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No “banquete do Pai” não há fome para tanto pão…

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A Solenidade de Corpus Christi é ocasião oportuna para a Igreja mostrar ao mundo o Corpo de Cristo, presente na Hóstia Consagrada.

Nosso olhar de fé deve concentrar-se no Sacramento, em que Cristo se entregou totalmente a Si mesmo: Corpo, Sangue, Alma e Divindade. Por isso, foi sempre considerado o mais Santo: o “Santíssimo Sacramento”, memorial vivo do Sacrifício redentor.

A festa do Corpo e do Sangue do Senhor celebra e revive o Mistério Pascal, atualizando a Páscoa do Senhor. No triunfo e na oblação de Cristo Sacramentado damos ao Pai toda a honra e toda a glória.

O Corpo de Cristo é amor sacramentado. Cristo continua na Eucaristia a doação total ao Pai e a nós.

“Dai-lhes vós mesmos de comer” (Lc 9, 13). Na multiplicação dos pães, Jesus antecipa e anuncia a sua doação total, que continua no mundo através da Igreja. Somos o povo faminto que, por caminhos e desertos, leva consigo a fome de “outro alimento”.

No “banquete das criaturas” não há pão para tanta fome. Mas no “banquete do Pai” não há fome para tanto pão. Por isso, “todos comeram e ficaram satisfeitos” (Lc 9, 17). Saciados ou famintos, o Dom de Deus sobra sempre. Cestos de sobras, medidas a transbordar é a marca dos dons de Deus.

Para o Banquete da Palavra e do Pão da vida o importante é ter fome. Da “nossa fome” viverão e ficarão saciados todos os famintos do bem e da verdade, que se cruzam conosco ao longo da caminhada.

“Partiu-os e os deu aos discípulos para distribuí-los à multidão” (Lc 9, 16).

A Eucaristia é fração do pão. Exige dom e partilha. O “pão partido” na Eucaristia deve levar à partilha do pão da vida cotidiana, à partilha do “pão da caridade”, a sermos sensíveis a todos os que padecem alguma necessidade. Quem recebe Jesus eucarístico deve “assemelhar-se a Cristo”, isto é, tornar-se, com Ele, um dom para os outros. A Eucaristia será o “termômetro” permanente de nossa solidariedade e de nossa caridade. Não há Eucaristia se não houver partilha.

O Pão Sagrado que recebemos na mão e no coração, deve ser para todos o “sinal por excelência” do amor do Pai que cuida de todos os seus filhos e filhas, sem excluir ninguém do Banquete da Vida.

Pelas mãos dos Apóstolos multiplicava-se o pão abençoado por Cristo! Pelo nosso coração generoso podemos “repartir cestos e mais cestos de sobras de nossas mesas”! Há milhões de famintos pelas estradas à espera do nosso pão e da nossa caridade. Cabe a nós dar de comer a quem tem fome de pão, de justiça e de amor! Então, farei do meu corpo hóstia viva; do meu sangue, vinho de alegria.

Ao louvar, cantar e levar o Santíssimo Sacramento em procissão pelas ruas da cidade, queremos renovar nossa fé na presença real de Cristo na Eucaristia, Ele que morreu e ressuscitou por nós.

Nós que já descobrimos e vimos o rosto invisível de Cristo na Eucaristia, somos convidados a conduzir até Jesus: “Caminho, Verdade e Vida”, todos aqueles que O procuram com coração sincero. Adorando e amando a Jesus com o mesmo amor com que Maria Santíssima o amou e o adora no céu e no Santíssimo Sacramento do altar, somos também convidados a ser discípulos e missionários de Cristo para que Nele nossos povos tenham vida.

Dom Nelson Westrupp, scj

Fonte: CatolicaNet


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