Co-fundadora da Comunidade Católica Shalom |
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Shalom Maná: Como aconteceu a sua primeiraexperiência com Jesus?
Maria Emmir: A fé foi sempre uma presençaforte em minha família e em minha educação. Sou imensamente grata a meus pais,tios e avós pelo dom da fé vivida. A experiência com Jesus Ressuscitado,entretanto, deu-se em duas etapas: a primeira, no Cursilho de Cristandade, nosegundo semestre de 1976 e a segunda, decisiva, no Seminário de Vida noEspírito Santo no primeiro semestre de 1977.
Shalom Maná: Em que aspectos a sua experiênciafamiliar favoreceu o seu encontro com Deus?
Maria Emmir: Na família de meus pais, como disse, a fé e aprática da religião católica sempre foi um aspecto importantíssimo em minhaeducação. Além disso, sempre estudei em escolas e faculdade católicas, até virpara Fortaleza. Quanto à minha família, foi o Sérgio, meu marido, o primeiro air ao Cursilho e me “puxar” para fazer, também, meu encontro. Embora tenhasempre tido fé, quis a providência divina que eu viesse encontrar Jesus Vivo ea vocação em Fortaleza. Mistérios de Deus.
Shalom Maná: Como você descobriu a sua vocaçãoShalom?
Maria Emmir: Como você sabe, não se chamava de“vocação” o que vivemos no começo. Para mim, o encontro com o que hoje chamamosde “vocação” foi o encontro com o Moysés. Ao ouvi-lo conversar, pregar,evangelizar, eu encontrava algo que parecia sempre ter buscado. Hoje chamamosisso de “vocação Shalom”.
Shalom Maná: O que significa ser co-fundadora?
Maria Emmir: É muito difícil responder a esta pergunta, poisse trata de algo que se é e não de algo que se faz. Um carisma específico dadogratuita e livremente por Deus. Por um lado, a gente fica pasma diante daescolha inexplicável de Deus e sua “loucura” de nos confiar algo tão maior quenós. Por outro lado, esta perplexidade se torna ainda mais profunda porque nãose sabe direito o que é, afinal, um co-fundador, pois cada fundador e cadaco-fundador têm características individuais e únicas, uma vez que o carisma quelhe foi dado faz parte de sua identidade pessoal. Finalmente, diante daresponsabilidade que se sabe ter, mas que não se conhece bem, vem o temor etremor ao se olhar para a própria fraqueza e a grandeza do Carisma. Só nosresta confiar na infinita misericórdia de Deus. Para responder a sua pergunta,poderia dizer que ser co-fundador é viver em um estado de perplexidade,gratidão, responsabilidade, louvor, constrangimento e desejo de dar-se sempremais a Deus, aos irmãos, à Igreja, ao Carisma.
Shalom Maná: Qual a diferença dos desafios doinício da Comunidade com os atuais?
Maria Emmir: Como o Moysés diz na Carta àComunidade, os desafios como que se repetem com nuances características daépoca. Hoje, com o Reconhecimento Pontifício, temos mais segurança interna eexterna de que se trata de uma Obra de Deus e isso nos faz crescer emconfiança, tranqüilidade e responsabilidade. Como afirma o Moysés, não há nadanem ninguém capaz de destruir uma autêntica Obra de Deus.
Shalom Maná: O Moysés sempre constatou que aObra era maior do que nós. Qual a sua reação diante desta realidade?
Maria Emmir: Confirmo! Confirmo! Confirmo! Ébelo, muito belo mesmo, contemplar o que Deus faz apesar de nós. Faz muito bemconstatar o quanto não somos nós os autores de nada que se refere à Obra e aoCarisma. Dá grande segurança saber que tudo é de Deus e tudo vem Dele.
Shalom Maná: Como mãe espiritual da Comunidadequal a sua maior alegria e a maior dor?
Maria Emmir: Maior alegria: ver a comunidadecrescer em santidade e em número. Maior dor: ver um irmão querido partir.
Shalom Maná: Com o crescimento e a aberturadas primeiras missões como foi sua experiência nesta questão?
Maria Emmir: A abertura da primeira missãofoi, para mim, uma experiência única, pois em uma oração recente havíamosrecebido de Deus, através de Maria, uma ordem: “Quebrem os muros. Saiam! É horade sair!” Já na primeira missão internacional, tive um grande consolo ao ver oprofetismo do Moysés que, já em 1983 afirmava: “A Vocação Shalom é universal. Épara o mundo!”
