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O trabalho e a espiritualidade da mulher

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“Tanto como na vida do homem, ainda que com matizes muito peculiares, o lar e a família ocuparão sempre um lugar central na vida da mulher: é evidente que a dedicação aos afazeres familiares representa uma grande função humana e cristã. Isto, porém, não exclui a possibilidade de uma ocupação em outros trabalhos profissionais — o do lar também o é —, em qualquer dos ofícios e empregos nobres que há na sociedade em que se vive.” (São Josemaria Escrivá. Questões atuais do cristianismo, 87)

Embora sua vocação essencial, para a mulher casada, seja no lar, como companheira do marido e educadora dos filhos, “isso não se opõe à participação em outros aspectos da vida social e mesmo da política, por exemplo. Também nesses setores pode a mulher dar uma valiosa contribuição, como pessoa, e sempre com as peculiaridades de sua condição feminina; e assim o fará na medida em que estiver humana e profissionalmente preparada.” (São Josemaria Escrivá. Questões atuais do cristianismo, 87)

“A mulher participa cada vez mais e com maior competência e profissionalismo no vasto mundo profissional, social, econômico, cultural, político. Nossa sociedade necessita desse toque feminino que transforma as relações frias e burocráticas em relações calorosas e cheias de vida.” (Pe. Marcial Maciel, LC. A mulher)

Espirutualidade

mulherHá toda uma espiritualidade própria da mulher, que consiste na consciência de sua vocação ao matrimônio, à maternidade e à consagração, na resposta ao amor de Deus que a chama à santidade, na imitação da Santíssima Virgem, na união com Cristo a modo esponsal. O cultivo das virtudes que são muito caras à mulher também cabe nessa espiritualidade específica: delicadeza, generosidade, temperança, equilíbrio, prudência, firmeza, principalmente no seio de seu lar.

Como esposa, imita Nossa Senhora em seu cuidado com São José. Imita a Igreja, obediente e dócil a Cristo, que lhe protege, tal qual o marido protege sua esposa. Como mãe, imita, igualmente, Nossa Senhora e a Igreja: a primeira, mãe de Jesus Cristo; a segunda, mãe de todos nós pelo Batismo.

Deve, outrossim, a mulher viver em plenitude sua vocação cristã nos ambientes em que desempenha seus papéis.

“Obrigado a ti, mulher-mãe, que te fazes ventre do ser humano na alegria e no sofrimento de uma experiência única, que te torna o sorriso de Deus pela criatura que é dada à luz, que te faz guia dos seus primeiros passos, amparo do seu crescimento, ponto de referência por todo o caminho da vida.

Obrigado a ti, mulher-esposa, que unes irrevogavelmente o teu destino ao de um homem, numa relação de recíproco dom, ao serviço da comunhão e da vida.

Obrigado a ti, mulher-filha e mulher-irmã, que levas ao núcleo familiar, e depois à inteira vida social, as riquezas da tua sensibilidade, da tua intuição, da tua generosidade e da tua constância.

Obrigado a ti, mulher-trabalhadora, empenhada em todos os âmbitos da vida social, econômica, cultural, artística, política, pela contribuição indispensável que dás à elaboração de uma cultura capaz de conjugar razão e sentimento, a uma concepção da vida sempre aberta ao sentido do « mistério », à edificação de estruturas econômicas e políticas mais ricas de humanidade.

Obrigado a ti, mulher-consagrada, que, a exemplo da maior de todas as mulheres, a Mãe de Cristo, Verbo Encarnado, te abres com docilidade e fidelidade ao amor de Deus, ajudando a Igreja e a humanidade inteira a viver para com Deus uma resposta «esponsal», que exprime maravilhosamente a comunhão que Ele quer estabelecer com a sua criatura.

Obrigado a ti, mulher, pelo simples fato de seres mulher! Com a percepção que é própria da tua feminilidade, enriqueces a compreensão do mundo e contribuis para a verdade plena das relações humanas.” (Sua Santidade, o Papa João Paulo II. Carta às Mulheres, de 29 de Junho de 1995, nº 2)

 

Formação Julho/2008


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