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Moysés: hoje é o dia de romper com o que nos prende ao pecado e à morte

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moysésConfira na íntegra a pregação do fundador da Comunidade Católica Shalom, Moysés Azevedo, realizada no Retiro de Semana Santa, no Domingo da Ressurreição (28/03), em Fortaleza. Foi mantido o tom coloquial.

A Ressurreição de Cristo: a experiência com Jesus Vivo no meio de nós

Cristo Ressuscitou, Aleluia! Sim, verdadeiramente Ressuscitou, Aleluia!

Cristo Ressuscitou, Aleluia! Sim, verdadeiramente Ressuscitou, Aleluia!

Não parece. Não me convenceu. A mim que creio não me convenceu, imagine àqueles que seremos enviados, ao mundo necessitado da esperança da Ressurreição de Cristo. Mas, para que possamos verdadeiramente anunciar a força da Ressurreição de Cristo, nós precisamos ser alcançados por ela, precisamos do Espírito Santo. Não estranho que vocês disseram tão desanimados que Cristo Ressuscitou, porque sem o Espírito Santo, sem a força do Espírito, nós somos incapazes de proclamar Jesus Cristo como o Senhor. Por isso convido você a invocar o Espírito Santo para que Ele nos revele a força, a potência, a grandeza, a beleza de Cristo Ressuscitado.

Convido e convoco você à oração. Convido e convoco você a nos apresentar diante do Ressuscitado e pedir que Ele que está no meio de nós nos comunique a força da Sua ressurreição.

Todos os dias quando vamos para a missa, o sacerdote diz: “O Senhor esteja convosco”, e o que respondemos: “Ele está no meio de nós”. Sim, é verdade. Jesus Cristo está no meio de nós. Ele está Ressuscitado, Vivo no meio de nós, e é Ele, Ele próprio que Vivo no meio de nós deseja nos comunicar a força da Sua Ressurreição, deseja nos comunicar o Seu Espírito. Por isso, eu lhes convoco agora a nos colocarmos na presença do Ressuscitado, porque neste dia, dia este que o Senhor fez para nós, não cabe a preguiça, o comodismo, não cabe nenhum tipo de coisa que nos impeça, que nos distraia da presença poderosa e ressuscitada de Cristo no meio de nós.

Em oração repita comigo: Jesus Cristo, Tu és o Ressuscitado que passou pela cruz. Jesus Cristo, Tu estás vivo. Jesus Cristo, Tu estás no meio de nós. Alcança-nos Senhor com a força da Tua Ressurreição. Revela-nos Senhor o Teu amor, o Teu poder, a Tua misericórdia, a beleza da Tua santidade. Derrama sobre nós Jesus, do Teu coração aberto, das Tuas chagas gloriosas, derrama sobre nós Jesus o Teu amor divino, o Teu Espírito Santo, a Tua misericórdia que é eterna. Derrama Jesus o Teu Espírito sobre nós. Que o Espírito nos dê nesta tarde, Ele mesmo, a experiência com a força da Ressurreição de Cristo.

Santo Espírito, Santo Espírito, vem sobre nós (2x)
Com Teu fogo vem sobre nós (2x)

Vem Santo Espírito, acende o Teu fogo em nós (2x)
Acende o Teu fogo em nós (2x)

Santo Espírito, Santo Espírito, dá-nos Teu amor (2x)
Com Teu fogo dá-nos Teu amor (2x)

Vem Santo Espírito, acende o Teu fogo em nós (2x)
Acende o Teu fogo em nós (2x)

E o Senhor nos diz: hoje é o dia em que o mundo velho ruiu e o mundo novo nasceu. Hoje é o dia em que o homem velho foi vencido e o homem novo renasceu. Hoje é o dia da Minha misericórdia, do Meu amor. Deixai-vos, deixai-vos alcançar pelo Meu amor que tudo faz novo, que vos recria no Meu Espírito. Deixai-vos, deixai-vos alcançar pela Minha misericórdia que vos recria no Meu Espírito. Hoje é o dia da esperança, e da esperança que não decepciona, porque Eu derramei sobre vós, sobre os vossos corações, o Meu Espírito. Hoje é dia da alegria, porque toda a tristeza foi derrotada. Hoje é o dia da vida, porque a morte pereceu. Hoje é o dia. Hoje é o dia que Eu fiz para vós.

Vem Santo Espírito, acende o Teu fogo em nós (2x)
Acende o Teu fogo em nós (2x)

E agora, movidos pelo Espírito, nós podemos com fé, com ânimo, com júbilo, como testemunhas, nós podemos responder: Cristo Ressuscitou, Aleluia! Sim, verdadeiramente Ressuscitou, Aleluia!
Mais forte: Cristo Ressuscitou, Aleluia! Sim, verdadeiramente Ressuscitou, Aleluia!
Cristo Ressuscitou, Aleluia! Sim, verdadeiramente Ressuscitou, Aleluia!
Que o mundo escute: Cristo Ressuscitou, Aleluia! Sim, verdadeiramente Ressuscitou, Aleluia!

