Igreja

Papa: a exemplo de Pedro e Paulo, abandonar as máscaras por Igreja mais missionária

Disse o Santo Padre: “Vamos abandonar as nossas máscaras, renunciar às meias-medidas, às desculpas que nos tornam mornos e medíocres”. O pedido do Papa, assim, para nos “colocarmos em jogo”, com transparência, fazendo uma Igreja “mais próxima ao povo, profética e missionária”.

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No dia da Solenidade de São Pedro e São Paulo e após presidir a celebração na Basílica Vaticana, o Papa rezou a oração mariana do Angelus com os fiéis da janela do seu escritório no Palácio Apostólico. A Praça São Pedro recebeu muitos peregrinos e turistas por ocasião da festa dos santos padroeiros de Roma nesta terça-feira (29), feriado na capital italiana e no Vaticano.

E olhando justamente para a vida de Pedro e Paulo e através do Evangelho de Mateus (16, 13-19) o Papa Francisco  dirigiu uma provocação feita pelo próprio Jesus aos discípulos: “quem dizem as pessoas que Eu sou?” e “quem sou Eu para ti?”. A primeira questão “tratava-se de uma sondagem para descobrir quais eram as opiniões sobre Ele e a fama de que gozava, mas a notoriedade não interessa a Jesus”, observou o Pontífice. Por isso da importância de conseguir reconhecer a “diferença fundamental da vida cristã” para não se limitar à segunda pergunta, sobre as opiniões dos outros e falando “de Jesus”, mas entrando em relação com Ele, falando “com Jesus”, como testemunharam Pedro e Paulo.

“Os Santos que hoje celebramos fizeram esta passagem, tornando-se testemunhas. Não eram admiradores, mas imitadores de Jesus. Não eram espectadores, mas protagonistas do Evangelho. Não acreditavam em palavras, mas nos atos. Pedro não falou de missão, era pescador de homens; Paulo não escreveu livros eruditos, mas cartas vivas, enquanto viajava e testemunhava. Ambos gastaram a vida pelo Senhor e pelos irmãos.”

Seguir o testemunho de vida de Pedro e Paulo

O Papa, assim, encorajou a aceitarmos essa provocação, seguindo o testemunho de vida dos Apóstolos que nem sempre foram “exemplares”, mas “transparentes” já que tiveram toda a “história nua e crua nos Evangelhos, com todas as misérias”. Só assim, “da luta contra as próprias duplicidades e falsidades”, o Senhor pode fazer grandes coisas através de nós, enfatizou Francisco, para não corrermos o risco “de dar pareceres e opiniões, de ter grandes ideias e dizer belas palavras, mas de nunca nos colocarmos em jogo”:

“Quantas vezes, por exemplo, dizemos que gostaríamos de uma Igreja mais fiel ao Evangelho, mais próxima do povo, mais profética e missionária, mas depois, na prática, nada fazemos! É triste ver que muitos falam, comentam e debatem, mas poucos testemunham. As testemunhas não se perdem em palavras, mas dão fruto. Não se queixam dos outros e do mundo, mas começam por si próprias. Lembram-nos que Deus não deve ser demonstrado, mas mostrado; não anunciado com proclamações, mas testemunhado com o exemplo.”

Quem sou Eu para ti?

O Pontífice finalizou, então, a alocução que precedeu a oração mariana do Angelus, reforçando para que não nos preocupemos “em cuidar de defender a nossa imagem”, mas, ao contrário, busquemos seguir os passos dos Apóstolos:

“Caros irmãos e irmãs, hoje o Senhor interpela-nos. A sua pergunta – Quem sou Eu para ti? – escava dentro de nós. Através das suas testemunhas Pedro e Paulo, exorta-nos a abandonar as nossas máscaras, a renunciar às meias-medidas, às desculpas que nos tornam mornos e medíocres. Nossa Senhora, Rainha dos Apóstolos, nos ajude nisto. Acenda em nós o desejo de dar testemunho de Jesus!”


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