A Santa Sé, por meio do observador permanente nas Nações Unidas, dom Gabriele Caccia, comentou o olhar da Igreja sobre a utilização do espaço sideral na 77ª sessão da Assembleia Geral da ONU, realizada em Nova York no final de outubro deste ano.
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“Os horizontes de nossa casa comum estão em constante expansão. Tudo isso deve ser usado para melhorar as relações pacíficas entre os Estados, garantindo que os benefícios das novas tecnologias cheguem a todos”.
O arcebispo manifestou ainda em seu discurso uma preocupação particular:
“A região do espaço sideral mais próxima da Terra está se tornando cada vez mais repleta de satélites, e esta concentração convida à competição para assegurar o número limitado de órbitas preferenciais”.
De acordo com o religioso, a “sustentabilidade dos usos pacíficos existentes” é assim ameaçada. Ele ainda comentou que é urgentemente necessário um acordo sobre sistemas de governança que realmente promovam o bem comum.
O observador da Santa Sé também apontou as prioridades no âmbito da cooperação internacional no uso pacífico do espaço. Para ele, é necessário primeiro a sustentabilidade futura da atividade espacial, que exige que todos os Estados cooperem para limitar a criação de novos detritos espaciais. Outra urgência, segundo o bispo, é “equilibrar os interesses comerciais com os da pesquisa científica”.
Dom Gabriele Caccia afirmou ainda que o espaço constitui “um bem comum”. E os benefícios “devem ir para todos os Estados, independentemente de seu nível de desenvolvimento”.
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