Meus queridos irmãos, isso não é simplesmente um jogral, ou um jargão a ser repetido. Isso é um grito de esperança que deve nascer na alma de todo aquele que fez, faz e refaz a experiência com o Cristo Ressuscitado, porque a força da Ressurreição de Cristo nos recria, nos faz homens novos. A força da Ressurreição de Cristo verdadeiramente destrói o pecado e o mal na nossa vida. A força da Ressurreição de Cristo recria a esperança em nós. Hoje é o dia em que o bem definitivamente venceu o mal. Hoje é o dia em que o amor definitivamente venceu o ódio. Hoje é o dia em que a verdade definitivamente venceu a mentira. Hoje é o dia da vitória de Cristo na minha vida, na sua vida, na vida do mundo, na história, em todos os tempos. Hoje é o dia em que a eternidade se estabeleceu de forma definitiva na história. Hoje é o dia em que o mundo foi recriado. Hoje é o dia da Ressurreição do Senhor! E a nossa alma, a nossa carne devia tremer, devia se alegrar, se rejubilar, e se não faz há alguma coisa de errado na nossa fé, mas isso não deve nos desesperar.
Hoje não é um dia para se viver distraído, de se estar perdido. Hoje não pode ser um dia igual a todos os outros dias, porque este dia é todo diferente. Este dia é o dia da Ressurreição do Senhor. É o dia em que a vida venceu definitivamente a morte. Este dia abriu a esperança para a nossa vida, e por isso não pode existir na nossa carne, no nosso coração, no nosso pensamento, na nossa alma, não pode existir nenhum outro brado a não ser esse: Cristo Ressuscitou, Aleluia! Sim, verdadeiramente Ressuscitou, Aleluia!

Jesus Cristo está Vivo. Uma simples frase, mas que revolucionou o mundo, a minha história e a sua história. Jesus Cristo está Vivo. Jesus Cristo está Vivo. Você ainda não entendeu? Vou repetir: Jesus Cristo, Aquele que é apenas uma figura que está ali, aquela figura é uma figura, mas só representa um fato real: Ele está Vivo. Ele está aqui. Ele está aqui, o Deus verdadeiro, único, Santo, Altíssimo, um com o Pai e com o Espírito Santo, que se fez homem, que assumiu a nossa natureza humana, a nossa fraqueza, a nossa debilidade, que enxugou as nossas lagrimas, enfrentou a morte e Ressuscitou, venceu o Mal e está aqui. Ele está no meio de nós. E você pode repetir comigo: Jesus Cristo está vivo! Mas diga com convicção, com seu olhar de fé: Jesus Cristo Está vivo!

Você sabe por que a nossa evangelização é fraca? Porque parece que não temos convicção profunda, existencial, desta verdade, desta realidade. Jesus Cristo está vivo. Ele está no meio de nós. Ele está aqui, e está aqui querendo lhe revelar ainda mais, querendo fazer com que eu e você experimentemos ainda mais a Sua potência redentora, a Sua misericórdia que é eterna. Vamos repetir juntos com convicção, como um ato de fé: Jesus está Vivo! Ele está no meio de nós e a Sua misericórdia é eterna, é sem fim. A Sua misericórdia venceu o pecado, venceu o meu pecado. Bata no seu peito e diga: “Venceu o meu pecado! Venceu a minha fraqueza! Venceu a minha incredulidade! Ele Ressuscitou! Ele está Vivo e a Sua misericórdia é eterna!”.

Meus queridos irmãos, depois de fazermos este ato de fé, porque o que fizemos nesse primeiro momento é um ato de fé, é o que nos traz aqui, é o que mudou a nossa vida: a nossa experiência com Jesus Vivo, que transformou a minha e a sua vida, e o que fizemos aqui é renovar este ato de fé, e o que deveríamos fazer todos os dias da nossa vida. Todos os dias da nossa vida, ao abrir os nossos olhos, nós não deveríamos dizer: “Ai que sono! É mais um dia”. Mas ao abrir os nossos olhos todos os dias o que deveríamos fazer não é outra coisa e que os santos nos ensinam que devemos fazer é: “Vinde Espírito Santo, e enchei o coração dos vossos fiéis”. Rezar ao Espírito Santo. Para quê? Porque o Espírito Santo é quem abre os nossos olhos para reconhecer a presença viva de Jesus, e com Jesus nos erguermos para viver cada dia da nossa vida. Para enfrentarmos os desafios, as dores, para nos rejubilarmos nas alegrias e nas esperanças de cada dia da nossa vida. Este é o ato de fé que todos os dias deve permear o nosso coração.

Mas hoje, neste grande dia da Ressurreição, quero junto com vocês aprofundarmos mais ainda esse tema da Ressurreição de Cristo e o que ele diz respeito para a nossa vida. Ontem o Padre João nos falou sobre a descida à Mansão dos Mortos. E ontem ele “convidou” o teólogo jovem Joseph Ratzinger para nos ajudar a entender a Mansão dos Mortos. Neste primeiro ponto da tarde de hoje vamos continuar naquela linha e juntos com o pensamento do então teólogo Ratzinger, o Papa Emérito Bento XVI, mas ainda quando teólogo, vamos entrar na profundidade da Ressurreição, do mistério da Ressurreição.

Vejam bem! O homem foi criado por amor e para o amor, e o amor está dentro do nosso coração. Temos necessidade de amar e de ser amado. Quem tem necessidade de ser amado? Quem tem necessidade de amar? Às vezes não compreendemos tanto isso, mas somos feitos à imagem e semelhança de Deus, e isso está inerente dentro de nós. Só que o amor com o qual nós fomos criados exige infinidade, indestrutibilidade. Queremos um amor que não passe, que seja infinito e indestrutível. Isso existe dentro de nós, dos menores aos maiores nas categorias humanas que nós fazemos. Existe esse desejo de infinidade, de indestrutibilidade, de eternidade dentro de nós, e é com verdadeiro grito: o amor requer eternidade. Entretanto, nós estamos inseridos em um mundo, como falava ontem o Padre João, em um mundo de solidão, de morte. Em um mundo aonde o poder destrutivo é presente nas nossas relações. Quantas vezes amamos e nos decepcionamos. Quantas vezes queremos amar e decepcionamos quem queremos amar. Estamos no meio de um mundo em que despreza o amor, em que o amor é vilipendiado todos os dias. Naturalmente, o ser humano que tem desejo de eternidade, que tem desejo de infinitude, de indestrutibilidade. Quem tem desejo profundo de eternidade? Quem tem desejo de um amor infinito? Eu também.

