A “força do alto” derramada nos corações dos fiéis, como cumprimento da Promessa do Pai, que se evidencia através dos dons carismáticos, manifestações do poder de Deus, provoca uma diferença significativa entre a ação evangelizadora de um fiel que se deixa conduzir por ela e um fiel que não permite a sua ação. Aquele que evangeliza exercendo os dons carismáticos incrementa as suas possibilidades humanas.
A investidura carismática em comunidade da Igreja, em todo o mundo, tem gerado e sustentado grande número de evangelistas dedicados e eficientes (Avivar a chama, pág. 16), com novo vigor, com nova capacitação, nova alegria, novo júbilo, nova exaltação, novo louvor, levando em si o poder transformador do Espírito (I Cor 2, 1-5) que toca jovens, crianças, adultos, idosos de todo tipo de formação, de variadas culturas e nacionalidades.
Por outro lado, o evangelizador, que não tem uma vida plena no Espírito, desenvolve muitas vezes um apostolado frio, racional, sem motivação, sem ânimo. Constatamos que na experiência de uma vida mais plena no Espírito concretiza-se o que a constituição dogmática Lumen Gentium relata sobre os carismas:
“Não é apenas através dos sacramentos e dos ministérios que o Espírito Santo santifica e conduz o povo de Deus e o arma de virtudes, mas, repartindo seus dons, “a cada um conforme lhe apraz” (I Cor 12,11), distribui entre os fiéis de qualquer classe mesmo graças especiais. Por elas os torna “aptos e prontos” a tomarem sobre si os vários trabalhos e ofícios que contribuem para a renovação e maior incremento da Igreja”. (LG, 12).
Com isso, não queremos restringir a ação do Espírito Santo, ao contrário, reconhecemos que Ele age tanto no cristão que usa os carismas, na sua vida normal, e na sua evangelização, como também age no cristão que não recebeu nenhum carisma ou desconhece a sua existência. O que constatamos na prática apostólica é que, quando evangelizamos acompanhados dos carismas, colhemos frutos com muito mais abundância.
Hilário di Poitiers (315-367), doutor da Igreja, nos fala que “os carismas, utilizados de modo apropriado, produzem muitos frutos, pois estes dons penetram-nos como chuva suave, e pouco a pouco, produzem frutos abundantes (Tratado sobre os Salmos 64, 15). Este Padre da Igreja está convencido que os carismas fazem diferença, são eficazes na evangelização.
Cirilo de Jerusalém, também doutor da Igreja (315-337) tem a opinião que a Igreja de Jerusalém, como todas as outras, situa-se em uma sucessão carismática, uma história do Espírito iniciada com Moisés. Ele diz: “O Espírito é uma nova espécie de água”, (Palestras Catequéticas 16, 11). E afirma ainda: “Grande, onipotente e admirável é o Espírito Santo nos carismas”. (Palestra Catequética 16, 22). “Eremitas virgens e todos os leigos têm carismas” (P. C. 16, 20).
Cirilo afirma que em Pentecostes os apóstolos “ficaram completamente batizados” (PC 17, 145), “batizados sem faltar nada” (PC 17, 15), “batizados em toda plenitude” (PC 17, 18).
Bibliografia Consultada
- Bíblia Ave-Maria
- Estudo Bíblico Enchei-vos
- Carismas – Coleção Paulo Apóstolo
- O despertar dos Carismas
- Catecismo da Igreja Católica
- Christisfidelis Laice
- Como usar los carismas – Benigno Juanes
- Lumen Gentium
Dons do Espírito Santo: Dom de Línguas
Dons do Espírito Santo: Dom de Ciência
Dons do Espírito Santo: Dom de Profecia
Dons do Espírito Santo: Dom de Sabedoria
Dons do Espírito Santo: Dom de Cura
Dons do Espírito Santo: Dom da Fé