Na última terça-feira, o Papa Francisco desembarcou na República Democrática do Congo (RDCongo). A visita se estende até o domingo (5), é a 40ª viagem apostólica internacional do Santo Padre. No roteiro, está uma visita a Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, e Juba, capital do Sudão do Sul.
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Francisco é o segundo papa a visitar a República Democrática do Congo. São João Paulo II visitou o país que ainda se chamava Zaire, em 1980 e 1985.
A todos aqueles que movem os cordelinhos da guerra na #RepúblicaDemocráticadoCongo, peço: prestai ouvidos à voz de Deus que vos chama à conversão. Acabem com a guerra. Basta de se enriquecer na pele dos mais frágeis, com recursos e dinheiro manchados de sangue!
— Papa Francisco (@Pontifex_pt) February 1, 2023
Santa Missa marcada pelas festividades culturais
O primeiro evento público foi a celebração eucarística com a presença de cerca de um milhão de fiéis, segundo a organização. Para permitir a participação no evento, as autoridades governamentais declararam feriado nacional.
Música, canções e danças tradicionais para a Missa no aeroporto de N’dolo. Adultos, jovens, crianças, idosos, sacerdotes, religiosas, aguardavam na grande esplanada desde o dia anterior para ocupar as primeiras filas. Todos agradecem a presença de Francisco, na esperança de que ele possa mudar alguma coisa.
O Ministro das Comunicações e das Mídias, Patrick Muyaya, explica: “É uma visita histórica e simbólica para nós. Estamos felizes em receber o Papa, vocês viram ontem os milhões de congoleses que estavam na rua para recebê-lo… Estamos muito felizes com o discurso que ele fez ontem, porque foi muito claro e falou duramente, e esperamos que aqueles que ouviram a ele tenham acolhido sua mensagem e trabalharão para o retorno da paz à República Democrática do Congo”.
[Confira a homília na íntegra]
A alegria de ter o Papa na sua terra prevalece sobre os sofrimentos que assolam a República Democrática do Congo, no centro desta celebração “pela paz e pela justiça”.
Cerca de cinquenta meninas em vestidos brancos de Primeira Comunhão dançam incansavelmente durante todo o tempo em que o Papa circula pelos fiéis no papamóvel. Francesco vira-se para um lado e para o outro, tentando, apesar do sol forte, captar com os olhos o acolhimento generoso que é o maior recurso de que o país ainda não foi roubado. “A paz esteja convosco”, diz, e acrescenta em suaíli (língua banta): “Bandeko, boboto… Esengo. Paz, fraternidade, alegria“.
Encontro com vítimas de violência
No segundo dia da viagem do Papa Francisco à RDCongo, o Papa encontrou na Nunciatura Apostólica de Kinshasa, às vítimas da violência no Leste do país. “O meu coração está hoje no leste deste imenso país, que não terá paz enquanto esta não for alcançada lá, na sua parte oriental”. Assim iniciou o discurso aos habitantes do Leste da RDCongo.
Francisco prosseguiu com um apelo: “Dirijo um sentido apelo a todas as pessoas, a todas as entidades, internas e externas, responsáveis pela guerra na República Democrática do Congo, saqueando-a, flagelando-a e desestabilizando-a. Enriqueceis-vos mediante a exploração ilegal dos bens deste país e o sacrifício cruento de vítimas inocentes… Basta! Basta de se enriquecer na pele dos mais frágeis, basta de se enriquecer com recursos e dinheiro manchados de sangue!”
Por fim o Papa quis motivar mais uma vez com a esperança: “Irmãos, irmãs do Leste do país, esta esperança é para vós; tendes direito a ela. Mas é um direito que também deve ser conquistado; […] Semear o bem faz-nos bem: liberta da lógica estreita do ganho pessoal e dá de prenda a cada dia o seu porquê; traz à vida o respiro da gratuidade e torna-nos mais semelhantes a Deus, semeador paciente que irradia esperança sem nunca Se cansar”.
Confira a audiência desta semana:
No domingo, acompanhe no nosso Portal, os principais momentos da visita apostólica do Santo Padre à Republica Democrática do Congo e ao Sudão do Sul.