Nós que temos esse desejo de eternidade dentro de nós, o homem, o ser humano, acaba compreendendo que a sua vida não pode persistir, não pode se eternizar sozinha. Não pode. Por isso, para ele existir nesta vida e ele ter continuidade, ele precisa do outro. Para permanecer vivo na terra dos vivos ele precisa dos outros. Nesse esforço de querer eternidade, infinitude, de permanecer na terra dos vivos, ao olhar na história e na cultura dos homens, nesse esforço os homens foram tentados a conquistar a sua própria imortalidade por dois caminhos. Tirando a perspectiva do evangelho, da revelação, o homem deseja permanecer na terra dos vivos, deseja que o seu ser continue existindo de duas formas, porque como existe a morte então ele tenta se perpetuar de dois jeitos. Na história dos homens vemos exatamente isso.

Uma primeira forma nas culturas é através dos filhos. Casamo-nos, temos filhos, e o homem deseja que através da sua prole ele de alguma forma se perpetue. Ele quer existir. Em muitas culturas vemos isso, e até em algumas, quanto mais filhos é um sinal de benção e de fecundidade, e o é! Mas deseja como um desejo de eternidade, de permanecer nos filhos, e até para algumas culturas o celibato parece ser uma maldição, porque não terá filhos para você ter continuidade, e às vezes até no meio de nós mesmos, ao vermos alguém: “Ah, a pobrezinha! Não vai ter filhos, não se casou”, “ah, é estéril”. É como se a pessoa não tivesse continuidade na história, é visto como quase uma desgraça, porque o homem como se quisesse se perpetuar, que o seu ser existisse nos seus filhos. Mas é interessante: isso não sacia a sede de infinitude e de eternidade no homem, porque nos filhos só subsiste a herança de si mesmo. Não é o meu ser propriamente dito que vive nos meus filhos. É apenas o que eu consegui passar para eles, mas eu não viverei neles, e isso não é uma resposta definitiva para o desejo de eternidade dos homens.
Em outros ambientes ou de outras formas, o homem é tentado a permanecer pela fama: “Quero ser bem conhecido, bem famoso para marcar a história, para deixar um legado para que depois as pessoas possam continuar falando de mim, relembrando o meu nome”, e continuam, esperam e desejam, e constroem a sua fama pelo poder, é poderoso. Tem muito dinheiro, poder, poder politico, financeiro, porque para as futuras gerações eu poder existir de alguma forma. A fama, um grande artista nas composições que eu fiz, nas músicas, na arte que eu realizei, para que de alguma forma eu continue na história, mas isso também não corresponde à sede de infinitude e de eternidade no homem, por quê? Porque o que fica, mesmo nos homens mais poderosos e mais famosos da história, o que fica é um eco, é uma sombra. Não é ele mesmo. O homem não subsiste. O homem morre. O que fica é uma memória-sombra, uma memória-eco.

Isso nos mostra uma coisa. O desejo de imortalidade que existe dentro do homem, quando tenta se perpetuar de uma forma autossuficiente, ou seja, voltada para mim mesmo – “eu quero me perpetuar nos meus filhos voltado para mim mesmo”, “quero me perpetuar na fama, no poder, voltado para mim mesmo”- a imortalidade autossuficiente não é nada mais do que o Sheol, a morte. É mais não ser do que ser, pois o outro que me leva depois da minha morte não pode levar o meu ser mesmo. Não leva a mim, a minha existência, a minha consciência, o meu ser, não leva, não fica, mas apenas um eco e uma sombra dele, e ainda mais! Aquele a quem eu dei alguma coisa, os meus filhos, a minha fama, eles também vão morrer, e até a minha memória que eles têm de mim, morrerá quando eles morrerem, dentro de algumas gerações ninguém vai nem saber quem sou eu. Eu nunca continuei a existir de fato neles e nem na história. isso leva a uma profunda frustração do homem que tem desejos de eternidade, que tem desejos de felicidade sem fim, que tem desejos de infinitude.

E aí então, o nosso teólogo Ratzinger diz: “Sendo assim, só haveria um que pudesse amparar-nos, que pudesse dar eternidade, que pudesse nos fazer viver para sempre, infinitamente, aquele que é, porque todos os outros são, mas depois morrem, mas aquele que é vive para sempre. O Deus dos vivos, que sustenta não apenas uma sombra de mim, um eco de mim, mas Nele eu permaneço, uma vez que Nele estou mais perto de mim do que quando eu tento estar apenas comigo mesmo”. Em Deus, se eu tento doar, entregar a minha vida, consumir, ofertar a minha vida em Deus, se eu me doar a Ele, Nele eu viverei eternamente, porque Ele é eterno, Ele é para sempre, Nele a morte não tem a última palavra, Nele a verdade é sem fim e Nele eu não fico como uma sombra, como um eco. Ele não morre, e ainda mais! Eu estou mais perto de mim quando eu estou Nele, porque Ele foi que pensou em mim desde toda a eternidade, e quanto mais eu me aproximo Dele, mais é que eu sou Nele. Então se eu vivo e dou a minha vida a Ele, Nele eu posso viver para sempre, eternamente.

