É difícil escrever sobre o Padre Jonas Abib sem ter lágrimas nos olhos. A vida dele me trouxe uma riqueza imensa: o evangelho vivo. Eu que venho de uma família tradicional católica, que tenho um berço católico: encontrei o que chamamos de porção dobrada do Espírito através do batismo no Espírito Santo que a Renovação Carismática Católica (RCC) me apresentou. E isso passou pela dedicação do dom de si desse incansável sacerdote.
Esses dias, um filme passou na minha cabeça. Lembrei do entusiasmo das pregações, na Palavra de Deus sempre aberta, das músicas, das fitas k7, dos livros, dos cursos, dos eventos… O Padre Jonas estava alí, presente, em todos os meios, para que Jesus fosse conhecido por todos (Fiz-me tudo para todos!” 1COR 9,22). Um comunicador, uma voz do céu que trazia muita alegria e um alimento que nutrisse nossa vida espiritual católica deste tempo. Um verdadeiro pai da casa católica brasileira, trazendo conforto e consolo na nossa casa. Anunciando que o reino de Deus está aqui.
O livro a prática do Jejum transformou minha vida para sempre. As palavras simples, diretas e um um modelo concreto de viver esse imenso dom penitencial. Um modelo pedagógico que faz parte da estrutura do meu ser. Trouxe uma ordem com o corpo, com a geração fast food, com os bens que não consigo expressar. O Jejum é vida, é liberdade. Conduz a Deus. Ele falava das coisas espirituais. E, Sim, sim, não, não. Enfim, direção, caminho e retorno a Deus, por meio da unidade com a santa igreja católica.
Comunicador e santo
A voz de Deus parecia muito clara para Padre Jonas e muito maior que ele mesmo, que os modelos de cristão do momento e que as guerras culturais, religiosas e econômicas vigentes. Como diria Santo Agostinho: “fulguraste e brilhaste e tua luz afugentou minha cegueira”. E a minha também, querido Padre. Meu Deus, como também eu desejo ser aquela semente que cai em terra fertil e produz frutos abundantes.
O nosso encontro nas Cataratas do Niágara – no Canadá foi uma celebração de algo que já estava consolidado em mim e no Brasil e agora ia para o mundo. O senhor foi tão doce comigo, sorrio, abençoou. Era a Jornada Mundial da Juventude (JMJ 2002). Fazem 20 anos e eu jamais vou esquecer. Padre Jonas se fez Eucarístia.
É ambíguo os sentimentos: tristeza por ver alguém que fez tanta diferença na minha vida, na minha família, na minha comunidade, na igreja do Brasil e do mundo partir. E alegria de uma vida que valeu ser vivida. Incrível, o que um ser humano entregue a Deus pode fazer. Deixou nosso mundo melhor. E agora, vai e recebe a coroa da justiça que o Senhor, justo juiz te dará. Rogai, por nós junto a Nossa Senhora e Dom Bosco.
Gigliola Sena, consagrada da Comunidade de Aliança