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O que é traguardo?

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O que é traguardo? Também não sabia, até que escutei a excelente homilia do Pe. Denys Lima, que partilho com você:

“Na passagem da Transfiguração, Pedro diz: ‘É bom, Senhor estarmos aqui’. Ele expressa o desejo mais profundo de nossa alma, que é estar com Deus, viver com ele, ser amigo dele; o desejo do céu. A oração na nossa vida não é simplesmente uma obrigação, mas a busca de ser o que somos realmente. A busca da amizade com o Senhor.

A maioria de nós já tivemos a experiência de fazer trilha em uma montanha. Ao caminhar, só vemos aquela picada estreita sob nossos pés e árvores e mato à nossa frente. Não é uma visão agradável. No fundo, continuamos a caminhar porque nosso desejo é chegar ao cume do monte.

Em italiano, há uma palavra usada para esse ponto ápice, no pico da montanha, para o momento em que posso olhar e ter uma visão ampla, do alto. É o momento em que o mato e as árvores não nos deixam mais com a visão tão fechada, focada na picada sob nossos pés, mas podemos olhar do alto do monte, olhar a partir de cima, com ampla visão da paisagem. A palavra é traguardo.

A vida de oração é sempre esse traguardo. Voltar o olhar para Deus a partir de um momento mais profundo. É sempre importante buscar esse traguardo, esse momento em que a visão se abre e podemos olhar para Deus de forma mais profunda e também olhar para nossa vida a partir do olhar do Senhor.

Essa deve ser nossa busca na vida de oração: que o Senhor se transfigure constantemente para nós a fim de que possamos olhá-lo com mais profundidade.

É ‘bom estarmos aqui’, como diz Pedro, porque, no fundo, fomos feitos para estarmos assim. Foi o pecado que nos afastou da visão de Deus. Entretanto, não fomos feitos para viver afastados dele, nem mesmo quando estamos peregrinando nesta terra, que não é nosso habitat natural. Nosso habitat natural é o próprio Deus.

Se, pela oração, somos chamados a avaliar o que já passou, tantas outras vezes somos também chamados a desejar o traguardo. É verdade que muitas vezes temos que descer no caminho para reavaliar e continuar na nossa estrada. Mas isso só deve ser feito para continuar desejando o traguardo, ainda que nos defrontemos com as dores e desafios do caminho e da realidade desafiante da dor, como aconteceu aos discípulos.”

Leia também: 50 tons de ilusão

Maria Emmir Oquendo Nogueira

TT @emmiroquendo

www.facebook.com/mariaemmirnogueira

Coluna da Emmir – comshalom.org

Revista Shalom Maná: Artigo “Entrelinhas”


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