Papa Francisco encontrou na segunda-feira (4) aos participantes do Simpósio da Federação Internacional das Universidades Católicas dedicado às novas fronteiras para os responsáveis pelas universidades.
Perseguir com “constância e profissionalidade” soluções que levem a um “progresso civil e cultural para as pessoas e para a humanidade” marcado pela “solidariedade”. Esta foi a mensagem do Papa Francisco aos participantes do Simpósio da Federação Internacional das Universidades Católicas, sobre o tema “Novas fronteiras para os líderes das universidades. O futuro da saúde e o ecossistema da universidade”.
Respostas adequadas
Ao recebê-los no Vaticano, o Pontífice recorda os “desafios inéditos” para as universidades que hoje provêm “do desenvolvimento das ciências, da evolução das novas tecnologias e das exigências da sociedade que pedem às instituições acadêmicas respostas adequadas e atualizadas”.
Projetos solidários
As universidades católicas, observa Francisco, deveriam dar “com maior acuidade” estas exigências, estudando “problemáticas antigas e novas” na sua especificidade e rapidez, “mas sempre dentro de uma ótica pessoal e global”.
As três linguagens
O Papa nota o quanto o desenvolvimento das tecnociências esteja destinado a influenciar “de modo cada vez maior” na saúde física e psicológica das pessoas: todo ensinamento, sublinha, implica também em uma interrogação sobre os “porquês”, com uma reflexão “sobre os fundamentos e sobre os fins de cada disciplina”.
“É necessário superar a herança do iluminismo, educar de modo geral, mas antes de tudo, a universidade não é somente encher a cabeça de conceitos. É preciso três linguagens. É necessário que as três linguagens entrem em jogo: a linguagem da mente, a linguagem do coração e a linguagem da mão, para que assim se pense em harmonia com o que se sente, se faz; se sinta em harmonia com o que se pensa e se faz; se faça em harmonia com o que se sente e se pensa. Uma harmonia geral, não extraída da totalidade”.
Uma nova episteme
Portanto Francisco evidencia uma ideia de educação concebida como “um processo teológico”, orientado a um fim e, portanto para uma exata visão do homem, ao qual une também um “caráter tipicamente epistemológico” que se refere universalmente a todos os saberes: humanistas, naturalistas, científicos e tecnológicos.
“A ligação entre conhecimento e finalidade leva ao tema da internacionalidade e ao papel do sujeito em todo processo cognitivo. Assim chegamos a uma nova episteme. A epistemologia tradicional tinha sublinhado este papel considerando o caráter impessoal de todo conhecimento como condição de objetividade, requisito essencial da universalidade e da comunicabilidade do saber. Hoje, ao invés, numerosos autores colocam em evidência como não existam experiências totalmente impessoais: a forma mentis, as convicções normativas, as categorias, a criatividade, as experiências existenciais do sujeito representam uma ‘dimensão tácita’ do conhecimento, mas sempre presente, um fator indispensável para a aceitação do progresso científico. Não podemos pensar em uma nova episteme de laboratório, não dá; da vida, sim”.