I. INTRODUÇÃO
A evolução da tecnologia, das técnicas de trabalho, do conceito de qualidade, também novos métodos de administração vêm transformando o mundo do trabalho de forma acelerada o que vem dando cada vez mais eficácias às “empresas do mundo”, pela maior produtividade, menor desperdício e melhor lucratividade.
Dentro desta mudança de mentalidade, o conceito de lucro também tem se socializado. Antes era de benefício exclusivo dos acionistas, hoje já se fala na divisão com os colaboradores também com a crescente necessidade de evolução, o lucro das empresas passou a ser investido quase que integralmente no próprio negócio.
Analisando este panorama, vendo toda esta evolução, toda eficácia e conseguinte prosperidade conseguidas pelas “empresas do mundo”, vemos que uma Obra de Evangelização, que é na prática uma empresa prestadora de serviços para a comunidade, através da palavra de Deus, não poderia ficar à margem deste processo, pois tudo produzido pelo homem através dos seus dons e talentos são graças concedidas por Deus (‘Os bens, os males, a vida, a morte, a pobreza e a riqueza, tudo vem do Senhor. Sabedoria, instrução e ciências vêm do Senhor” – Eclo 11, 14-15).
Fazendo então um paralelo entre as duas realidades, poderemos ver que em tudo poderemos fazer uma analogia:
EMPRESA DO MUNDO EMPRESA DE DEUS
1. Ganhar Mercado 1. Evangelizar mais pessoas
2. Fazer publicidade para vender mais 2. Usar a publicidade para aumentar seu “rebanho”
3. Cliente: aquele que compra seus produtos 3. Cliente: aquele que recebe os serviços de evangelização
4. Cliente ideal: aquele que permanece consumindo os seus produtos 4. Cliente ideal: o convertido para Deus
5. Marketing: conquistar clientes através da satisfação das suas necessidades 5. Marketing: converter pessoas através do contato com Deus
6. Política orçamentária: viabiliza o funcionamento e o crescimento das empresas, através do emprego correto de recursos 6. Idem
7. Planejamento: minimiza os erros e maximiza as possibilidades de alcançar os objetivos 7. Idem
8. Planejamento estratégico: dá o direcionamento da empresa em relação a todas as políticas: comercial, financeira, investimentos, etc. 8. Planejamento estratégico: uso da eficácia para os recursos disponíveis afim de melhor cumprir a vontade de Deus para a Obra.
Agora você pode estar pensando: mas a obra é de Deus, e não precisamos de nada que Deus faz tudo. Ora se formos analisar a passagem de Jesus na terra, em tudo ele se utilizou do homem, a começar pela utilização das condições humanas para estar entre nós. Vejamos o milagre de Lázaro – Ele solicitou que os homens afastassem a pedra do túmulo para que o ressuscitasse. Assim sendo, não é justo que as suas graças, talentos, providência e até a tecnologia dadas por Ele para a obra, sejam usadas de forma a não se obter o melhor rendimento possível.
Jesus também disse: “Sede perfeitos como vosso pai é perfeito”, o que nos deixa concluir que a busca da profissionalização dentro da obra de Deus é a nossa obrigação, e condição para prestarmos um serviço de qualidade para o nosso Deus.
Finalmente, devemos ter a consciência de que um rebanho muito grande ainda aguarda ser evangelizado, pois está buscando Deus em falsas doutrinas, em seitas, etc, e que a nossa “companhia de pesca”, como dizia o Ronaldo, deverá estar equipada com redes fortes e sem furos, isto é profissionalizada.
II. O PLANEJAMENTO COMO PRIMEIRO PASSO PARA A PROFISSIONALIZAÇÃO
O planejamento, em seu conceito mais simples, é uma preparação de uma ação futura, visando maximizar a chance de êxito.
Ele se faz presentes nas ações mais simples de nossa vida, como passar um fim de semana fora, ou convidar alguém para almoçar na sua casa. A medida que as ações futuras vão se tornando mais complexas, o ato de planejar vai exigindo mais preparo e habilidades.
No nosso trabalho dentro da obra, o planejamento deverá ser parte do nosso cotidiano, pois é a única forma de se alcançar os objetivos que o Senhor nos dá, de forma a desperdiçar o mínimo de recursos humanos e materiais.
O que é necessário ao planejamento?
