São Paulo, um dos maiores pregadores da Santa Igreja Católica de todos os tempos, incansável e apaixonado por Cristo, foi tolhido no exercício da sua missão, ao ser encarcerado. Entretanto, como não há barreiras que possam impedir a ação de quem ama verdadeiramente, São Paulo segue evangelizando e pastoreando aqueles que Deus confiou a ele, por “cartas”, pois “… a Palavra não pode ser algemada” (2Tm 2,9b). Eis como também seguimos em tempos de pandemia e isolamento social.
Vamos refletir um pouco sobre uma das formas de expressão mais sublimes do amor de Deus – O PERDÃO, remédio eficaz para o desalento das nossas almas e dos nossos corações.
O perdão é um dom de Deus. Um socorro divino perante os desafios dos relacionamentos de hoje. Acreditamos que basta querer ou decidir perdoar e eis que tudo se resolve. Esta é a nossa grande dificuldade, pois sem o auxílio do alto, se torna tarefa impossível. É importante darmos o primeiro passo, mas não desprezemos a graça de Deus, que nos capacitará no momento oportuno. Quando retemos o perdão, sobretudo por tempo considerável, adoecemos gravemente.
Amor e perdão são inseparáveis. Diria até que são sinônimos. Jesus nos ensina que não podemos amar a Deus que não vemos, e não amar nossos irmãos a quem vemos (IJo 4,20). Une num único mandamento o amor a Ele e o amor aos nossos irmãos (Jo 13,34), bem como condiciona o seu perdão a nós (no sacramento da Confissão), ao perdão que concedemos aos nossos devedores (Mt 6, 12).
Na estrada do amor autêntico
O amor é exigente, não aceita improvisos, não terceiriza, não faz esperar, nem é o que “conseguimos” dar. Na estrada do amor autêntico, nos deparamos com o desafio constante e inadiável do perdão, conforme Jesus nos fala no Diário de Santa Faustina, nº 1464: “[…] não adies o Sacramento da Confissão, por que isso não Me agrada”. E ainda, no nº 1448 Ele diz:
“Escreve, fala da minha misericórdia. Diz as almas onde devem procurar consolos, isto é, no tribunal da minha misericórdia (no Sacramento da Confissão), onde continuo a realizar os meus maiores prodígios….Para obtê-los não é necessário empreender longas peregrinações, nem realizar exteriormente grandes cerimônias, mas basta aproximares com fé dos pés do Meu representante e confessar-lhe a própria miséria….Ó infelizes, que não aproveitais esse milagre de misericórdia de Deus! Clamareis em vão….”
Esta misericórdia alcançada pelo perdão dado aos que nos ofendem e o perdão recebido de Deus, quando confessamos nossas ofensas a Ele, é o grande remédio para nossas almas e corações!
Façamos a experiência, não adiemos o perdão que precisamos dar, corramos à Santa Confissão, confiemos em Deus e vejamos se Ele não abre os abundantes reservatórios do céu sobre nós!”… Aquilo que olho não viu, nem ouvido ouviu, nem mente humana imaginou, isto Deus tem preparado para os que O amam” (1Cor 2, 9).
Andrea Sperandio
Leia Como Perdoar
A obra é uma opção para quem tem dificuldade em perdoar ou pedir perdão, mas deseja mudar essa situação. Ela oferece, em um de seus capítulos, oito passos práticos para uma vida reconciliada.
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