O que dizer quando na aurora da vida você sofre experiências não tão positivas em família? Se vivêssemos de determinismos poderíamos pensar que nenhum passo poderia ser dado após tantos desencontros. Assim seria, não fosse um desejo vivo, tantas vezes escondido, outras, muito explicito, de ser exatamente o que Deus pensa de mim. Ele me pensou “Wedson, Filho de Deus, Shalom, Casado”, pai, feliz, à caminho.
Foram anos construindo um sonho de Deus para mim. Sem saber Ele já havia feito tanta coisa que o matrimônio se concretizou de modo tão ímpar. Aos 28 anos, esposo da Luciana, agora Senhora Araujo e tão em breve, pai… Nossa! Como explicar a alegria de ter nos braços o pequeno Gabriel. Não me disseram que seria tão bom! Estavam juntos ali: mistério, beleza, suavidade, leveza, pureza… um pedaço do céu. Tão pequeno e já me ensinando a amar, a sorrir, a ser melhor, vivendo cada vez mais fora de mim. Um novo desafio a ser desbravado pela via do serviço incansável, paciente e surpreendente – é verdade, o dom dos filhos é surpreendente!
O que dizer quando, de repente, nos idos de 2005, ainda tendo o primogênito em gestação já nos encantávamos com o nome do então Cardeal Ioseph, eleito Papa. Um simples olhar já diz tudo: Ioseph! Será o nome do nosso próximo filho, caso Deus nos envie um varão. Gabriel fora desejado desde os primórdios do nosso namoro antes da vida missionária. Em suma, NINGUÉM ME DISSE QUE SERIA TÃO BOM. Veio o Ioseph, grande amigo do meu amigo Pe. Pio de Pietreltina. Veio o Dudu, conhecido pelo nome de Matheus. Tanta ternura ao olhar aquele rebento cheio de vida e de amor… o meu Dudu!
O que dizer agora: João será o nome do menino. João Pedro para a mamãe. Então, que grande surpresa de Deus. Nosso segundo presente de Natal. Os dois primeiros são nossos presentes de Páscoa. Os três últimos, de Natal! Parece que a conta não fecha. Mas vou explicar. Em fins de 2017, no dia 26 de dezembro, nosso quinto bebê retorna para Deus, dele proveio e para Ele retornou. Tempo desafiante de entender que naquela Páscoa, no Natal, os mistérios se uniam em um “abraço esmagante” em uma “ausência torturante” que ganhou sentido quando percebi que minha família por inteiro recebeu um “abraço eterno de Deus”. Sei apenas que não se explica algo assim! O céu enche a terra de sentido. A vida eterna toca nossas mortes com poder de ressurreição.
Bom, muitas expectativas superadas pelo realismo deste amor chamado paternidade. Muitas lutas vencidas, num cansaço feliz e incessante que se surpreende cada vez mais com a capacidade de nunca paralisar no desamor, porque o Amor move tudo! Empreende o que transcende, frente aos limites e não condições deste ser agraciado, chamado Pai. Não me disseram que seria tão bom! Mas estou passando por aqui para tentar dizer que o dom de Deus é melhor do que o que se vê, escreve, ouve ou se sente. É Divino!
Shalom!
Wedson de Oliveira Araujo
Consagrado da Comunidade de Vida