Deixe-se ser conduzido por Deus e você não vai se arrepender

Na verdade, não decidi fazer o vocacional, Deus decidiu por mim. Eu apenas fui seguindo aquilo que Ele foi preparando ao longo desse tempo.

Meu nome é Mateus, tenho 23 anos, e ainda pequeno já participava de grupo de oração para crianças na Renovação Carismática Católica (RCC). Assim, fui crescendo e trilhando um caminho de serviço a Deus dentro de RCC. No início de 2013, passei a viver um tempo muito difícil, um desânimo tomou conta de mim. Só o que me animava era a preparação para JMJ, mesmo assim, pouco antes da Jornada, cheguei a rezar, dizendo a Deus que não queria mais seguir esse caminho e queria abandonar tudo.

Cheguei à JMJ pensando mais em conhecer a cidade e praias do Rio de Janeiro do que na própria jornada e no encontro com o Papa. Mas Deus já tinha preparado tudo para mim naqueles dias, e foi em uma confissão que Ele deu o seu cartão de visitas.

Lembro que o padre, em língua espanhola, dizia- me: “FIRMEZA! FIRMEZA! Não desista de Deus!” Foi muito forte essa experiência que me levou a dar, de volta, sentido na minha viagem até o Rio, levou-me a olhar para o essencial. Comecei, a partir de então, a participar com uma atenção redobrada a tudo, desde as dificuldades em chegar até Copacabana e depois voltar para escola, às palavras do Papa. Decidi-me, então, a viver tudo com intensidade. E tudo foi se encaixando, comecei a colocar Fé, Esperança e Amor em minha vida. Sentia-me parte da Igreja de Cristo, quando o Papa falava: “Jovem, a Igreja conta com você!”. E para finalizar, veio-me uma inquietação com uma das palavras mais fortes: “Ide, sem medo para servir!” Fui totalmente transformado nessa jornada. O que era desânimo transformou-se em uma inquietação, que fazia parecer que meu coração iria sair pela boca.

Quando voltei para casa, pensava em várias formas de como cumprir o meu papel como parte da Igreja. A primeira coisa que me veio à cabeça foi entrar para seminário. Pensei em rezar para saber se era isso mesmo e, para ajudar, iria me aproximar mais nos serviços paroquiais. Ingressei na equipe de leitores. Foi muito bom, mas ainda assim entendia que a inquietação não era esso, e pensei que poderia ser por conta do grupo de jovens da RCC (Renovação Carismática Católica) que eu coordenava na época. Entendi que eu precisava fazer um retiro espiritual com os servos do grupo, para juntos escutarmos a voz de Deus para compreender melhor essa inquietação. Marquei a data com eles, e pensei em fazer um contato com os missionários do Shalom para conduzir esse retiro para nós.

Comecei a programar. Primeiro adicionei o facebook do Shalom Aparecida e fiz um contato por mensagem. Logo se disponibilizaram e passaram o telefone para contato. No mesmo dia, fiz esse contato, mas recebi uma mensagem da coordenadora do Ministério Jovem, dizendo que haveria um retiro para servos de todos os grupos da Arquidiocese e que seria na mesma data. Então, precisei desmarcar, e nem fiz mais contato com os missionários do Shalom.

O retiro de servos do MJ foi muito bom, mas a inquietação permanecia dentro de mim. Eu já não sabia mais o que fazer. Isso tudo aconteceu entre agosto e novembro de 2013.

No final de dezembro, chegando à virada do ano, sem saber onde passar, pois não queria ir com meus pais para onde eles costumam passar o reveillón e também não queria ir para Canção Nova, com o pessoal do grupo, pensava em ficar em casa mesmo, sem festa. Mas aconteceu que já havia sido preparada por Deus uma grande festa exclusivamente para mim, mas eu não sabia.

Um dia, sem fazer “nada” em casa, olhando as publicações no facebook, um convite me chamou muito a atenção: “Revellion da Paz Shalom”. Por ação de Deus naquele momento, pensei em ir. Convidei alguns irmãos e amigos e eles toparam ir comigo. Foi onde tudo começou, ou melhor, continuou… Chegamos lá sem conhecer ninguém, com muita vergonha, “querendo ir embora”, mas como já estávamos lá, ficamos. Começou logo com a Santa Missa, que muito me atraiu e deu forças à inquietação despertada na JMJ.

Mas foi ao final da Missa, nos avisos, que senti algo mais forte ainda, porque foi falado sobre o Vocacional Aberto. Logo em seguida houve adoração ao Santíssimo Sacramento. Eu achava que iria explodir, não dá para explicar, eu olhava para Jesus e só vinha em minha cabeça: “Vocacional Aberto”.

Mesmo sem conhecer muito o Shalom nem saber o que era Vocacional Aberto, decidi-me diante de Jesus a ir. Foi a melhor escolha da minha vida! Ingressei, e em gratidão, pude entender toda a providência de Deus nesse tempo, como Ele me conduziu.

O Vocacional foi tempo de alimentar a minha amizade com Deus, de compreender o meu lugar como jovem, de experimentar do verdadeiro e autêntico Amor, que não me tirou nada, mas me deu tudo. Foi tempo de dar sentido a tudo, e entender que minha vida só terá sentido se eu puder oferecer sentido ao outro que está ao meu lado. Enfim, foi realmente um tempo de graça. Desejo, com todo o meu coração, que quem ainda não o fez, deixe-se ser conduzido por Deus nesse tempo. Você não vai se arrepender, pois é totalmente um caminho de e para a Felicidade. Shalom!

Mateus Marcelino Queiroz