Mas como é que eu vou permanecer Nele? Como é que a minha vida vai se perpetuar Nele? Como é que eu vou viver a eternidade Nele? Só há uma forma de nós nos perpetuarmos na eternidade de Deus: unindo-nos à vida Dele a ao amor Dele, entrando na vida da dinâmica do amor Dele, nos unindo à vida e ao amor divino. O nosso próprio amor isolado, com a nossa própria vida isolada, nós não conseguimos vencer e superar a morte. Somente com Aquele que se fez homem, que se uniu a nós, somente com Cristo que se fez homem e se uniu a nós, e como foi que Ele nos salvou? Na cruz. E o que é a cruz? Nós celebramos isso: “Tendo nos amado, Ele nos amou até o fim ”. É assim que a nossa vida se perpetua. Quando nós nos unimos à vida de Cristo, uma vida que não vive para si mesmo, uma vida que se oferta, que se doa, que se entrega.

A Ressurreição, meu querido irmão e minha querida irmã, nós entramos na eternidade de Deus quando entramos na dinâmica da vida de Cristo, na dinâmica da vida de Deus, na dinâmica do amor de Deus. A fé consiste em crer que Deus me amou, se fez homem, e doou a Sua vida por mim, para me atrair para a Sua cruz, para que eu não viva mais para mim mesmo, mas eu viva no amor Dele, viva para Ele e para os outros. Quando eu vivo neste amor, o amor vence a morte, vence o mal, o amor vence a destruição, e não qualquer tipo de amor! Mas o amor que é revelado na cruz de Cristo. É este o amor que vence a morte. É este o amor que estamos celebrando hoje. É este o amor da Ressurreição! É este o amor da vida divina! Este é o Deus que é amor. Ele é assim desde toda a eternidade. Jesus veio ao mundo e se encarnou para nos mostrar o que é o amor e para dizer como nós podemos viver eternamente. A imortalidade está aqui na cruz de Cristo que gera a Ressurreição de Cristo, e é só quando nós entramos nessa vida de dinâmica do amor é que experimentamos a força da Sua Ressurreição. Ele é o Vivente. Jesus Cristo é o Vivente .
O que tem em Apocalipse 1? Jesus Cristo é o Cordeiro Imolado que diz: “Não temas! Eu sou o Primeiro e o Último, e o que vive. Pois estive morto, e eis-me de novo vivo pelos séculos dos séculos; tenho a chave da morte e da região dos mortos”. Quem é Jesus? Na figura do Apocalipse Ele é o Cordeiro Imolado, é Aquele que dá a vida, e Ele vivo diz: “Olha, você que tem medo da morte, lembre-se de que Eu entrei na morte. Você que tem medo da solidão, lembre-se de Eu entrei na solidão. Você que tem medo do abandono, lembre-se de Eu entrei no teu abandono. Você que está vitima do pecado, lembre-se de que Eu entrei no teu pecado. Você que está nas tuas feridas e nas tuas enfermidades, lembre-se de que Eu entrei nas tuas feridas e enfermidades, e Eu tomei sobre Mim, e Eu venci, estou Vivo, sou o Vivente. Eu tenho o livro da vida em minhas mãos. Eu tenho o poder de abrir o livro da vida. Eu tenho a imortalidade. Eu estou vivo. Não temas! Não temas! Não temas, pois estive morto e eis-me de novo vivo”, e aquele que se une a este Cordeiro Imolado vive com Ele.
Hoje, meus irmãos, neste dia, é o dia de unirmos o nosso coração ao coração de Cristo. Hoje é dia de nos deixarmos alcançar pela força da Ressurreição de Cristo. Hoje é o dia de nós verdadeiramente termos a consciência que o mal não tem a última palavra, nem na minha vida nem na história do mundo. Hoje é o dia que nós cremos que a misericórdia de Deus é que tem a última palavra. Sim, muitas vezes vivemos como derrotados, como sem jeito, vivemos na morte, na escuridão, mas hoje é o dia em que a luz de Deus brilha para nós e diz: “Ei! Abre os teus olhos! Abre o teu coração! Eu sou o Vivente. Eu visitei a tua morte, visitei o teu pecado, tuas dores. E Eu, se tu deixares, Eu posso te alcançar e posso fazer com que você cresça, cresça no Meu amor, na Minha vida, na Minha graça, na Minha eternidade, e seja pleno em Mim!”. Hoje é o dia de experimentarmos pela força do Espírito Santo a Ressurreição de Cristo dentro de nós, e para que, experimentando dentro de nós, nós possamos comunicar para os outros, possamos doar para os outros. Jesus Cristo é o Vivente. A morte não tem mais poder sobre Ele, e se nós nos unimos a Ele, não terá mais poder também na nossa vida.

O pecado que ainda maltrata os seus membros, o pecado que ainda incomoda o nosso coração, ele não tem mais poder sobre a sua vida, porque Jesus Cristo venceu este pecado. O mundo que ainda tenta tantas vezes te seduzir, que tantas vezes ainda te atrai, ele não tem poder sobre ti, porque Ele venceu, e se você se une a Jesus o mundo será vencido na tua carne e na tua vida, porque Jesus Cristo Ressuscitou e Ressuscitou para ti e para mim! Jesus Cristo Ressuscitou e Ele quer que nós ressuscitemos com Ele. Jesus Cristo Ressuscitou e Ele tem uma vida nova para nos dar. Jesus Cristo Ressuscitou e Ele quer que nós rompamos com a força da Sua Ressurreição tudo o que os prende.

Meu irmão e minha irmã, hoje é o dia de romper com tudo aquilo que nos prende: ao demônio, ao pecado e à morte, porque na força da Ressurreição de Cristo eu e você somos novas criaturas, e isso é uma questão de que eu creio nisso ou então vivo na morte, e se eu creio nisso, eu posso viver para a eternidade, posso viver com Ele para sempre. E este é o dia em que Jesus Cristo vem ao nosso encontro para nos comunicar a força, o amor, a misericórdia e dizer que a palavra Dele é a última palavra na minha e na sua vida.

