“Um coração inflamado por esse amor, tudo realiza a tudo se dispõe ” (AE, 11 ) “Tudo crê, tudo espera, tudo suporta”. (ICor 13, 7)
É assim o Amor que se derrama do coração e dos lábios do Esposo das almas. É assim o coração da Sulamita que espera, ansiosa, os beijos de seu Amado (Cn 1, 2); um amor maduro, desprendido, que deságua no Amor Humano ou no Amor Celibatário. O Amor Esponsal é livre! Livre e libertador. Quebra as correntes da dependência, rompe os paradigmas e limites entre divino e humano; aproxima, revela, inflama.
O Amor Esponsal a que somos chamados diz respeito, principalmente, ao amor de Deus por cada um de nós e à nossa gratidão a Ele por nos amar com tão infinita misericórdia. Amor que vence as barreiras; amor e misericórdia que nem as torrentes das mais fortes ou profundas águas das nossas misérias, limites, dores, história, jamais serão capazes de vencer.
Como é feliz a alma que descobre em si esse Amor, que se vê alvo dele e que, por isso, se decide em retribuir com generosidade numa entrega total de si, se faz dom ao outro e ao grande Outro que se permite encontrar no rosto de cada homem e mulher desse tempo. Já não é mais tão difícil anunciar nos cumes mais elevados, nem bradar em alta voz, que “o Amor não é amado”. As distâncias foram vencidas por quem escolheu se lançar no coração do outro e partiu! Partiu apressadamente e encontrou no Amor Humano o transbordar do Amor Divino; saiu de si e encontrou nos jovens, nos pobres, o rosto d’Aquele a quem ama e se deu inteiramente por eles.
“A gratidão é a linguagem das almas esposas” simplesmente porque não há e não haverá nada maior que esse amor que trazem em si. Assim, desejam sempre dar mais, mais, mais… Filhos biológicos e espirituais para a Igreja, para Deus. Afinal, na vocação Shalom “todos são chamados a possuí-lo, todos são almas esposas de Jesus” (AE, 16).
Amanda Fontenele, Discípula da Comunidade de Vida
Missão de Natal