O pregador oficial do Vaticano, frei Raniero Cantalamessa, falou para a Comunidade Shalom, durante a Convenção dos 35 anos, na última quinta-feira, 7 de setembro. “São Francisco está feliz porque vocês estão aqui”, disse, na Basílica de São Francisco, em Assis. “Vocês são os franciscanos de hoje. Vocês partilham com Francisco as mesmas paixões. A paz, a saudação dos franciscanos. Vocês partilham também com Francisco de Assis outra paixão: pela igreja. Assim que recebeu o mandato de ir reparar a igreja, a primeira coisa que Francisco fez foi andar até Roma. E também vocês vieram até Roma, eu sei, para reafirmar a comunhão com a Igreja.
Cantalamessa destacou o tema do dia, dentro da programação da Convenção: a misericórdia. “A palavra misericórdia na bíblia tem dois significados fundamentais: o sentimento que Deus tem em relação às criaturas e o comportamento que temos uns com os outros, porém ai de nós se colocarmos o segundo no lugar do primeiro, porque a misericórdia não é a causa, mas efeito. Então, é necessário colocar sempre no início a misericórdia de Deus para conosco. Maria, no magnificat, diz que a misericórdia de Deus se estende de geração em geração”.
“Jesus não se contentou de falar na misericórdia. Ele fez infinitamente mais. Tornou-se instrumento de misericórdia.
Água e sangue são os símbolos da misericórdia. Os rios da misericórdia que jorram. E se concretizou tudo isto em Pentecostes quando o Espírito se transformou. Nós vivemos no prolongamento desta misericórdia. A Igreja é feita de pessoas que se sentem necessitadas da misericórdia. A Igreja deve ser esse rosto da misericórdia de Deus no mundo”.
Ele destacou também outro aspecto da misericórdia. Referiu-se ao matrimônio. “Começa por amor, mas deve chegar ao sacrifício e dedicação”.
Sem querer se prolongar, após 20 minutos de intensa pregação, que tomava atenção dos 3 mil peregrinos, Cantalamessa encerrou dizendo. “Não sou autoridade, mas para mim vocês são franciscanos de ordem secular”, arrancando forte aplauso.
Carol de Castro