Abaixe a sua cabeça. Feche os seus olhos. Apresente ao Ressuscitado que aqui está a sua debilidade, a sua morte, aquilo que oprime a sua vida, e peça humildemente a Ele que Ele comunique a Sua graça que transforma e lhe transforme de dentro para fora. (momento de oração)

É verdade, sim é verdade. É verdade que ao contemplarmos a nossa própria vida e ao contemplarmos o mundo vamos contemplar verdadeiros vazios que o mal abre no nosso coração e na nossa história. É verdade que ao contemplar a nossa história e a história do mundo vamos ver verdadeiras chagas, mas com quem nós estamos nos encontrando hoje? Com o Ressuscitado que passou pela Cruz. E o que é que Jesus traz no Seu corpo? As Suas chagas gloriosas. Meu querido irmão, atenção! Haverá algo tão mortal e tão destruidor que não possa ser dissolvido pela Morte e a Ressurreição de Cristo, destruído pela força da Ressureição de Cristo, sim ou não? Não! Não há nada na sua vida de tão mortal, de tão destruidor, de tão pecaminoso, de tão ferido, não há nenhuma chaga mais profunda que não possa ser destruída pela força da Ressurreição de Cristo. Mas isso é uma coisa muito existencial.

Às vezes enfrentamos problemas familiares. Não há algo tão mortal e tão destruidor que não possa ser vencido pela força da Ressureição de Cristo. Hoje Jesus deseja dizer que essas questões podem ser vencidas pela força da Ressurreição. Quem conhece pessoas que trazem ressentimentos em seu coração? Pois não há algo, não há ressentimento mais endurecido, não há chaga mais purulenta que não possa ser destruída ou curada pelas chagas do Ressuscitado. Hoje somos convidados a fazer uma experiência com o Ressuscitado e encostar as chagas da nossa vida nas Suas chagas, porque as feridas da nossa vida serão curadas pelas Suas feridas. As feridas da nossa família serão curadas pelas Suas feridas. As feridas da nossa história serão curadas pelas Suas feridas. As feridas do mundo serão curadas pelas Suas feridas. Jesus Ressuscitado vem apresentar para nós o quê? Quando Ele apareceu aos discípulos no Evangelho de São João? Ele apresenta as Suas chagas gloriosas, e Ele deseja que encostemos as nossas chagas nas Suas chagas para que elas experimentem a força e o choque da Ressurreição de Cristo.
Convido você mais uma vez a rezar. Convido você a abaixar a sua cabeça, fechar os seus olhos e apresentar as suas chagas abertas, a sua solidão, a sua morte, o seu sentimento de abandono, a sua impureza, a sua ansiedade, o seu egoísmo, os seus problemas familiares. E você deixe que as suas chagas sejam alcançadas pelas chagas de Cristo. Ele está Vivo. Ele está aqui no meio de nós. Jesus alcança-nos com a força da Tua Ressurreição. Vem Senhor preencher o abismo do pecado que está presente nas nossas chagas com o abismo da Tua misericórdia. Vem Jesus preencher o abismo do nosso pecado com o abismo da Tua misericórdia. (momento de oração)

E mergulhando nas chagas de Cristo, nós somos convidados a olhar para a nossa vida e a olhar para os outros a partir das Suas chagas. Qual é a força das chagas de Jesus? É uma força de misericórdia. As chagas de Jesus visitam as nossas chagas e derramam sobre elas o óleo da misericórdia. As chagas de Jesus vêm sobre as nossas dores e derramam sobre elas o consolo da Sua misericórdia. As chagas de Jesus vêm sobre os nossos sofrimentos e derramam sobre eles a compaixão da Sua misericórdia. Hoje, Jesus derramando e tocando as nossas chagas com as Suas chagas, Ele comunica a Sua misericórdia, e para quê? Para quê que Ele faz isso? Para que você não olhe para ninguém, para ninguém! Para que você não olhe para nenhuma situação da sua vida sem ser através das chagas de Jesus. Nós somos visitados e continuamente visitados pela consolação da misericórdia de Deus. Nós somos visitados e continuamente visitados pela compaixão de Deus, para quê? Para que não olhemos mais para ninguém sem ser através das chagas de Jesus.

Por isso esposas, não olhem para os seus maridos de uma forma puramente humana. Olhe através das chagas de Jesus, como Jesus visitou você com a Sua misericórdia. Olhem para os seus esposos através das chagas de Jesus. Esposos, olhem para as suas esposas através das chagas de Jesus. Pais, olhem para os seus filhos através das chagas de Jesus. Irmãos de comunidade, olhem uns para os outros através das chagas de Jesus, e não poderá mais haver no meio de nós nenhum julgamento! Porque quando Jesus se encontra conosco Ressuscitado, qual é a primeira palavra que Ele nos dirige? A paz esteja convosco, o Shalom. Ele dá uma palavra de reconciliação. Ele não dá uma palavra de condenação. Jesus Ressuscitado não dá para nós uma palavra de condenação, para quê? Para que nós não tenhamos nenhuma palavra de condenação para os nossos irmãos e para que possamos comunicar a misericórdia nas nossas famílias, nas nossas células comunitárias, nos nossos grupos de oração, nas nossas casas comunitárias. Olharmos para os nossos irmãos através das chagas de Jesus, através da misericórdia de Deus.

