A cada mês, o Papa Francisco apresenta à Igreja um pedido de oração. Neste mês de abril, a intenção é pelo papel das mulheres.
Segundo a Rede Mundial de Oração do Papa, o pontífice “quer que tomemos consciência que, no mundo contemporâneo, e em muitas culturas, uma das formas mais comuns de discriminação contra as mulheres é a violência só pelo facto de serem mulheres“. Outra forma de discriminação é a desigualdade econômica, “uma vez que o seu trabalho é frequentemente subvalorizado e mal pago, para além de que as mulheres também são objeto de discriminação na política e em cargos de liderança“.
“Respeitemos as mulheres”
“Respeitemos as mulheres“, pede o Papa Francisco, “em sua dignidade e em seus direitos fundamentais“, acrescenta. Em vídeo divulgado pela Rede Mundial de Oração do Papa, o chefe da Igreja Católica chama atenção para as diversas formas de discriminação e violência contra as mulheres. Ele denuncia a mutilação genital praticada em alguns países, a exploração no trabalho e a falta de liberdade imposta às mulheres de diversas culturas.
De acordo com a pesquisa mais recente da Organização Mundial de Saúde (OMS), as maiores taxas de prevalência de violência praticada por parceiro entre mulheres de 15 a 49 anos, são de regiões da Oceania, Sul da Ásia e África Subsaariana e variam de 33% a 51%. No Brasil, segundo dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada no Atlas da Violência de 2023, a taxa de homicídios femininos aumentou 0,3% de 2020 a 2021.
Ferida no corpo de Cristo
Esta não é a primeira vez que Francisco comenta sobre os crimes contra às mulheres. Em fevereiro de 2022, por ocasião do 8º Dia Mundial de oração e reflexão contra o tráfico de pessoas, ele encorajou “cada mulher e cada menina empenhada em prol da transformação e do cuidado na escola, na família e na sociedade.” E animou os homens e meninos “a não ficar fora deste processo de transformação, recordando o exemplo do Bom Samaritano: um homem que não se envergonha de se debruçar sobre o seu irmão e de cuidar dele.
“A violência padecida por cada mulher e cada menina é uma ferida aberta no corpo de Cristo, no corpo de toda a humanidade, é uma ferida profunda que diz respeito também a cada um de nós”, declarou.
Prevenir e educar
Para Francisco, não é suficiente defender as mulheres, mas também prevenir que elas fiquem expostas as situações de violência. No seu encontro com membros da Direção Central Anticrime da Polícia de Estado italiana, em novembro de 2022, ele afirmou:
“De facto, para vencer esta batalha, não é suficiente um organismo especializado, por mais eficiente que seja; não bastam a obra de contraste e as necessárias ações repressivas. É preciso unir-se, colaborar, trabalhar em rede: e não apenas uma rede defensiva, mas sobretudo uma rede preventiva! Isto é sempre decisivo quando se procura eliminar um flagelo social que também está ligado a atitudes culturais, mentalidades e preconceitos enraizados”.
Assim, o pontífice também destaca a importância da educação das famílias, visto que os maiores índices de violência contra a mulher vêm do ambiente doméstico. “…a família não pode ser deixada sozinha. Se a maioria dos efeitos da crise económica e social recaem sobre as famílias, e se estas não forem adequadamente apoiadas, não podemos surpreender-nos que, no ambiente doméstico, fechado, com tantos problemas, certas tensões explodam”, considera.
>> Conheça o canal do WhatsApp da Comunidade Shalom
Reze a oração pelas mulheres da Rede Mundial de Oração do Papa:
Senhor Jesus, que nos deste Maria por Mãe, hoje quero agradecer-te, com toda a Igreja, por todas e cada uma das mulheres: as mães, as filhas, as irmãs, as esposas; pelas mulheres consagradas, pelas mulheres que trabalham profissionalmente… por todas, em toda a beleza e riqueza da sua feminilidade.
Mas não posso esquecer as discriminações que frequentemente atingem as mulheres. Por isso peço-te que cada pessoa, e de forma particular as mulheres – mais facilmente sujeitas à violência e abusos -, seja respeitada na sua dignidade e nos seus direitos fundamentais. Ajuda-me a ser a voz da dor das mulheres vítimas de abuso, exploração, marginalização e pressões indevidas, e a denunciar com força as injustiças a que estão submetidas.
Que deixemos espaço, Senhor, às suas ações, natural e poderosamente sensíveis e orientadas para a tutela da vida em todos os estados, em todas as idades e em todas as condições, e que valorizemos a especificidade insubstituível da contribuição feminina para o bem comum. Que, neste tempo em que a humanidade vive uma profunda mudança, as mulheres possam ajudá-la a não decair. Amém.
Obrigado por ter lido esta notícia. Inscreva-se na nossa newsletter e receba conteúdos sobre a Igreja como esse.
Com informações da Rede Mundial de Oração pelo Papa.