A nível de formação, a primeira missão me trouxe um tempo deansiedade quanto a manter a unidade da formação e, portanto, ao redor doCarisma, então com apenas 10 anos de expressão. Com o tempo, Deus nos foi dandograça, sabedoria, recursos técnicos e sobretudo a fidelidade dos irmãosmissionários que nos garantiram esta unidade.
Shalom Maná: Qual a importância da formação navocação Shalom? Qual a sua ação?
Maria Emmir: Como em toda vocação, a principal missão daformação é ajudar os irmãos a viver o Carisma o mais perfeitamente possível,mantendo a unidade e a fidelidade fundamentadas nele. Toda formação supõe,portanto, além do conteúdo o pastoreio adequado. A formação tem que agir semprecom dois braços: o do conteúdo e o do pastoreio pessoal de cada irmão e da vidacomunitária como um todo, a fim de que o conteúdo se transforme em vivência.Conteúdo sem pastoreio não seria formação, seria informação. Pastoreio semconteúdo correria o risco de ser arbitrariedade.
Shalom Maná: Ainda em relação à Formação, oque você espera de seus filhos e filhas?
Maria Emmir: Que a formação os ajude a sermais santos e fiéis ao Carisma, lembrados de que sem sua cooperação ativa paraa formação nem o Espírito nem nós podemos fazer nada.
Shalom Maná: Você poderia contar algunsdetalhes de seus encontros com os Papas João Paulo II e Bento XVI?
Maria Emmir: Encontrei-me com ambos apenas emaudiências públicas ou para um grupo particular. Com João Paulo II, estive em1981, com um grupo da RCC de todo o Brasil, nos jardins do Vaticano, gruta deNossa Senhora de Lourdes. Foi um momento muito especial onde, pela primeiravez, tivemos “a coragem” de orar em línguas diante de um papa. Outro dia recebido Robério, coordenador da RCC do Ceará, um vídeo que mostrava a reação doSanto Padre diante de nossa oração. Dá gosto ver.
Depois desta ocasião, estivemos com ele em audiência privadapara a Fraternidade Internacional de Comunidades, duas vezes na Aula Paulo VI,uma vez praticamente por acaso na Basílica de São Pedro e no inesquecívelPentecostes de 98, no qual Moysés e eu fomos convidados para o Sagrado,juntamente com outros fundadores presentes. Para surpresa nossa, foi lido, emitaliano, um resumo da história da Comunidade Shalom. Quase caímos para trásquando nosso pobre italiano permitiu que tivéssemos certeza de que estavamrealmente falando de nós. Pela primeira vez o Moysés participou da cerimôniacomo fundador, lendo uma das orações. Também pela primeira vez um papa utilizouas palavras “fundador” e “discípulos” com relação às novas comunidades,reconhecendo, desta forma, que elas traziam um carisma original.
Como João Paulo II é presente mesmo após sua páscoa, épreciso dizer que ter participado dos seus funerais e ter podido parar e rezarbem próximo ao seu esquife foram momentos de grande graça.
Com Bento XVI, já como papa, tive três experiênciasmarcantes: sua eleição, absolutamente inesquecível, uma experiência de Igrejaque imprime um fogo na alma. Antes de ele ser papa, já nos havíamos encontradotrês vezes e ele sempre me havia marcado por sua memória extraordinária, porsua afabilidade e sua fidelidade à fé e à sã doutrina. Foi uma grande alegriavê-lo eleito.
Nosso segundo encontro foi em Pentecostes de 2006, quandotambém estávamos no Sagrado com outros fundadores e ele nos fez uma catequeseextraordinária sobre o Espírito Santo. Nosso terceiro encontro, certamente omais marcante, foi por ocasião do Reconhecimento Pontifício, durante o qual,enquanto o Moysés falava e o Pe. João Wilkes segurava o ícone, eu “agarrava” asua mão e sorria para ele. O único sentimento que me vinha ao coração expressarpelo aperto de sua mão, naquela confusão de emoções, era: “Obrigada! Muitoobrigada!” e algo como “Sei que não nos abandonará. Obrigada!” Ao ver as fotos,vi que era bem isso que meu rosto e minhas mãos expressavam. Sem que tivesseprevisto, fiquei, sem dúvida, com a melhor parte e agradeço a Deus por isso.
Vejo que como pessoa e como comunidade precisamos nosaprofundar tanto na riqueza da imensa e vasta herança do magistério de JoãoPaulo II quanto nas palavras precisas, lúcidas e realistas de Bento XVI.Aprofundar o magistério através de ambos é caminho seguro para viver a comunhãocom a Igreja e a santidade no mundo de hoje.
