Igreja

Papa aos jovens asiáticos: evitem as ideologias e busquem a igualdade no acesso às tecnologias

Confira os principais destaques da semana do Santo Padre, o Papa Francisco.

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FOTO: VATICAN NEWS

O Papa Francisco conversou por vídeo chamada com alguns jovens do sul da Ásia. O diálogo aconteceu no encontro “Construindo Pontes” (Universidade Loyola de Chicago). Na ocasião, discutiram sobre liberdade religiosa e testemunho, bullying e suicídio de jovens, redes sociais e alfabetização midiática. Ainda nesta semana, o Santo Padre também alertou sobre a pornografia infantil em uma audiência como membros do Centro de Proteção a Menor (Ceprome). Veja estes e outros destaques da Semana do Papa a seguir: 

Papa alerta sobre pornografia infantil

Uma das agendas mais importantes do Santo Padre nesta semana foi uma Audiência com membros do Conselho Latino-americano do Ceprome (Centro de Pesquisa e Formação para a Proteção do Menor), em 25 de setembro. Para Francisco a data foi oportuna pois, era o dia em que se celebra em um pequeno santuário da Espanha, a memória de um menino mártir “San Cristóbal de La Guardia”, que sofreu com uma tragédia quando criança que acabou sendo associada à do próprio Cristo.

“Como o mundo mudaria se estivéssemos convencidos de que cada um dos pequenos que encontramos é um reflexo da face de Deus! Se víssemos no sofrimento de cada criança, de cada pessoa vulnerável, um traço impresso no véu com o qual Verônica enxugou o rosto de Cristo”, afirmou o Pontífice. 

É importante comentar que o Centro atua na prevenção e no cuidado dos mais vulneráveis e para tornar a Igreja um lugar cada vez mais seguro para todos, especialmente para as crianças e os adolescentes. Quanto a essa erradiação dos flagelos de abuso, Francisco acredita que “a Igreja tem avançado muito nesse caminho e que não deixará de fazê-lo”.

Ainda sobre a temática, o Santo Padre não hesitou em alertar sobre algo que o preocupa: a pornografia infantil que está fazendo as crianças de vítimas:

“Não quero terminar sem chamar a atenção para um problema que é muito grave no âmbito dos abusos: as gravações de pornografia infantil que, lamentavelmente, pagando uma pequena taxa, já podem estar no telefone. Onde essa pornografia infantil está sendo feita? Em que país se faz? Ninguém sabe. Mas é a criminalidade colocada a serviço de todos por meio dos seus celulares. Por favor, vamos falar sobre isso também. Porque essas crianças que estão sendo filmadas são vítimas, vítimas sofisticadas dessa sociedade de consumo. Não se esqueçam desse ponto que me preocupa muito.”

 

Escolher a via da fraternidade

Na Audiência Geral da última quarta-feira (27),  Francisco recordou a sua visita apostólica a Marselha (França) para conclusão dos Encontros Mediterrâneos, que é festival ecumênico e inter-religioso dos países que fazem fronteira com o Mediterrâneo. Em seu discurso, ele ressaltou que o Mar Mediterrâneo não é um lugar de conflitos, tráfico de seres humanos mas que é “um berço da civilização, e um berço é para a vida”. 

Acontece que a Igreja do Mediterrâneo sofre com desafios como disparidade econômica, conflitos políticos e religiosos, mudanças climáticas e ambientais, e o fenômeno da migração. 

“O Mar Mediterrâneo é o mais oposto que existe ao conflito de civilizações, à guerra, ao tráfico de seres humanos. É exatamente o contrário, porque o Mediterrâneo põe em comunicação a África, a Ásia e a Europa; o norte e o sul, o oriente e o ocidente; as pessoas e as culturas, os povos e as línguas, as filosofias e as religiões. Certamente, o mar é sempre, de algum modo, um abismo a superar, e pode tornar-se também perigoso. Mas as suas águas preservam tesouros de vida, as suas ondas e os seus ventos transportam embarcações de todos os tipos”, afirmou o Papa

 

Francisco relembrou que que foi da margem oriental que partiu o Evangelho de Jesus de “sermos filhos de um único Pai, irmãos e irmãs, herdeiros do amor de Deus que supera os nossos egoísmos e fechamentos, e nos abre a uma convivência humana justa e pacífica”. Diante das consequências de tráfico humano, como os naufrágios no Mediterrâneo, ele revela que existem dois caminhos: o da indiferença e o da fraternidade.

“Escolher a via da fraternidade significa colaborar com Deus e abrir-se à esperança. É esta que dá aos migrantes um olhar capaz de ultrapassar os maltratos sofridos, e dá também a cada europeu um olhar humano, apaixonado e entusiasta, que se põe ao serviço da dignidade do migrante e do direito de todos a permanecerem ou saírem do seu país”, garante Francisco.

Harmonia x Ideologia

Francisco esteve com doze estudantes de Universidades católicas da Índia, Nepal e Paquistão, por meio do encontro  “Construindo Pontes” da Pontifícia Comissão para a América Latina e da Universidade Loyola de Chicago. Os jovens partilharam sobre desafios em  expressar sua religião e dar testemunho, também contaram episódios que sofreram com bullying, além de relatar experiências com as redes sociais.

Após escutá-los, Francisco animou-os a responderem ao “secularismo” com o testemunho forte no pensamento de que “Deus tem um plano para mim“. Ele ainda assegurou que é possível a convivência entre pessoas com diferentes pontos de vista, mas, desde que estejam com a mão estendida. “Isso faz com que todos cresçam. Sempre o perdão, a mão estendida e o testemunho“, explica ele. 

Ao ouvir de uma moça que sofre com bullying por estar fora dos padrões de beleza considerados, Francisco disse que “todo mundo tem sua própria beleza, basta saber reconhecê-la, em harmonia interior e também exterior“. 

Para enfrentar o desafio, explicou o Papa Francisco, “precisamos da linguagem do pensamento, do coração e das mãos. E muita criatividade, porque cada um de nós é um poema”. Ele acrescentou que “a ideologia encolhe o cérebro, torna o coração pequeno e as mãos paralíticas. Evitem as ideologias e busquem a igualdade no acesso às tecnologias. Isso tornará a internet um lugar melhor”. . A palavra-chave é harmonia”.

 

Com info. Vatican News.

 


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