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Luta pela vida: a comovente história da pequena Indi Gregory

Contra a vontade dos pais, aparelho que mantinha de bebê de apenas oito meses respirando, foi desligado.

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FOTO: PEXELS.

Na última semana, um assunto delicado voltou a ser repercutido nas redes sociais, a eutanásia, mas desta vez o tema revelou uma face mais desconhecida da sociedade: a eutanásia passiva, que é a suspensão de tratamentos em pacientes considerados incuráveis.

Isso porque, na Inglaterra, Indi Gregory, uma bebê de apenas oito meses de vida que sofria com uma rara patologia mitocondrial, considerada incurável pelos médicos que cuidavam do seu caso, teve os aparelhos que a mantinham respirando desligados contra a vontade de seus pais.

A família chegou a recorrer ao Tribunal de Apelação, e com a ajuda de um grupo pró-vida, a pequena Indi recebeu a cidadania italiana e o hospital infantil do vaticano Bambino Gesú se ofereceu para dar continuidade ao tratamento dela.

Entretanto o Tribunal Superior de Londres negou nos últimos dias a possibilidade de uma transferência para a Itália e prosseguiu com a decisão de desligar seus aparelhos. 

Caso Indi tivesse sido transferida, seria feito sem nenhum custo para os contribuintes do Reino Unido.

No último sábado (11), por meio de comunicado do diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, o Papa Francisco expressou sua compaixão pelo caso:

“O Papa Francisco abraça a família da pequena Indi Gregory, seu pai e sua mãe, reza por eles e por ela, e dirige seu pensamento a todas as crianças que, nestas mesmas horas, em todo o mundo, estão vivendo com dor ou arriscando a vida por causa de doenças e guerras”.

Após a recusa dos juízes ingleses em aceitar o recurso apresentado pela mãe e pelo pai, a menina foi privada dos suportes vitais que a mantêm viva no Queen’s Medical Centre em Nottingham e transferida para um hospício para doentes terminais.

Pais de Indi Gregory recorrem a justiça para não desligarem os aparelhos da filha. FOTO: Distribuição

O que a Igreja pensa sobre a Eutanásia? 

A palavra eutanásia, de origem grega, se caracteriza em pôr fim à vida de uma pessoa doente ou deficiente com o intuito de abreviar seu tempo. Esse procedimento, seja quais forem os motivos e os meios, fere à dignidade humana e o senhorio de Deus – “(…) somente eu sou Deus, e não há outro além de mim. Eu tiro e chamo à vida” (Dt 32,39).

Acrescenta o Catecismo da Igreja Católica ao dizer que é: “(…) uma ação ou uma omissão, que em si ou na intenção, gera a morte a fim de suprimir a dor constitui um assassinato gravemente contrário à dignidade da pessoa humana e ao respeito pelo Deus vivo, seu Criador” (CIC 2277).

Compreendendo que a vida é dada por Deus e só Ele pode retirá-la não cabe aos desejos humanos, mesmo que pensando agir de boa-fé, ordenar o tempo de vida do próximo. É preciso deixar Deus ser Deus, viver a obediência, suportar as dores com olhar de fé e recordar que “os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada” (Rm 8,18).

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A Igreja Católica, por meio do Catecismo, ainda complementa que diante da morte “iminente, os cuidados comumente devidos a uma pessoa doente não podem ser legitimamente interrompidos” (CIC 2279). Ou seja, o uso de analgésicos e cuidados paliativos não devem ser suspensos, gerando assim uma privilegiada caridade. E que a interrupção em de procedimentos médicos onorosos, perigosos ou desproporcionais aos resultados esperados é legítimo. Pois, não se quer abreviar a morte, e sim “aceita-se não poder impedi-la” (CIC 2278).

“Disse-lhe Tomé: ‘Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho? Jesus lhe respondeu: ‘Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim'” (Jo 14,5-6).

 

Com informações de Vatican News e ProVita e Famiglia IT.

 


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