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Se queremos ser famílias santas precisamos voltar a rezar

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A comunhão familiar é graça do Espírito Santo e vai sendo sustentada à medida em que as famílias rezam juntas, de acordo com a missionária da Comunidade Católica Shalom, Goretti Menezes. Ela abordou o tema da oração em família em formação na tarde do último sábado, 30, como parte da programação do Congresso das Famílias. O evento, organizado pelo Projeto Família da Comunidade Católica Shalom, segue até este domingo, 1º de maio, no Hotel Romanos (Rua Padre Pedro de Alencar, 2012 – Messejana).

DSC_0011É o Espírito Santo que gera nas famílias a comunhão, o espírito de amor e de comunhão entre os esposos. “Começar a amar é fácil, mas terminar a vida amando não é tarefa fácil. Necessitamos do apoio do Espírito Santo e de Deus nos fortalecendo”, destacou. Por isso, a oração é substancial para que os casais não vivam sua vocação apenas de modo humano ou superficial, mas que tenham razões profundas para vivenciar seu matrimônio.

Goretti explicou que, quando a presença de Deus é excluída da família, ela vai se desfalecendo e perdendo sua unidade. É preciso estar atentos à voz de Deus, que vai se manifestando passo a passo em nossas famílias. “Se queremos ser famílias santas, o que Deus criou para nós, precisamos voltar a rezar”, disse. A família precisa ter uma espiritualidade profunda, seguindo o caminho de Deus e buscando o sentido do sagrado. “Não foi só a vontade humana que uniu os casais, mas um mistério da eleição de Deus. Precisamos aprender a rezar para nos aprofundarmos e crescermos no mistério de Deus que vai se revelando pouco a pouco. Nós nos vemos crescendo nesse mistério para nossa santificação.”

A oração é, assim, um chamado profundo de Deus para ser família santa e acolher diariamente o mistério de Deus que vai se revelando pouco a pouco. “Se não rezo, vou fazendo tudo de forma natural, eu não entendo o sobrenatural que Deus está construindo e conduzindo a minha vida rumo à vontade de Deus”, ressaltou. Como exemplo de família de oração, Goretti citou Bernadette Soubirous, jovem que presenciou as aparições de Nossa Senhora em Lourdes. Sua família era muito pobre, mas não murmurava, louvava a Deus. “É na família que os filhos desde pequenos aprendem a oração, por isso nós pais precisamos ensinar nossos filhos e netos a rezar”, ensinou.

A oração é um “trato de amizade com Deus” e, como dizia, São João Paulo II, uma questão de amor e não de tempo. O então Papa era um homem de muita oração e testemunhou que foi a partir do exemplo de horas de oração de seu pai no túmulo de sua mãe que ele compreendeu o valor de ficar todo o tempo possível ao lado de Deus que amamos. São João Paulo II costumava rezar três, quatro horas diárias. “Não ensinamos a rezar simplesmente com palavras. Temos que fazer mais isso com a nossa vida mais do que com nossas palavras”, ressaltou Goretti.

Uma família santa busca deixar para os filhos mais os bens espirituais que os naturais. “A comunhão familiar é uma comunhão das pessoas, mas eu desejo um dia a comunhão dos santos”, disse.

Ilhas digitais

Uma das grandes ameaças à oração em família é a falta de tempo e as tecnologias, como a internet e televisão. Goretti lembrou que antigamente todas as famílias tinham um oratório em casa, um lugar para rezar. “Na vocação Shalom estamos resgatamos isso.” Mas, além de um lugar, é necessário gastar tempo em família.

Precisamos estar muito atentos à agitação que rouba nosso tempo. Há famílias que almoçam e o celular permanece em cima da mesa ou cada um coloca o prato na mão na frente da televisão. O Papa Francisco insiste, então, que é necessário que as famílias rezem juntas de forma muito simples. “Não é difícil rezar um pai nosso em família antes de comer, agradecendo a Deus pelos alimentos que Ele colocou na mesa. Muitas vezes vamos perdendo essas pequenas coisas para a televisão, para a internet”, lamentou.

Se os pais não derem limites às crianças e aos jovens, irá faltar o diálogo na mesa, o escutar, o partilhar. Ela ressaltou que precisamos nos acostumar a falar, a ir ao encontro do outro. “Acostumar-se a estar um com o outro, olho no olho e conhecer o outro.” Ela ressaltou que precisamos ter mais amigos reais que virtuais e dialogar dentro de casa. “Isso pode ameaçar o nosso encontro familiar, comprometer o diálogo na família. Fica cada um na sua ilha digital”, disse.

A falta de diálogo também compromete o amor, a ternura e a atenção aos outros. Maria Santíssima era muito atenta e por isso se comprometia com os problemas das pessoas, a exemplo do que aconteceu nas bodas de Caná. “Se eu não sou atenta, tem uma pessoa passando mal ao meu lado e eu não me comprometo. Começa a não acontecer os gestos. Sem ternura, começa a haver a indiferença e isso é perigoso dentro da família porque ela cresce no amor. Oração e vida estão inteiramente ligados. Preciso crescer no amor”, explicou.

DSC00157Na família, é preciso cultivar momentos de encontro, de silêncio, de escuta, de atenção. Precisamos ouvir uns aos outros. Precisamos separar uma refeição para estarmos juntos deixando o celular a parte, momentos para conversar, para fazermos uma oração em família, um momento onde nos encontramos e louvamos juntos. O Beraká é a proposta de oração para a família Shalom, um momento onde vamos ouvir e partilhar a palavra de Deus. “A oração familiar tem que ser simples e é na simplicidade que Deus vai fazendo e falando”, disse. No Beraká, ouvimos a palavra de Deus e partilhamos como vamos viver. Isso é importante para a família e a une.

Por Terezinha Fernandes

Fotos: Marciano Rodrigues e Ricardo Girão


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