A Fundação Gates anunciou através do próprio site que “decidiu não mais financiar o aborto”. A fundadora e esposa de Bill Gates, Melinda Gates disse: “Eu entendo que o debate sobre o aborto vai continuar, mas misturá-lo com o consenso sobre muitas das coisas que precisamos fazer para manter as mulheres saudáveis, é um erro”.
Essa notícia, a princípio, pode ser mais um retorno positivo dos anos e anos de lutas pró-vidas realizadas nos Estados Unidos. Para quem não sabe, esse país possui inúmeras ONGs pró-vidas bem organizadas, eficientes e repletas de jovens. Existe até uma ONG chamada “Ateus Pela Vida”.
A esposa do fundador da Microsoft, entretanto, acrescentou a esse comunicado uma afirmação totalmente contraditória: “Nós fizemos esse grande avanço para as mulheres no pré-natal ao fornecer os anticoncepcionais que elas querem, e ao incentivar os cuidados adequados e nutrição para os recém-nascidos, e precisamos seguir em frente”.
O que, afinal, a Fundação Gates promove?
A Fundação Bill & Melinda Gates, classifica-se como um organismo promotor do “planejamento familiar” e do “combate” à pobreza. Para alcançar êxito em seus objetivos, seus fundadores utilizam os meios mais absurdos como o financiamento sistemático de práticas abortivas e esterilizações em países miseráveis. Veja, não existe qualquer ajuda financeira para as famílias pobres que queiram ao menos manter vivos os filhos já nascidos. Não há apoio para a saúde materna ou infantil. Seus principais parceiros têm se engajado em campanhas de aborto e esterilização forçada.
Melinda Gates, na verdade, afirmou apenas que não financiará mais o aborto cirúrgico e sua fundação permanecerá não só financiando a cultura de morte como tem se unido a governos (incluindo o do Brasil) que apoiem suas propostas anti-evangélicas, criando assim, a chamada “Cúpula da Contracepção Gates”. Por exemplo, em parceria com o Reino Unido, foi fechado um acordo para a promoção de serviços e direitos de saúde sexual e reprodutiva, e para buscar fazer pressão sobre os legisladores para oferecerem, via Governo, mais dinheiro para informações e serviços contraceptivos. O observador permanente da Santa Sé ante as Nações Unidas em Nova Iorque, Dom Francis Chullikatt, recorda que essa atitude é “altamente irresponsável e contraproducente de parte dos governos”.
É preciso lembrar que ao contrário dessas organizações, a Igreja ensina que é através da promoção da família que o mundo será salvo da pobreza. Incansavelmente o Vaticano tem se pronunciado na ONU, como a única voz que clama no deserto árido das Nações Unidas, que faltam medidas que abordem as causas da pobreza através de políticas sensíveis às famílias e que apoiem a estabilidade da mais fundamental das instituições sociais.
A “opção” de Gates por não mais financiar abortos cirúrgicos pode ser, para nós, um sinal para fortalecer nossa esperança. Essa possível luz deve motivar mais ainda nossas orações, testemunhos e ações a favor da vida. É possível uma mudança e ela já está acontecendo claramente na mentalidade das pessoas. Pesquisas apontam que, no mundo inteiro, a opinião pública a favor da vida só cresce.
Rezemos para que inúmeras instituições e fundações como a de Bill Gates finalmente compreendam que a solução para exterminar a pobreza não é o extermínio das famílias, mas o seu fortalecimento e proteção desde o útero materno.
Por fim, é muito importante manter-se informado e, após a tomada de consciência, unir oração, estudo e ação para combater a cultura de morte em nossa sociedade. Que ela comece através da abertura das famílias católicas à vida de forma incondicional. O mundo se converterá ao ver em nossos lares “como eles se amam” e o quanto temos vida, e “vida em abundância”.
Hannele Araújo