Formação

O Ministério de Jesus e os Ministros de Cura

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Nós sabemos que Jesus, o Filho único de Deus, veio ao mundo para a Salvação de toda a humanidade (Lc. 4,14-2l) e (Is 6l, l4-l5).

Jesus passou 30 anos de sua vida oculto. Quando estava no tempo propício, Ele apareceu no rio Jordão para ser batizado (Lc. 3,2l), naquele momento Ele recebeu a unção do Espírito Santo. Após o batismo, cheio da força do Espírito Santo, voltou para a Galiléia (Lc 4,14), nesse mesmo capítulo v.l8 e v. 19, vemos Jesus lendo a profecia de Isaías, que fala de sua missão.

Jesus veio ao mundo para curar o homem das mais diversas enfermidades: veio sarar os contritos de coração, ou seja, curar emocional e espiritualmente, “anunciar aos cativos a libertação”.

Este é o ministério de Jesus. Esta é a missão de Jesus: salvar o homem todo, curando-o espiritual, física e emocionalmente, capacita-lo para amar os irmãos: “Amai-vos uns aos outros…” e conduzir a todos de volta ao Pai.

“Assim como o Pai me Enviou, eu vos envio” (Jo 17,17-19):

Olhando para nós os batizados, devemos ter certeza que recebemos o mesmo Batismo de Jesus e com Ele, a graça da eleição, da missão e da consagração, pois recebemos a unção do Espírito Santo , e por Ele, somos inseridos no Ministério de Jesus.

João Paulo II, na Encíclica: “Vocação e Missão dos Leigos na Igreja e no Mundo”, refere as palavras do Concílio Vaticano II, sobre a importância da missão do leigo, exaltando a dignidade sacerdotal , profética e real de todo o povo de Deus, e afirmando: “Aquele que nasceu da Virgem Maria, o Filho do carpinteiro – como o julgavam – , o Filho do Deus vivo, como confessou Pedro, veio para fazer de todos nós, ‘um reino de sacerdotes’ . O Concílio Vaticano II recordou-nos o mistério deste poder e o fato de que a missão de Cristo – Sacerdote, Profeta-Mestre, Rei – continua na Igreja. Todos, todo o povo de Deus participa dessa tríplice missão”.

“Os fiéis leigos participam do múnus sacerdotal, pelo qual Jesus se ofereceu a si mesmo sobre a Cruz e continuamente se oferece na celebração da Eucaristia para glória do Pai e para a salvação da humanidade. Incorporados em Cristo Jesus, os batizados unem-se a ele e ao Seu sacrifício, na oferta de si mesmos e de todas as suas atividades…E deste modo, os leigos, agindo em toda a parte santamente, como adoradores, consagram a Deus o próprio mundo”.

“A participação do múnus profético de Cristo, que pelo testemunho da vida e pela força da Palavra, proclamou o Reino do Pai, habilita e empenha os fiéis leigos a aceitar, na fé, o Evangelho e a anuncia-lo com a palavra e com as obras, sem medo de denunciar corajosamente o mal. Unidos a Cristo, o grande profeta e constituídos no Espírito testemunhas de Cristo Ressuscitado”.

“Ao pertencerem a Cristo Senhor e Rei do universo, os fiéis leigos participam do seu múnus real e por ele são chamados para o serviço do Reino de Deus e para a sua difusão na história. Vivem a realeza cristã, sobretudo no combate espiritual para vencerem dentro de si o reino do pecado , e , depois, mediante o dom de si, para servirem, na caridade e na justiça, o próprio Jesus presente em todos os seus irmãos, sobretudo nos mais pequeninos”.

“Assim, os fiéis leigos são chamados de forma particular a restituir à criação todo o seu valor originário. Ao ordenar as coisas criadas para o verdadeiro bem do homem, com uma ação animada pela vida da graça, os fiéis leigos participam do exercício do poder com que Jesus Ressuscitado atrai a si todas as coisas e as submete, com ele mesmo, ao Pai, de forma que Deus seja tudo em todos”.

