Estamos próximos do Natal do Senhor e vemos, ao nosso redor, um cenário que em nada se parece com um presépio humilde onde nasce o Deus do universo, Aquele que quis se abaixar na humildade. Parece mais uma corte real onde o centro das atenções não é o príncipe, senão o bobo. De fato, o papel deste é causar a distração de quem, em suas em suas soberbas bravatas, longe do real sentido do tempo em que vivemos, deixa-se arrastar por sorrisos delirantes e ilusórios causado pelos presentes e festas que se acabam como fumaça.
O que fazer quando nos deparamos com essa situação? Temos diante de nossos olhos uma manjedoura pobre e vazia, esperando a chegada de um príncipe que certamente virá, entretanto nos constrange estarmos de mãos vazias para acolhê-lo. Preparação para visita tão ilustre chama-se despojamento, silêncio e dócil coração. Quanto mais esvaziados de nós mesmos estivermos, mais feliz O faremos, quanto menos desejarmos posses mais O agradaremos, quanto mais despojados, mais livres seremos.
O banquete do qual quer ser servido até pode ter comida de boa qualidade, mas, no fundo, o que mais lhe importa é dividir a mesa, estar junto, perto, próximo, sentir-se parte, unido, aconchegado no calor dos nossos corações. Ele entende que o pouco servido com alegria torna-se sempre milagre abundante.
É difícil imaginar um príncipe pobre, mais difícil é querer sua companhia, mais difícil ainda é esperá-lo. Afinal de contas, de que mesmo nos serve um príncipe pobre? Já somos nós tão pobres. O que ele tem para nos oferecer? Sobretudo, quando podemos correr atrás do bobo, ah! Este é engraçado! Sempre tem algo para nos dar, seu saco mágico de presentes sempre tem o que nos agrada, nunca o que nos preenche, está sempre sorrindo, fazendo sorrir, principalmente as crianças, as nossas crianças. Com tanta cor, luz e presente, que criança vai querer saber do príncipe pobre? E, assim, somos acostumados, desde a mais tenra idade, a desprezar o príncipe e ficarmos com o bobo.
Vejamos bem, o príncipe é Príncipe da Paz, filho da Rainha da Paz, destinado a ser Rei do universo. Seu Reino não terá fim. Nunca é tarde, vamos juntos encontrá-lo! Um bom e santo Natal.
Rafael Brito
Edição: Emanuele Sales