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Mulher recusa abortar e dá à luz a gêmeos que se tornaram padres

Os irmãos descobriram o ato heroico da mãe quando estavam no seminário.

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Chilena escolheu a vida e disse não ao aborto.

Rosa Silva, católica chilena,  tomou uma decisão das mais importantes em sua vida, em 1984. Grávida, foi informada pelo médico que estava em seu ventre um bebê com duas cabeças e alguns membros extras. O conselho do profissional de saúde, diante da gravidez, também de risco, foi para que ela abortasse. 

A mulher recusou abortar e decidiu “abraçar tudo o que Deus a enviasse”. Graças a essa decisão, a Diocese de Valparaíso, no Chile, deve dois de seus sacerdotes, os irmãos gêmeos Padre Paulo e Padre Felipe Lizama, a Rosa. A história surpreendente foi destaque em 2013 em vário sites de notícias católicas, como a Aciprensa, um ano após a ordenação dos dois. Hoje, com 8 anos de ministério sacerdotal os irmãos estão entusiasmados e utilizam as redes sociais para evangelizar.

Seus pais, Rosa e Humberto, não poderiam imaginar há 36 anos que hoje eles teriam filhos gêmeos idênticos, como sacerdotes, transmitindo missas ao vivo no Facebook. Quando Rosa foi fazer um checkup, depois de saber que estava grávida, o médico fez um ultrassom e achou que o que eles estavam vendo na tela era uma criança gravemente deformada (pela descrição, provavelmente gêmeos siameses), uma gravidez que poderia colocar a vida de Rosa em risco, nas palavras do profissional da saúde. O médico recomendou um aborto “terapêutico” como solução.

Padre Paulo e Padre Felipe são irmãos gêmeos e sacerdotes na Diocese de Valparaíso, no Chile.

“Disseram à minha mãe para fazer um aborto… mas ela não quis. Ela escolheu a vida, mesmo que naquela época pudesse [fazer um aborto], porque ela supostamente corria risco de vida”, disse Paulo à ReL. (O aborto “terapêutico” era legal no Chile na época; foi tornado ilegal em 1989, mas foi legalizado novamente em 2017).

Padre Felipe disse à Aciprensa que eles não têm certeza se o médico interpretou mal o ultrassom ou se o Senhor interveio na gravidez para que gêmeos ​​nascessem saudáveis. Seja como for, Padre Paulo diz: “Sempre sinto especial carinho e ternura quando penso no coração de minha mãe, que se dispôs a dar a vida por mim; para nós.”

Os gêmeos nasceram saudáveis ​​em 10 de setembro de 1984, com 17 minutos de intervalo (Felipe é o mais velho dos dois). Eles também têm uma irmã, Paola, 4 anos mais velha.

A estrada do nascimento ao sacerdócio não foi exatamente reta e fácil. Embora Felipe e Paulo tenham crescido como católicos praticantes, por algum tempo, o entusiasmo por jogar futebol atrapalhou a participação na missa dominical. Quando os meninos tinham 14 anos, os pais se separaram e Felipe e Paulo passaram a se dedicar mais à Igreja; não havia muito mais o que fazer na cidade, disseram a ReL.

Quando eles tinham 16 anos, pararam de jogar futebol e estavam mais envolvidos na Igreja do que nunca (embora ainda hoje continuem sendo fãs enérgicos do esporte). Ambos entraram no seminário com 18 anos.

Alguém pode pensar que entrar para o sacerdócio foi uma decisão que eles teriam discernido juntos; os gêmeos têm a reputação de compartilhar todos os seus segredos. No entanto, ambos mantiveram o discernimento vocacional privado, pois não queriam influenciar na vida um do outro. Cada um foi atraído pelo sacerdócio à sua maneira, embora o resultado final tenha sido o mesmo.

Paulo disse à Aciprensa: “Não sei qual de nós dois sentiu o chamado primeiro. Acho que Deus fez as coisas muito bem, para proteger a liberdade da nossa resposta.” No dia em que foram ordenados, Padre Paulo disse: “Compartilhamos as mesmas experiências e o mesmo chamado de Jesus para compartilhá-lo com os outros”.

Falando sobre a vocação ao sacerdócio, Padre Felipe diz à Aciprensa: “Deus não brinca com a gente. Ele quer que sejamos felizes, e o sacerdócio é uma bela vocação que nos torna plenamente felizes.”

Padre Paulo diz: “ Jesus, a Igreja e o mundo precisam de nós. Mas não precisam de tantos jovens: precisam de jovens capacitados pela verdade de Deus, de modo que sua própria vida irradie vida, seu sorriso mostre esperança, seu olhar mostre fé e suas ações mostrem amor”.

Uma surpresa de amor revelada no tempo certo

Os gêmeos só conheceram a história da coragem da mãe quando estavam no sexto ano de estudos do seminário. Eles vêem esses primeiros eventos como providenciais: Deus os chamou desde toda a eternidade, e o amor e a generosidade de sua mãe tornaram isso possível, disseram à Aciprensa. Padre  Paulo disse: “Como não defender a vida? Como não podemos pregar o Deus da vida? Este acontecimento deu um impulso à minha vocação, deu-lhe uma vitalidade específica… Estou convencido daquilo em que acredito, do que sou e do que falo, claramente pela graça de Deus.”

Após 10 anos de estudos e de preparação, os dois foram ordenados sacerdotes juntos no dia 28 de abril de 2012, na catedral de Valparaíso. Padre Paulo diz que mesmo como padres eles ainda fazem algumas brincadeiras de gêmeos. “As pessoas nos confundem e muitas vezes eu finjo ser o meu irmão. O mais engraçado é a forma como as pessoas reagem. É a travessura dos gêmeos, um plus que não podemos deixar de aproveitar.” Ele diz que a maioria das pessoas não percebe que um deles é canhoto e que o outro é destro.

Hoje, as redes sociais fazem parte do ministério de ambos. Suas postagens no Facebook, Instagram e Twitter refletem a alegria do sacerdócio, senso de humor, proximidade uns com os outros, com a família e amor pelo futebol.

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Sacerdocio y familia…

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Os caminhos de Deus não são os nossos. Rosa e Humberto Lizama se depararam com uma difícil decisão em que poderiam ter escolhido um itinerário aparentemente mais fácil, que iria contra a lei de Deus (aborto), mas em vez disso escolheram confiar nEle, respeitar e acolher a vida. Neste caso, Deus quis abençoar essa fidelidade com um dom para os pais e para a Igreja. Que eles e nós recebamos a graça e a força para compreender e fazer as escolhas certas de forma consistente; Deus irá, sem dúvidas, nos abençoar consistentemente, mesmo que nem sempre vejamos isso no momento.

Com informações da Aciprensa, Aleteia e ReL


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