Estar presente é mais do que estar próximo. Essa foi uma das grandes lições trazidas durante este tempo. Há mais de cinco meses, a pandemia do novo coronavírus assola o mundo. Nesse período de isolamento social, percebermos o movimento de unidade que o Senhor propiciou, por pura generosidade, a nós como comunidade Shalom, de diversas formas, por meio da tecnologia, da internet, ou ainda por meio da antiga (e sempre nova!) ligação telefônica. Isso ficou muito visível através dos grupos, celebrações, retiros, adorações, aconselhamentos e células, que ainda continuam a acontecer de forma virtual, por algum tempo, além de outros projetos como “O Amigo dos Pobres” e a “Live SH”, que se tornarão permanentes, por graça de Deus.
Percebemos facilmente que esse período nos trouxe enormes desafios, mas também diversos ensinamentos. O maior deles talvez seja confiar na providência divina. Do Senhor apenas podemos esperar coisas boas, porque ele é o Sumo-bem. Assim já diz a Carta de São Paulo aos Romanos “Tudo concorre para o bem dos que amam a Deus.” E isso vale para as pequenas coisas, como comer e dormir bem, até aquelas mais difíceis, como viajar, concluir um curso ou casar.
Medo da retomada é uma realidade
Barreiras psicológicas, humanas, físicas e, em especial, sanitárias, nos impediram, por mais de três meses (e para muitos até hoje), de praticar atos simples como caminhar pela calçada ou andar de ônibus. Sair de casa de uma hora para outra tornou-se um risco. Por isso o medo da retomada hoje é também uma realidade. Há quem tenha sentido pouco esse processo, seja em razão da própria personalidade, seja porque não conseguiu parar, como os profissionais da saúde. O certo é que essa readaptação exige um esforço não somente humano, mas sobrenatural de confiança em Deus.
As últimas gerações, nascidas depois da 2ª Guerra Mundial (nas quais me incluo), nunca haviam vivenciado nada parecido. Era e ainda é difícil aprender a lidar com um inimigo invisível. Por isso cada um responde de uma forma e tem limites próprios que precisam ser trabalhados, mas no tempo adequado, no tempo de Deus, segundo a vontade dEle. Só Ele conhece cada filho.
É necessário, no entanto, tirar o foco da tristeza, da dificuldade, do momento difícil, e abraçar a missão de ser um com o outro. Rezar, fazer uma boa confissão e participar da comunhão nunca foram atitudes tão importantes e necessárias para se conseguir interceder, aconselhar e levar a paz para a humanidade.
Por graça de Deus, estamos retornando, neste mês de setembro, às nossas atividades presenciais. Neste tempo, é importante perceber a providência de Deus em todas as coisas e confiar que nunca estaremos sozinhos se possuirmos os irmãos em nosso coração e um desejo ardente de evangelizar. Sabemos que “nenhum fio de cabelo cairá das nossas cabeças sem a permissão de Deus.” Somente Ele está no controle de todas as coisas.
Terezinha Gomes