Intervenção do professor de Teologia de Bogotá, Silvio Cajiao
ALGO DE HISTÓRIA: As igrejas provenientes da reforma protestante se radicam em América Latina pelos grupos que emigram da Europa por motivos das guerras mundiais, ou em busca de melhores oportunidades econômicas. As igrejas, chamadas “livres”, derivaram-se propriamente das igrejas que desde os Estados Unidos empreenderam uma missão para a América do Sul de forma massiva a partir dos anos 50 e que buscaram consolidar-se em meios populares. Logo mais recentemente, entre 1975 e 1985 se tornaram independentes e iniciaram uma multiplicação sem precedentes em tendências fundamentalistas com influxo político de direita de algumas delas. Nos 90 apareceram os novos movimentos religiosos pseudocientíficos e entre eles o fenômeno da Nova Era que causam impacto nos jovens e classes altas.
PROPOSTA DOUTRINAL: Com a proveniência das igrejas da reforma e a posterior adaptação à América Latina, centraram sua prática religiosa em uma leitura fundamentalista da Palavra com uma marcada tendência ao temor a Deus e a necessidade de vinculação a “seu” grupo religioso sob pena de perder-se eternamente, portanto há ênfases na escatologia. A salvação provém mais da fé em Jesus Cristo e menos da resposta humana. As correntes que se englobam na Nova Era, por terem forte influxo oriental, têm visões panteístas e neognósticas onde a realidade de Deus como ser pessoal é negada, a identidade pessoal de Jesus Cristo se confunde com um Messias de múltiplas manifestações em diversos líderes religiosos mundiais e o Espírito Santo fica reduzido a uma força interior por descobrir. A responsabilidade interior e a pessoa se difuminam já que é uma visão determinista por aceitar a reencarnação. Pretende ser uma sabedoria científica.
INFLUXO: O maior dano estaria na introdução de elementos culturais exteriores ao enraizamento de tradição cristã católica, que se deu com elementos sincréticos, em alguns âmbitos, contudo, constituíram uma força de unidade e coesão para o subcontinente e de outra parte o compromisso de transformação das estruturas sociais pode ser vigiado.
RESPOSTA: Ante este grande avanço se faz necessária uma renovação das comunidades, diocesana e paroquial e dos modelos eclesiais vividos nelas, apontando a uma maior participação laical junto com uma formação bíblica, espiritual, catequética e aproveitando os influentes meios de comunicação social na luta pela justiça e o convite a uma Nova Evangelização. Com «Ecclesia in America» se está ante um desafio de renovação como chamado ao seguimento de Jesus Cristo em autenticidade e sendo sinal profético ante fundamentalismos e integrismos em uma sábia renovação.