Formação

O que a Igreja Católica fala sobre a Cremação?

Neste artigo, Carmadélio Souza explica qual a orientação da Igreja Católica sobre prática da cremação dos mortos

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IMAGEM: REPRODUÇÃO DIOCESE DE JOINVILLE

Sim. A Igreja recomenda insistentemente que os corpos dos defuntos sejam sepultados no cemitério ou num lugar sagrado. Enterrando os corpos dos fiéis defuntos a Igreja confirma a fé na ressurreição da carne e deseja colocar em relevo a grande dignidade do corpo humano como parte integrante da pessoa.

Não pode, exatamente por isso, permitir comportamentos e ritos que envolvam concepções errôneas sobre a morte que muitas vezes podem acompanhar a cremação:

Seja o aniquilamento definitivo da pessoa;
Seja o momento da sua fusão com a ‘Mãe natureza ou com o universo’;
Seja como uma etapa no processo da reencarnação;
Seja ainda, como a libertação definitiva da “prisão” do corpo.

No entanto, a Igreja não vê razões doutrinais para impedir a cremação do cadáver já que tal ação não toca o espírito e não impede à onipotência divina de ressuscitar o corpo.

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Algumas ressalvas

Quaisquer que sejam as motivações legítimas que levaram à escolha da cremação do cadáver, as cinzas do defunto devem ser conservadas, por norma, num lugar sagrado, isto é, no cemitério ou, se for o caso, numa igreja ou num lugar especialmente dedicado a esse fim determinado pela autoridade eclesiástica.

A conservação das cinzas num lugar sagrado pode contribuir para que não se corra o risco de afastar os defuntos da oração e da recordação dos parentes e da comunidade cristã. Por outro lado, deste modo, se evita a possibilidade de esquecimento ou falta de respeito que podem acontecer, sobretudo depois de passar a primeira geração, ou então cair em práticas inconvenientes ou supersticiosas.

Pelos motivos mencionados, a conservação das cinzas em casa não é consentida, as cinzas, no entanto, não podem ser dividias entre os vários núcleos familiares e deve ser sempre assegurado o respeito e as adequadas condições de conservação das mesmas.

Para evitar qualquer tipo de equívoco panteísta, naturalista ou niilista, não seja permitida a dispersão das cinzas no ar, na terra ou na água ou, ainda, em qualquer outro lugar. Exclui-se, ainda a conservação das cinzas cremadas sob a forma de recordação comemorativa em peças de joalharia ou em outros objetos, tendo presente que para tal modo de proceder não podem ser adotadas razões de ordem higiênica, social ou econômica a motivar a escolha da cremação

Referência: “Ad Resurgendum cum Christo”

Por Carmadélio Souza

 

 


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