Shalom Maná: O que você experimentou aoreceber das mãos do Mons. Rylko o documento do Reconhecimento Canônico daComunidade Shalom?
Maria Emmir: Naquele momento a história dacomunidade passou como um filme de poucos segundos. O que experimentei?Gratidão. Perplexidade diante da misericórdia de Deus. Compromisso. Amor.Desejo de dar a vida toda, sempre mais. Amor à Igreja. Alegria. Vontade de quetodos os irmãos da comunidade estivessem ali conosco.
Shalom Maná: Como você vê o futuro daComunidade Shalom?
Maria Emmir: Isso é algo que Deus nunca memostrou. O Carisma é tão rico e a vocação tão abrangente e maior que todos nósque, com a mais absoluta certeza, nem o “agora” se consegue enxergar, quantomais o futuro. De vez em quando, porém, me vem à imaginação a comunidade no céue, conosco, todos os que foram atingidos por nossa evangelização. Esse é, nofundo, o futuro que sonho.
Agora, se você quer saber que futuro “desejo” para acomunidade, não há outra coisa a desejar senão o que o próprio fundador expressouem entrevista à Shalom-Maná: fidelidade ao Carisma, fervor sempre renovado, umgrande número de jovens, juventude espiritual por parte dos seus membros, amorà Igreja, colaboração na missão universal da Igreja.
Shalom Maná: Como você descobriu seu talentopara escrever os artigos, livros, músicas peças teatrais, etc.?
Maria Emmir: Comecei a escrever a pedido doMoysés. Ele pediu que fizéssemos uma série de estudos bíblicos unificados paraa comunidade. Estava preocupado com o fato de não termos uma orientação únicapara este aspecto tão importante de nossa vocação. Surgiu, então, o“Enchei-vos!”, até hoje o livro mais vendido da Comunidade. Algum tempo depois,pediu-me que escrevesse um seminário de vida “disfarçado” para ser feitoindividualmente por pessoas que não freqüentariam um seminário de vidaconvencional. Nasceu, então, o “A Promessa”.
Também as peças teatrais vieram através de um pedido doMoysés. A primeira, “O Coração do Homem” para os 10 anos do Shalom que, segundosua orientação, deveria ser um mega-show kerigmático, com música, teatro edança, uma verdadeira loucura para nossas possibilidades naquela época. Depoisdela, veio uma pequena peça-surpresa para o aniversário dele, chamada “Amigosno Céu”, manuscrita, feita sentada na cama, a partir das dez e meia da noite,quando as crianças estavam, já, dormindo. Foi a origem das músicas “Obra Nova”e “Quem Enviarei”. A terceira, também a pedido dele, foi “O Pastor Ferido”. Eupassava por um período dificílimo em minha vida e me retirei a uma casa depraia por uns dias. Um belo dia, ele chegou com um computador tipo PC pedindoque eu traduzisse o livro do mesmo nome, do Pe. Daniel Ange e fizesse ummusical baseado nele. Nem acreditei que ele tinha a coragem de me pedir aquilono estado em que me encontrava, mas aquiesci. No fundo, sabia que ele queria meajudar. Foi também a pedido dele que ajudamos o Wilde Fábio a fazer o roteirodo show “Resposta”, para o jubileu.
Quanto às músicas, elas sempre vieram ligadas às peças eshows ou encomendadas pelo Moysés e Nicodemos para as missas dos dez e quinzeanos da comunidade.
Shalom Maná: Todo autor tem suas preferências.Você poderia revelar entre os de sua autoria, qual o livro, música e peçapreferida?
Maria Emmir: Livro: “Filho de Deus, MeninoMeu”. Música: “Colhi o Trigo da Vida”. Peça: uma que ainda vou escrever, seDeus me der a graça.
Shalom Maná: Das inúmeras graças recebidas,você poderia destacar alguma(s) do tempo do jubileu?
Maria Emmir: Sem dúvida, a garantia da Igrejade que o Senhor nos deu um Carisma autêntico, caminho seguro de santificação.
Shalom Maná: O que você diria a um filho (a)?
Maria Emmir: Pensaria, como o Pai: “Eis o meufilho muito amado, em quem encontro minha alegria.” Depois lhe diria em vozalta: “Coragem!” E lhe daria um tapinha no rosto, que diz mais que milpalavras.