Como a sua vida espiritual necessita de oração para existir, assim o planejamento necessita das informações como matéria-prima. Assim, quanto maior o número de informações e mais fidedignas elas forem, melhor será o seu planejamento.
Como planejar?
1° Estabeleça metas, tenha claramente definidas os seus objetivos
2° Estabeleça prazos para alcançar estas metas
3° Estabeleça um plano de ação para atingir as metas no prazo estabelecido.
4° Buscar todas as informações necessárias a execução do planejamento
5° Ponha o plano de ação em andamento, fazendo a distribuição das tarefas por seguimento.
Onde buscar as informações?
O pré-requisito para se ter uma estrutura geradora de informações confiáveis é a … Isto mesmo, é a ORGANIZAÇÃO. Por isto mesmo o Moisés, juntamente com o Joãozinho e o Bosco, estão liderando uma reforma na estrutura organizacional da Obra Shalom.
III. A QUALIDADE COMO FRUTO DA PROFISSIONALIZAÇÃO
“O nosso alvo é a santidade”, já diz o rhema da obra Shalom para o ano de 1996. Mas o que é a santidade? Isto mesmo, é a perfeição. É a perfeição espiritual, é a perfeição do modo de vida e é a perfeição dos nossos serviços.
E o que é a perfeição?
É a qualidade máxima a ser atingida
Desta forma nós somos chamados à Qualidade, a tê-la como alvo, à buscá-la continuamente. Mas
para isto é preciso conhecê-la bem para podermos praticá-la.
O conceito de qualidade evoluiu muito em 20 anos. Antes se falava de uma qualidade específica, dentro de determinados setores. Nas empresas, por exemplo a qualidade era de responsabilidade exclusiva dos departamentos de produção.
Mas veio uma mudança revolucionária no mundo da administração a partir da década de 70 – o fenômeno japonês.
Vocês imaginam um país com as dimensões do estado do Piauí, com uma população do tamanho da do Brasil, arrasado por duas bombas nucleares, subjugada pelos vencedores da guerra e com as reservas bloqueadas e saqueadas a título de indenização de guerra. O que se esperava do futuro de um país assim? Isto mesmo. Uma outra Uganda da vida. Um país falido com o povo morrendo pela inanição. Pois bem, este mesmo país é hoje a 2a economia do mundo com o PIB (produto interno bruto) de U$ 3, 5 trilhões de dólares, isto é, quase 2x mais rico que uma Alemanha (o país mais rico da Europa) e dez vezes mais rico que o nosso Brasil.
Com esta performance, os olhos do mundo se voltaram para o modelo de administração japonês, e que para surpresa geral, o conceito de qualidade lá encontrado deferia do resto do mundo até então.
Para o japonês a qualidade não existe se ela não for total. Isto significa, que se uma empresa tiver os melhores equipamentos, a melhor tecnologia, os mais experientes e competentes diretores, mas um cliente é mal atendido por uma simples telefonista, nada adianta a tecnologia, os equipamentos e a competência dos seus diretores, a qualidade ruim num simples telefonema.
Mas olhem como é simples e sábio este conceito de qualidade: a qualidade só existe se ela acontecer em todos os níveis da empresa. E é verdade! Não adianta alguma coisa só ter qualidade dentro de uma organização, ela só existirá se for TOTAL.
Já viram como isto tem sentido?
Vocês imaginem um ministério de seminário da Obra Shalom dando um “Show” de organização, nas palestras, na unção, etc, trazendo “ovelhas” para o “rebanho”, se quando iniciar o grupo de oração, faltar pastores ungidos e preparados, não houver formação adequada, faltar ministro de música? A qualidade não existiu e nem o esforço empreendido.
O que fazer então para buscar a qualidade?
1° Passo: Querer evoluir e desenvolver – cada indivíduo é um organismo vivo dentro da organização e deve sempre procurar crescer e evoluir, sob pena de se atrofiar e se tornar improdutivo. Como crescer? Procurando sempre melhorar. No dia em que um profissional se sentir pleno, este estará condenado à decadência.