Hoje, no dia da Ressurreição, é um dia de misericórdia, para sermos visitados por ela e para a comunicarmos. E por isso os convido mais uma vez à oração. Convido você a se voltar para Jesus. É Ele. Quem comunica é Ele, e Ele está aqui. Jesus, nós queremos te apresentar todas aquelas pessoas que trazemos no nosso coração e trazemos ressentimentos, julgamentos, indiferença, e queremos te pedir, Senhor, a graça de olharmos para elas como Tu olhaste para nós, a graça, Senhor, de comunicarmos para elas como Tu comunicaste para nós a Tua misericórdia. Traga no seu coração qualquer pessoa que no presente ou no passado seja causa de dor ou de julgamento, e peça ao Senhor a graça de olhar para esta pessoa através das chagas misericordiosas de Jesus, e oremos no Espírito. E você pode repetir comigo: Senhor Jesus, com o olhar voltado para as Tuas chagas, Jesus Ressuscitado, dá-me a graça de olhar para os meus irmãos e irmãs através das Tuas chagas, com a mesma misericórdia que Tu olhaste para mim, porque a Tua misericórdia é eterna. (momento de oração)

Cristo Ressuscitou, Aleluia! Sim, verdadeiramente Ressuscitou, Aleluia!
Cristo Ressuscitou, Aleluia! Sim, verdadeiramente Ressuscitou, Aleluia!
Cristo Ressuscitou, Aleluia! Sim, verdadeiramente Ressuscitou, Aleluia!

Nós falamos da Ressurreição de Cristo. Falamos da imortalidade que Deus vem nos dar, que é aquela que nasce do amor, que nasce da vida ofertada. Falamos que Jesus é o Vivente. Ele é o Cordeiro Imolado que nos convida a viver com Ele e Nele. Falamos da Sua misericórdia, aliás, estamos no Ano da Misericórdia. Neste Ano da Misericórdia Deus tem falado uma palavra muito forte para nós, Comunidade Shalom. Ele tem nos convidado a vivermos a Esponsalidade Missionária. Talvez muitos de vocês saibam o que é isso, mas outros não sabem.

Quando Jesus Cristo se encarnou, assumiu a nossa natureza humana, assumiu a nossa fraqueza, os nossos pecados, as nossas dores, solidão, abandono, e Ele venceu. Pela Paixão, Morte e Ressurreição, Ele ao assumir a nossa natureza humana Ele como que nos desposou, e a nossa humanidade é desposada com Cristo. Só quando nós aderimos e nos unirmos a Ele é que nós também vencemos todo o mal. É uma esponsalidade com Ele. Mas onde está esse que nós desposamos? Onde está Cristo? Onde está o nosso Esposo? Porque onde o Esposo está, a esposa deve estar. O Senhor diz: o Esposo, Cristo, Aquele que nos desposou e venceu o mal e o pecado, e unido a Ele, desposado a Ele é que nós vencemos, Ele está nas estradas do mundo. Ele é o Bom Pastor e está onde o homem está ferido, onde estão as ovelhas feridas.

Quem aqui está nesse ginásio e experimentou na sua vida e na sua história do amor e da misericórdia de Deus? Quem aqui foi visitado pela força da Ressurreição de Cristo e tem uma nova vida, e hoje pode dizer: “Eu sei o que é a paz, eu sei o que é a felicidade”? Então você é devedor deste mundo que está aí. Nós somos devedores destas pessoas que estão ao nosso redor. Nós somos devedores de uma humanidade que ainda não fez essa experiência com a misericórdia. Nós somos devedores dessa humanidade que está aí ferida. Nós fazemos essa experiência do Senhor para sermos missionários, para sairmos ao encontro como Ele saiu, para estar onde Ele está, para ir ao encontro da ovelha ferida onde ela estiver, para ir ao encontro daqueles que estão longe de Cristo e longe da igreja.

Shalom, atenção! A nossa vida não terá sentido se continuarmos vivendo só para nós mesmos. Nós fomos constituídos para sair de nós mesmos. A imortalidade e a Ressurreição de Cristo não é um ato estático. É um ato dinâmico. É um ato de quando eu me uno à cruz e à Ressurreição Dele. É um ato quando eu me uno ao amor, à misericórdia Dele, e com Ele vou ao encontro dos outros. Eu vivo, ressuscito, quando eu não vivo mais para mim mesmo, mas com Ele eu me volto, eu vivo, me dou, me esqueço de mim e vivo para Ele e para os outros, e aí eu ressuscito! E aí eu vivo a eternidade! E aí eu sei o que é a felicidade! E aí eu sei o que é Ressurreição! A Ressurreição é esse estilo de vida, esse estado de vida que eu não vivo mais para mim mesmo e vou ao encontro dos outros, vou me doar aos outros, e há muitos, muitos, muitos necessitados do amor e da misericórdia de Deus.

Quem é testemunha da Ressurreição de Cristo diga eu! E você sabe quantos ao seu redor, não é longe de você não. É ao seu redor que não conhecem essa Ressurreição? Quantos na sua família, no prédio que você mora não conhecem essa Ressurreição, vivem uma vida voltada para si mesmos, estão mortos, estão na solidão, no abandono? E você fez a experiência da Ressurreição, da misericórdia, foi perdoado, suas culpas foram canceladas. Você recebeu o Espírito Santo, tem uma vida nova, e para quê? Para quê? Para que você usufrua da felicidade a dando aos outros, comunicando-a aos outros, vivendo uma vida de ressuscitados. Então seja uma testemunha do Ressuscitado para todos aqueles que estão ao seu redor. Dê de graça o que de graça você recebeu.

O Ressuscitado tem um estilo de vida diferente. Quem ressuscitou com Cristo não vive as obras da carne, não vive as obras do mundo, do pecado, mas vive um estilo de vida diferente. Está saindo da morte para a vida, e como é que ele sai da morte para a vida? Ele sai da morte para a vida saindo de si mesmo e vivendo para Deus e para os outros. Você é uma testemunha da Ressurreição de Cristo, sim ou não? Pois saia de você mesmo e vá evangelizar! Vá comunicar a Ressurreição de Cristo!

