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Mulheres inspiradoras no trabalho e na vocação

Conheça alguns testemunhos de mulheres leigas que, com o auxílio da fé, tiveram as vidas transformadas por Deus

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O Dia Internacional da Mulher, comemorado desde 1975, é uma data voltada à reflexão do papel do sexo feminino e sua importância na sociedade. Vê-se que as mulheres têm cada vez mais estreado em cargos políticos e corporativos, conquistando maior notoriedade em suas atuações profissionais, mas vale ressaltar que além da conquista desses espaços, ela também é filha, às vezes mãe, esposa e pode ascender ainda mais quando se tem o céu como régua dos benefícios.

Desse modo, é possível ver que algumas personalidades buscaram a santidade na vivência da sua vocação de leigos e, abundantemente, geraram muitos frutos. 

O Papa São João Paulo II, em uma carta às mulheres, disse que a natureza de doação ao próximo da mulher colabora para que ela enxergue a própria vocação.

É no doar-se aos outros na vida de cada dia, que a mulher encontra a profunda vocação da própria vida, ela que talvez mais que o próprio homem vê o homem, porque o vê com o coração. Vê-o independentemente dos vários sistemas ideológicos e políticos”, (Carta do João Paulo II às mulheres, 29 de junho de 1995). 

Conheça agora algumas mulheres leigas que, no ordinário dos seus dias, não se deixaram abalar pela vida comum e a tornaram extraordinária com a força do Evangelho. 

Serva de Deus Dorothy Day

O primeiro caso é a jornalista e ativista a favor da vida Dorothy Day. Estadunidense de Nova Iorque, Dorothy nasceu em 1897. Após formar-se em jornalismo, serva de Deus atuou ativamente em pautas em prol da causa trabalhista, sendo muito adepta dos ideais marxistas, fato que a levou à prisão algumas vezes. Em 1927, Dorothy teve sua experiência de conversão lendo a Palavra de Deus enquanto estava presa. Impelida por um desejo de Deus, a jornalista passou a ver aquilo pelo que lutava com o olhar da fé cristã. 

Aos poucos, o cotidiano de Dorothy começou a ganhar sentido e, com o auxílio de um amigo, fundou o The Catholic Worker, um jornal católico com 150 mil cópias em circulação na época. A face diocesana da causa de beatificação de Dorothy foi finalizada em 2021 e a postulação foi encaminhada para o Vaticano. 

Mesmo convertida, Dorothy não deixou de lutar pelos trabalhadores. Além disso, a jornalista acolhia jovens que eram tentadas a interromper a gravidez. Em vida, a jornalista conheceu Santa Madre Teresa de Calcutá, bem como era conhecida pelo Papa Paulo VI. 

Santa Gianna Beretta Molla

Natural de Magenta, na província italiana de Milão, Gianna Beretta Molla foi uma cirurgiã e pediatra. O gosto pela medicina teve como base a criação na fé católica ainda criança, o que fez com que ela apreciasse a vida de modo inestimável. 

Dentro do seu cotidiano de consultas no trabalho, Gianna era especialmente atenciosa com as mães, crianças, idosos e pobres. A doçura com os pacientes também seria encontrada em casa, já que a médica casou com o engenheiro Pietro Molla. 

Segundo seu esposo, Gianna era  “uma mulher como tantas outras, mas com alguma coisa a mais: uma grande piedade e uma indiscutível confiança na Providência”. A vida de Gianna era como a vida de uma médica mãe de quatro filhos é imaginada – com correria, mas a profissional não deixava que as frustrações tomassem conta das oportunidades de exercer as virtudes. 

Em 1961, Giana descobre um fibroma no útero durante o segundo mês de sua quinta gravidez. Abandonada na Divina Providência, a mãe entrega-se a Deus dizendo “Jesus, eu te amo, eu te amo” logo após o parto de sua filha. 

Gianna foi canonizada em 2004 e fiéis do mundo todo testemunham sua intercessão nas lutas na maternidade e na vida profissional. 

>> Conheça nossa página especial sobre Santa Gianna

Santa Zélia Guerin

Mãe de Santa Teresinha do Menino Jesus, Zélia Guérin deixou-se ser convencida pelo Bom Deus à vida matrimonial. A jovem casou-se com Luis Martin, que também tinha desejos de vida religiosa. No entanto, uma vez desfeitos os planos, Zélia dedicou-se a confeccionar rendas tradicionais de Alençon, região onde morava na França. Não demorou muito para que ela fundasse a própria fábrica. 

Zélia teve nove filhos, dos quais quatro morreram prematuramente, e viveu tempos agitados enquanto mãe e empresária. A santa faleceu em 1877 de câncer de mama. 

Santa Zélia e São Luiz Martin com as filhas

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Primazia da graça 

Ainda que as etapas de uma causa de beatificação sejam morosas, o número de santas leigas têm aumentado desde o século XX. Desse modo, pessoas deste tempo são encorajadas a não separar a vocação à santidade de seu trabalho, mas tratá-los em unidade. 

No caso da médica e cirurgiã torácica Lucy Anne Ribeiro, consagrada da Comunidade de Aliança na missão de Brasília, cada cansaço e fadiga entre a rotina pesada de procedimentos é uma oportunidade de ser luz e sal da terra. 

Mesmo diante das incertezas nos diagnósticos dos pacientes, do cansaço, da fadiga, das expectativas, das exigências e o grande desafio é equilibrar o tempo, dando tempo para cada coisa, mas tendo a primazia do seu dia como a graça”, comenta. 

Em meio a sua rotina de trabalho, Anne Ribeiro busca cumprir sua missão de ser “sal da terra e luz do mundo”.

Apesar de tamanha responsabilidade, Lucy também atribui o chamado particular ao Carisma Shalom como um artifício para a santificação no seu trabalho. 

Sou muito grata à vocação Shalom, porque eu consigo, de fato, gerar frutos como médica. Antes da vocação, eu era médica, mas eu não gerava frutos para Deus, eu apenas trabalhava. Hoje, eu tenho a percepção que o meu trabalho gera frutos e eu cuido das almas que Deus me confia, sentindo o paciente não como uma doença a ser enfrentada, mas como uma alma que precisa ser tocada e cuidada”, pontua. 

Desse modo, a vocação leiga desponta como uma possibilidade de santidade dentre as necessidades do mundo de hoje. Sempre à serviço, mas nunca por si mesmo. 


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