“A participação dos fiéis leigos do tríplice múnus de Cristo Sacerdote, Profeta e Rei encontra a sua raiz primeira na unção do Batismo, o seu desenvolvimento na Confirmação e a sua perfeição e sustento dinâmico na Eucaristia. É uma participação que se oferece a cada um dos fiéis leigos, mas enquanto formam o único Corpo do Senhor. Com efeito, é a Igreja que Jesus enriquece com os seus dons, qual seu Corpo e sua Esposa. Dessa forma, os indivíduos participam do tríplice múnus de Cristo enquanto membros da Igreja, como claramente ensina o apóstolo Pedro, que define os batizados como raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo que Deus adquiriu. (1 Pd 2,9). Precisamente, por derivar da comunhão eclesial, a participação dos fiéis leigos do tríplice múnus de Cristo exige ser vivida e atuada na comunhão e para o crescimento da mesma comunhão” (Exortação Apostólica de João Paulo II: “Christifideles Laici”- pgs. 30 a 33 – Edições Paulinas).

Portanto, o ministério de cura é um serviço que os leigos prestam à comunidade eclesial. É a continuação do ministério de Jesus. Quando um ministro de cura ora por uma pessoa, ele deve ter a convicção clara de que é um instrumento do qual Jesus se utiliza para curar (Ato 3,1-8). Ele usa nossos lábios, nossas mãos, nosso testemunho de fé. Ele usa de compaixão, olhando para a dor e para o sofrimento (físico, psicológico e espiritual) do homem. O ministério de cura é o ministério do amor e o poder de Deus se manifesta no amor. É fundamental que deixemos Deus colocar em nós o Seu amor, para sermos canais de Sua graça para os irmãos. (I Cor l2 e l3).

O batizado traz em si o Espírito Santo e com Ele, os Seus dons para que os coloque a serviço do irmão para a glória de Deus. Para exercermos este ministério, precisamos ter recebido a efusão do Espírito Santo e estarmos preparados pelo Seu Poder. As curas, os milagres, as libertações são os sinais que acompanham o anúncio da pessoa de Jesus como Senhor e Salvador da humanidade. (Mc l6, 17-20). A evangelização é indispensável no exercício do ministério de cura, através do qual Jesus quer estender a Sua Salvação a todos os que dÊle necessitam. Os doentes, os feridos, os aflitos precisam ser mergulhados na salvação de Jesus, por uma experiência pessoal do Seu amor. O ministro de cura é um veículo para que esta graça aconteça na vida de muitos irmãos.

“Na Renovação Carismática, o traço mais característico da oração pelos doentes é uma fé viva no poder de Deus para curar todos os nossos males, físicos e espirituais, quer sejam julgados curáveis , quer incuráveis. Esta fé é fruto da experiência: tanto de uma experiência pessoal, porque alguém foi curado, ou foi testemunha pessoal da cura de um outro.

A experiência repetida de ver produzirem-se curas extraordinárias nas pessoas pelas quais se rezou levou muitas pessoas engajadas na Renovação Carismática a compreender que Deus as chamava especialmente a um ministério ao serviço dos doentes. Essas pessoas são aquelas que, na terminologia de São Paulo, têm carismas de curas (1 Cor l2,30). Essas curas, realizadas de modo regular através do ministério de certas pessoas, mostram que se trata, em seu caso, de um dom e de uma vocação particular que lhes vêm de Deus. Mas o ministério do dom de curas não confere ao carismático o poder habitual de curar; é Deus quem cura, quando e do modo que escolhe, para manifestar seu poder através do ministério dessa pessoa. (D. João Evangelista Martins Terra, SJ – “Os Carismas em São Paulo” – pgs.35 e 36 – Ed.Loyola)

Comunidade Católica Shalom


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