Para quem é católico e vive o propósito de ter um namoro casto e chegar ao casamento crescendo cada vez mais na virtude, deixando a experiência do sexo – que não envolve apenas união física – para o ambiente definitivo do matrimônio, eu recomendo:
– Tirar o foco das proibições, do “não pode”; É importante, claro, estabelecer limites claros, ainda que não ditos ou ditos. Fazer da proposta proibitiva o objetivo do namoro aumenta potencialmente o risco de falhar na intenção final. O objetivo final do namoro não é = “não fazer sexo”; Parece estranho, né? Mas, ao mesmo tempo em que o tempo do namoro não é o tempo da intimidade física, não é também o tempo de ficar só pensando em como se livrar “das ocasiões de pecado”. Não sei se deu pra entender.
– Namorar é, antes de tudo, uma relação de amizade. E amizade envolve liberdade, alegria, confiança, conhecer coisas juntos, conhecer o outro, conhecer a outros. Abrir-se aos amigos, à família, à oração, à caridade, ao serviço. Namoro não é = se encontrar para trocar beijos calientes ou repetir as condutas do pessoal da Malhação (Malhação ainda passa na TV? Rs). É mais, muito mais! É um belíssimo horizonte de conhecimento e autoconhecimento. A pessoa que está diante de você tem uma longa história – antes de você chegar na vida dela – e é um espaço sagrado.
– Namorar não é o tempo em que você se vê livre de conhecer os outros estados de vida: sacerdócio e celibato. É evidente que, já no namoro, as janelas vão se fechando à medida em que o tempo passa e você vai se decidindo pelo outro [que janelas são essas? Vou exemplificar: não posso ficar namorando, namorando, namorando indefinidamente e, ao mesmo tempo, nutrir dúvidas persistentes com relação a outras possibilidades e nunca me posicionar diante delas]. Mas no namoro a gente tem a grande chance de se aproximar, numa atitude de comunhão, dos demais estados de vida. Se essa aproximação gera pânico e desespero, tem algo errado. Precisa avaliar com cautela. Ela deve ser motivo de alegria, segurança e seta para o matrimônio, já que estamos falando de escolhas – ainda que futuras – definitivas e maduras.
– Há coisas na vida que nos expõem tão intimamente e profundamente, que precisam de um ambiente seguro, sacramental e maduro para serem vividas. Concordando ou não, a experiência conjugal é assim.
– No mais, namorar é uma delícia! Vale a pena. Um namoro casto então… Casar é melhor ainda. Recomendo. Ter filhos, então. <3 Tem dia para tudo: para morrer de raiva, de alegria, de cansaço, de dor, de amor. Tem dia pra tudo, tem tempo pra tudo.
Missionária da Comunidade Aliança Shalom