Hoje é o dia que o Senhor fez para nós. Você já disse isso para o seu vizinho hoje? Ah, ele está na praia? Pois vá amanhã e diga: “Meu irmão é Páscoa e eu queria lhe comunicar isso, esta alegria da Ressurreição de Cristo”. Quantas pessoas! Meus irmãos, isso não é uma historinha, não é uma coisa que você já ouviu muitas vezes. Por favor, que isso caia no seu coração: quantas pessoas precisam ouvir o anúncio da Ressurreição de Cristo? Quantas pessoas vivem no pecado e na morte e não tem esperança na vida? E você é testemunha da Ressurreição tem de estar com o seu coração ressuscitado, inclinado para estas pessoas. Não para os seus problemas, para suas angústias, não para “o meu”, “a minha”, como? Você é um ressuscitado com Cristo. Como é que você vive tão voltado para você mesmo? Ou você não ressuscitou? Claro, temos os nossos desafios, mas eu vivo pela fé, então se eu vivo pela fé eu sei que Jesus cuida de tudo isso na minha vida. Eu não tenho que me preocupar com isso, porque Jesus cuida de tudo isso e eu vou cuidar das coisas Dele, porque eu cuidando das coisas Dele, Ele está cuidando das minhas, porque eu creio na força da Ressurreição de Cristo, e aí eu vou viver para comunicá-la. Evangelize, evangelize, evangelize aqueles que trabalham com você. Evangelize, evangelize. As jornadas de evangelização… Comunidade de Aliança, o que é isso? Como é que nós podemos ficar depois de promessas definitivas deitados em berço esplêndido, porque já trabalhamos, já servimos demais e agora é a vez dos outros. Nunca deixará de ser a tua vez, porque tu vives na eternidade, e a eternidade é a juventude perene, é uma vida doada para sempre, continuamente, não se cansa. Na eternidade nós não nos cansamos, e se nos cansamos, Ele nos renova, nos restaura e nos faz novos de novo, porque Ele é aquele que diz: “Eis que faço novas todas as coisas ”, e os cansados, os quebrados que aqui estão, ergam as suas cabeças, fiquem de pé e digam: “Em Cristo nós somos novas criaturas e estamos dispostos a com Ele sair para este mundo para testemunharmos a força da Ressurreição de Cristo”.

Comunidade de Aliança, grupo de oração, Comunidade de Vida, todos devemos estar de pé com Cristo. Se o nosso homem velho está cansado, está enfermo, padece, a força da Ressurreição de Cristo opera no homem novo, e o homem precisa ver é aí! O mundo precisa ver é aí! É na perseverança que Cristo precisa ver que Cristo ressuscitou. O rosto daqueles que se converteram recentemente manifesta a força da Ressurreição de Cristo, mas quem manifesta mais plenamente é aquele que perseverou e não decaiu ou se cansou. Não decaiu no sentido de não se prostrou, porque muitas vezes vamos cair e Deus vai nos levantar, mas não se prostrou no seu berço esplêndido do comodismo. Soube sempre se levantar, e com a força de Cristo continuar a evangelizar, a doar a sua vida para os outros, a comunicar a Ressurreição e a misericórdia de Cristo para os outros. Você está sendo testemunha da Ressurreição de Cristo ou você ainda está com cara de velório, de Sexta-feira Santa?
O que o Papa nos disse quando recebemos a Aprovação Definitiva dos nossos Estatutos? Sejam alegres instrumentos da misericórdia. Meus irmãos, a Ressurreição de Cristo e a igreja convoca a Comunidade Shalom a ser alegres instrumentos da misericórdia de Deus, sabe por quê? Porque vivemos em um mundo de sofridos. Nós fomos alcançados pela misericórdia. Talvez quando padecíamos, sofríamos, quando estávamos na morte, no pecado, na enfermidade, na dor, no luto, ou de maneira tão misteriosa Deus entrou na nossa vida e fomos alcançados pela misericórdia de Deus. Para que? Para nos unir a Ele e para sermos instrumentos da misericórdia para os outros.

Meus irmãos nós temos um mundo de sofridos e às vezes fechamos os olhos para o sofrimento do mundo. Nós, que fomos constituídos para consolar às lagrimas dos que sofrem, “sejam alegres instrumentos da misericórdia de Deus”, nós fechamos os nossos olhos para quem padece. Fechamos os nossos olhos para quem desconhece Cristo. Incomoda-me subir no elevador e ficar olhando para aquela pessoa, e você diz: “Essa pessoa talvez não conheça Cristo e eu conheço”, o elevador para, a pessoa sai e nem um Deus te abençoe nós damos, nem uma benção nós damos, e quantas bênçãos recebemos na vida! Somos incapazes de pelo ao menos uma benção dar, pelo respeito humano que nos escraviza. Paramos em um posto de gasolina, abastecemos e não evangelizamos. Meu Deus, que autossuficiência é essa, que bolha é essa que nós vivemos! Que indiferença é essa que nós vivemos! “Não vou a hospital porque passo mal”, que passo mal! Quem passa mal é quem está no hospital, precisando da consolação e da misericórdia que os ressuscitados com Cristo trazem dentro de si. “Eu não vou à favela por causa da violência”, qual é mesmo a tua vocação hein? É de quê hein? É de paz, e onde é que você vai fazer paz se não é onde existe a violência, a desunião e a discórdia? Como é que você despreza os feridos? Meus irmãos que lógica anti-evangélica é essa que está entrando e nos destruindo, onde vamos julgando tudo e todos, e vamos vivendo em um mundo inexistente que trai o chamado que Deus nos fez de viver o evangelho e de darmos de graça o que de graça Ele nos deu? Um mundo de sofredores, de miseráveis. De miseráveis que sofrem a miséria espiritual, que sofrem a miséria moral e às vezes só têm o nosso julgamento. “Fecha o vidro que ali tem uma pessoa estranha”. Ladrão, mirim… E vamos vivendo a nossa vida caminhando para a morte, porque quem caminha para a Ressurreição vive caminhando para doar a sua vida para Deus nos outros. Evangelizando, consolando, perdoando, dando Jesus Cristo, dando a misericórdia de Deus, dando o amor de Deus. Testemunhas da misericórdia, testemunhas da Ressureição, instrumentos da misericórdia de Deus.

