Estamos rodeados de telas e isso nunca ficou tão evidente na história. Nesta quarentena, a média diária do uso de aplicativos de muita gente aumentou (foi assim comigo). Passamos boa parte do nosso dia diante de smartphones e notebooks. Os novos meios de comunicação trazem muitas facilidades, uma delas é trabalhar em casa, por exemplo, realidade nova para muitas pessoas.
No entanto, primeira vez em muito tempo, nos vimos saturados de tecnologia. Quem não cansou de fazer chamadas de vídeo durante este período, que atire a primeira pedra.
O cansaço mental foi constante para muita gente, que viveu uma verdadeira “overdose“ de telas. Reunião com os colegas de trabalho, com os familiares, com os amigos da Igreja, da Comunidade… planilhas, documentos on-line compartilhados, lives (ah, as lives…). Iniciativas que certamente foram de suma importância para que as nossas atividades cotidianas não fossem interrompidas, para que não deixássemos de ter momentos de lazer e convivência, para que, na medida do possível, pudéssemos seguir a vida.
No entanto, em muitas situações, pecamos também pelo excesso, pelo desejo insaciável de querer mais, pela curiosidade… e assim fomos ficando on-line quase 24h por dia. Também aconteceu com você? (Não se sinta sozinho…).
Quantas vezes passamos horas inúteis nas redes sociais vendo fofocas ou atualizações que em nada podem acrescentar às nossas vidas? E pior: Quantas vezes buscamos conteúdos vagos, passageiros, que até ferem a nossa pureza? Quantas vezes também abdicamos da presença dos nossos familiares em casa com o pretexto de que “tínhamos algo mais importante para resolver” no celular (ou no notebook), quando aquilo nem era tão relevante assim?
É verdade que a maior parte de nós necessita das tecnologias como fonte de renda e de comunicação. Mas precisamos, mais do que nunca, buscar o equilíbrio para evitar o stress e o cansaço extremo. Não podemos chegar no nosso limite.
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Para conseguir uma relação mais equilibrada e produtiva com as telas neste tempo, não esqueça de:
1. Definir um ou até dois horários do seu dia para o uso das redes sociais. Ao menos que elas sejam o seu trabalho, é importante estabelecer limites para focar melhor naquilo que você tem para fazer e não cansar muito a mente.
2. Tentar alternar os tipos de tela que você usa. Use mais de um dispositivo, se possível. Durante a noite, não esqueça de ativar o modo noturno (no caso do celular) e deixá-lo de lado pelo menos 30min. antes de se deitar.
3. Estabelecer intervalos bem definidos para fazer as principais refeições com os seus familiares/pessoas que moram com você. É importante manter as relações presenciais, ainda que dentro das limitações deste tempo.
4. Definir um horário-limite para o uso de aplicativos que não geram produtividade na sua rotina. Alguns aparelhos eletrônicos já vêm com este recurso e avisam quando você passa desse limite. Se for o caso, instale algum aplicativo que lhe alerte sobre isso.
5. Não se esqueça de ter momentos definidos do seu dia para silenciar e rezar (pelo menos dois). Às vezes, é necessário parar tudo para reencontrar o foco, as motivações corretas, a paz de espírito. Só assim podemos voltar inteiros e cheios de disposição para a missão que nos é confiada atrás das telas.
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Um amigo no Céu que muito tem me ajudado neste tempo é São José Maria Escrivá. Como jornalista, não posso me esquivar das telas, que também são a minha terra de missão. Que em meio ao tempo em que estar on-line é também um martírio, possamos oferecer todas as nossas obras – das pequenas às grandes – ao bom Deus, o único que pode fazê-las dar frutos.
“A santificação do trabalho ordinário é o eixo da verdadeira espiritualidade para os que – imersos nas realidades temporais – estão decididos a ter uma vida de intimidade com Deus.”
(São José Maria Escrivá)