2° Passo: Desenvolver o espírito de equipe – “a união faz a foça”. Ninguém consegue nada sozinho, o trabalho coletivo, na unidade, fraternidade, este sim é vencedor. A simplicidade e humildade são requisitos fundamentais para o trabalho em equipe. Ninguém é melhor que ninguém, o resultado geral é o que interessa
3° Passo: Utilizar a qualidade no seu dia-a-dia
– Qualidade é respeito aos clientes (“ovelhas”) e a empresa (obra)
– Qualidade é atendimento (acolhimento)
– Qualidade é empenho
– Qualidade é compromisso
– Qualidade é busca contínua
– Qualidade é erro zero
– Qualidade é “aqui e agora”
4° Passo: ter perseverança nas mudanças. Toda mudança é difícil e traumática. Mas devemos perseverar.
IV. EFICÁCIA COMO ARMA PARA O DISPERDÍCIO
Estudos feitos na comunidade de Oxford (Inglaterra). Dividiram a humanidade em três tipos de pessoas, com relação e capacidade empreendedora:
1°) As pessoas que fazem as coisas acontecer. Aquele tipo de gente criativa, que está sempre se aprimorando, modernizando, inventando métodos, etc. Estes representam menos de 5% da população.
2°) As pessoas que tem conhecimento das coisas que estão acontecendo. Estas são informadas das mudanças, e em alguns casos produzem algum tipo de mudança visando acompanhar a evolução. Representam 15% do total.
3°) As pessoas que nem sabem o que está acontecendo. É aquele tipo de gente que passa anos e anos fazendo o mesmo tipo de coisa, desatualizado, trabalhando da mesma forma e se tornando improdutivos. Infelizmente estes representam 80% do total. Que desperdício hein?
O que será que diferencia estas pessoas? Para entender isto, vamos analisar o conceito de duas palavras. Eficiência e eficácia. A eficiência é o ato de se fazer as coisas bem feitas. A eficácia é fazer o que deve ser feito para alcançar o melhor resultado possível. Em outras palavras, o eficiente é aquele que faz tudo direitinho, mas sem inovar, sem buscar novos métodos de fazer sempre melhor, com menos desperdício, enfim sem evoluir. O eficaz, pelo contrário é o inovador, está sempre atrás de melhores soluções, com menor desperdício de tempo de recursos humanos e materiais.
O uso da eficácia na Obra de Deus é fundamental para atendermos bem a nossa missão, já que tanto os recursos humanos como os materiais são escassos e o rebanho para ser evangelizado (receber os nossos serviços) está cada dia maior.
V. DE TEORIA A PRÁTICA
As regras para administrar bem são: a simplicidade, a praticidade e a eficácia. As estruturas grandiosas, os controles complicados, o excesso de papelada, nada disso surte efeito, pelo contrário, hoje as empresas estão fazendo uma “reengenharia” nas suas estruturas para torná-las leves, simples, práticas e eficazes.
O Shalom não foge à regra. O que precisamos para executar bem o nosso chamado é administrar bem os recursos humanos e materiais providos pelo Senhor.
Para entender um pouco esta administração, é preciso entender um pouco seu funcionamento. A obra é dividida em linhas quais em três grandes áreas: a área de serviços, onde estão o núcleo pastoral, o núcleo vocacional e o núcleo de promoção humana, a área de formação, onde entra o núcleo de formação e área administrativa-financeira, que provém e administra os recursos financeiros e estruturais da Obra, que inclui o NAF, as edições, o colégio, o colégio, ou seja a parte empresarial.
Estas áreas funcionam como engrenagens interligadas, que tem que andar em sincronismo (unidade). O crescimento de uma área, significa que a outra têm que absorver o adicional de serviços e recursos para fielmente cumprir o seu papel, dentro da nova realidade.
É por isso que é necessário o empenho de todos. Mas este problema de crescimento não é meu, pode alguém pensar. É do Moisés e da Emmir, do Bosco, do Joãozinho, não tenho nada com isto, sou apenas um participante. É não! Meu irmão Deus te colocou no Shalom para ser uma pequena engrenagem na grande máquina, que tem que estar em harmonia com o todo. Quando as grandes engrenagens se movem estas necessitam das pequenas estarem em harmonia, sob pena de desperdício de esforços e recursos.
Mas o que fazer para ser uma “engrenagem” eficaz?
Participando mais. Fazendo calar no seu coração as reformas estruturais que o Shalom está fazendo em todas as áreas. Procure informar-se das mudanças, procure fazer parte delas, dar seu apoio, colabore, ore por elas, dê sugestões, entregue (construtivamente), enfim, faça parte da minoria que faz as coisas acontecere