A Igreja do Brasil instituiu e celebra, desde 1981, o mês de agosto de cada ano como o Mês Vocacional. Neste período, totalmente dedicado às Vocações, busca-se de forma ainda mais profunda conscientizar todo o povo de Deus da beleza eterna do chamado Divino. Podemos, então, afirmar que uma Vocação sempre nasce no Céu, ou seja, do coração da Trindade, e do Céu debruça-se ao coração humano, buscando assim uma resposta de Amor. Semana a semana – 1ª dedicada aos Ministros Ordenados,2ª Matrimonial, 3ª Vida religiosa, 4ª.Vocação laical e 5ª Vocação catequista – deste belíssimo mês, o olhar e o coração de cada fiel deve estar atento ao apelo do Céu, pois como nos diz o Sumo Pontífice: “a nossa vida e a nossa presença no mundo são frutos de uma vocação divina”.
Neste sentido ainda, o Papa Francisco recorda-nos que “a Vocação realiza-se hoje! A missão cristã é para o momento presente. Cada um de nós é chamado – na vida laical no matrimônio, na vida sacerdotal no ministério ordenado, ou na vida de especial consagração – a ser testemunha do Senhor, aqui e agora”. Toda Vocação assim compreendida é reflexo do Amor Divino pelos homens e cada uma formas reflete aspectos particulares das Pessoas da Santíssima Trindade.
Na Comunidade Shalom, especificamente, somos chamados de forma muito especial – neste mês dedicado às Vocações – a percebermos o que Deus espera de cada um de nós, em especial, acerca dos Estados de Vida e como isto está diretamente ligado ao chamado e missão de cada um.
Primeiramente, faz-se necessário compreender que a Comunidade Shalom é um espelho da vida Trinitária e um reflexo do Mistério da Igreja.
Como forma de refletir a comunhão intratrinitária que, em três Pessoas distintas, expressa o mistério da perfeita unidade, a mesma é chamada a abrigar, na vivência do seu Carisma, a diversidade, complementariedade e unidade das diversas formas de vida que se manifestam na Igreja. Por isto é composta por fiéis de todas as formas de vida:
- Celibatários pelo Reino dos Céus;
- Casados e solteiros;
- Sacerdotes, diáconos e seminaristas.
Na Comunidade Shalom, portanto, a forma de vida é um dom (chamado) que o Senhor concede a cada membro, segundo a Sua Vontade, e conforme os ensinamentos e a disciplina da Igreja. Compreendem os assim que ela é dada para que aquele que a acolhe possa amar e servir melhor ao Senhor e aos irmãos, viver melhor a Vocação à Comunidade Shalom e nela doar-se em abertura e serviço à Igreja e à humanidade.
Por isso, a forma de vida nunca poderá ser vivida numa perspectiva individualista, isolada, fechada, mas em uma atitude de transbordamento para a Comunidade, para a Obra e a Igreja, encontrando nisto sua plena realização. Tendo como modelo a Trindade, as formas de vida na Comunidade encontrem, na distinção das Suas Pessoas, o modelo e a fonte de sua vivência e missão. Em Sua unidade, encontrem a inspiração da complementariedade, para nesta se plenificarem, em abertura e doação à Igreja e à humanidade.
Desta forma, somos uma só família de irmãos e irmãs, manifestando a complementariedade das formas de vida que, através de um chamado comum, ofertam suas vidas a Jesus Cristo, no espírito do Carisma inspirado pelo próprio Deus. Compreender a beleza de cada uma das Pessoas Trinitárias e sua relação com as diferentes formas de vida – Pai/Matrimônio, Filho/Sacerdote e Espírito Santo/Celibatários pelo Reino – leva-nos a estarmos inseridos e enxertados no seio da Trindade que, por meio do coração transpassado de Cristo, nEla contemplamos o amor do Pai, bebemos do poder e da santidade do Espírito e, enxertados em Cristo, somos enviados ao mundo para anunciar a Boa Nova da Salvação.
Uma Vida Trinitária no meio de nós, através das formas de vida, não é só uma expressão de amor, mas sobretudo, uma missão de amor.