI falou à Comunidade Shalom por ocasião dos 30 anos de fundação, encorajando os missionários a ser alegres instrumentos do amor e da misericórdia de Deus.
2- A missionariedade. Evangelizar o homem do terceiro milênio, através de uma vida peregrina, uma vida missionária foi marca do pontificado do papa polonês. Em quase 27 anos, ele fez 109 viagens apostólicas, visitando 130 países. “Peregrino, missionário incansável, anunciador do amor e da misericórdia. Eis-nos aqui, seu filhos, incansáveis missionários do amor e da misericórdia”, afirmou padre Silvio.
3- O Amor aos jovens. O papa que criou as Jornadas Mundiais da Juventude e procurou os jovens em todos os lugares do mundo, para comunicar-lhes a glória de Deus, deixou essa herança. “Ele nos deu de presente esse amor”, destacou o sacerdote, fazendo alusão à primazia dos jovens na ação evangelizadora da Comunidade.
Emanuele Sales