É assim a vida ressuscitada com Cristo. O Papa tem nos falado das obras de misericórdia. Como você esta vivendo estas obras como ressuscitado com Cristo?

Quem quer viver Ressuscitado com Cristo diga eu! A vida do Ressuscitado com Cristo é uma vida em que nós não vivemos para nós mesmos. Vivemos para Deus e vivemos para os outros. Vivemos para a eternidade e trazemos a felicidade, a bem-aventurança, o céu para a terra, e somos plenamente felizes.

Onde é que Jesus está? Está no meio de nós. Hoje, Jesus Ressuscitado que está aqui no meio de nós, Vivo, Ele deseja nos comunicar a força da Sua Ressurreição, nos alcançando com a Sua misericórdia, nos libertando de todo o mal e nos fazendo testemunhas da Sua Ressurreição e instrumentos da Sua misericórdia, ministros da paz. Hoje Ele deseja nos comunicar o Seu Espírito Santo, porque só o Espírito Santo pode nos colocar nesta dinâmica.

Eu sei que muitas vezes não é fácil viver uma vida de ressuscitados, mas quero dizer uma coisa para vocês: esta é a única vida feliz. Não existe felicidade fora disso. Viver para si mesmo é o inferno. Eu vou repetir: viver para si mesmo é o inferno, e Jesus vence o inferno e nos introduz no caminho do céu, vivendo uma vida de ressuscitados, não vivendo mais para nós mesmos, vivendo para Deus e vivendo para os outros. Para isso, nós precisamos do sopro da boca do Ressuscitado. Quem é que o Ressuscitado sopra sobre nós? O Espírito Santo. Então vamos nos abrir ainda mais para o Espírito Santo. É Ele quem nos dará esta força de viver este estilo de vida ressuscitada. Este estilo de vida que leva à única e verdadeira felicidade para o homem. Este estilo de vida que nos leva para a eternidade já nesta vida e para todo o sempre.

Vamos juntos cantar o cântico que começamos. Que Jesus Ressuscitado derrame o Seu Espírito sobre nós para nos tirar da imobilidade, da mediocridade, do imobilismo, do ensimesmamento, e para nos tirar da morte para a vida. E para vivermos Nele, Ressuscitado, com o Seu olhar voltado para o Pai e com o Seu coração cheio de misericórdia se derramando sobre todos os irmãos. É assim Jesus que nós queremos viver. Erga os seus braços e se una ao Corpo glorioso de Cristo Ressuscitado. Erga os seus braços. Jesus Ressuscitado está diante do Pai com os braços erguidos, intercedendo por nós. Ele está no meio de nós e nos reúne, nos eleva e leva-nos para o Pai, para não mais vivermos para nós mesmos. Ele une o nosso coração ao Seu coração para termos o estilo de vida Dele, nos doando, nos ofertando misericordiosamente para os outros, nós que fomos alcançados pela misericórdia. Por isso nós suplicamos:

Santo Espírito, Santo Espírito, vem sobre nós (2x)
Com Teu fogo vem sobre nós (2x)

Vem Santo Espírito, acende o Teu fogo em nós (2x)
Acende o Teu fogo em nós (2x)

Santo Espírito, Santo Espírito, dá-nos Teu amor (2x)
Com Teu fogo dá-nos Teu amor (2x)

Vem Santo Espírito, acende o Teu fogo em nós (2x)
Acende o Teu fogo em nós (2x)

Jesus Ressuscitado, nós te pedimos derrama o Teu Espírito Santo sobre todos nós que estamos aqui e renova o ardor, o fervor, renova a Tua Ressurreição em nós. Renova, ó Espírito Santo, o desejo da oração, o desejo da comunhão com o Pai. Renova o desejo da oferta, o desejo de me entregar. Renova o ardor missionário, a consolação. Renova a graça de não viver mais só para mim mesmo, mas viver para o Pai e viver para os meus irmãos. Vem Espírito Santo, com a força da Ressurreição de Cristo.

Coloque a mão no ombro do seu irmão mais próximo e ore no Espírito, pedindo ao Senhor que comunique para ele a força da Sua Ressurreição. Interceda por este irmão. Não reze só por você mesmo, mas intercedendo por ele, você intercede por toda a comunidade, pela obra, por todos os que estão aqui, por toda a humanidade, pelos que sofrem, por este mundo que padece.

Vem Santo Espírito, acende o Teu fogo em nós (2x)
Acende o Teu fogo em nós (2x)

Encerremos com o nosso olhar voltado para a Virgem Maria. Que Ela, que é a Mãe de Jesus, nos auxilie para vivermos como ressuscitados com Cristo, nos auxilie para vivermos como instrumentos da misericórdia. Não para nós mesmos, mas como Ela viveu: para Deus e para os outros. Este é o caminho da imortalidade. Este é o caminho da Ressurreição. Ajuda-nos Mãe.

Regina caeli laetare, Alleluia,
Quia quem meruisti portare, Alleluia,
Resurrexit sicut dixit, Alleluia.
Ora pro nobis Deum. Alleluia.

 

Transcrição: Irlanda Aguiar


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