Todos nós cristãos precisamos nos posicionar diante do trágico e egoísta cenário de conflitos que está acontecendo na Síria
Não sei se você é mais um daqueles cristãos que fica só expectando os fatos de longe, ou é daqueles que permite ter sua “agenda de conteúdos” apenas selecionada pelos telejornais ou mídias dominadoras, ou ainda, fica sempre às margens das discussões quando o assunto é a posição do cristão como Igreja viva, no mundo atual. O fato é que precisamos acordar para os grandes assuntos que envolvem a paz no mundo, principalmente no Oriente.
Nesta terça-feira (3), um novo projeto de resolução elaborado pelo Senado americano, autoriza o presidente Barack Obama a atacar a Síria durante o prazo de 60 dias, com uma possível prorrogação por mais 30 dias. São 90 dias de possíveis aumentos no número de vidas de inocentes que podem ser executadas. Nessa guerra, que tem como pano de fundo interesses econômicos e políticos, a vida, grande dom de Deus, é sempre deixada de lado. Já são mais de 110 mil pessoas mortas no conflito, segundo a ONU e o Observatório Sírio.
A Igreja do Brasil, atendendo aos apelos do papa Francisco no seu último Ângelus, em 1º de setembro, ao pedir um dia orações e jejum pela paz na Síria, tem se manifestado. Dom Giovanni d’Aniello, núncio apostólico no Brasil, reforçou o convite do pontífice para este momento. Os bispos brasileiros receberam, nesta semana, uma carta de Dom Giovanni, que reforça o apelo do Santo Padre e convida o bispado a tomar iniciativas eficazes para envolver a participação das igrejas particulares na ação.
Não podemos esquecer as palavras da Igreja, através do papa Francisco, no encontro com os jovens, na última Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, ao falar da “cultura do encontro”, que tem como grande objetivo o diálogo como único caminho para promover a paz. Todos nós, cristãos, precisamos nos posicionar diante do trágico e egoísta cenário de conflitos que estão acontecendo na Síria.
Dessa forma, faz-se necessário que cada um de nós busque se atualizar e acompanhar os fatos que estão acontecendo no mundo. São pessoas que, talvez, nunca tenham ouvido a palavra Jesus. Não tiveram a mesma oportunidade que tivemos.
7 de setembro será dia de oração e jejum: apelo do Santo Padre
“Por isso, irmãos e irmãs, decidi convocar para toda a Igreja, no próximo dia 7 de setembro, véspera da Natividade de Maria, Rainha da Paz, um dia de jejum e de oração pela paz na Síria, no Oriente Médio, e no mundo inteiro, e convido também a unir-se a esta iniciativa, no modo que considerem mais oportuno, os irmãos cristãos não católicos, aqueles que pertencem a outras religiões e os homens de boa vontade. No dia 7 de setembro, na Praça de São Pedro, aqui, das 19h até as 24h, nos reuniremos em oração e em espírito de penitência para invocar de Deus este grande dom para a amada nação síria e para todas as situações de conflito e de violência no mundo. A humanidade precisa ver gestos de paz e escutar palavras de esperança e de paz! Peço a todas as igrejas particulares que, além de viver este dia de jejum, organizem algum ato litúrgico por esta intenção.”
O papa Francisco contra a guerra
E o que nós cristão podemos e devemos fazer? O papa Francisco, desde o último domingo (1º) tem enviado várias mensagens via twitter aos seus “followers” ou seguidores. De acordo com uma matéria do portal Zenit, o perfil @Pontifex possui mais de 2 milhões de seguidores nas 8 línguas disponíveis, inclusive o árabe. O perfil @Pontifex_pt possui cerca de 727.893 seguidores na língua portuguesa.
O primeiro twitter do papa Francisco enviado nesta semana, em 1º de setembro, dizia: “Nunca mais a guerra! Nunca mais a guerra!”.
Na segunda-feira (2) o perfil @Pontefix registrou 3 tweets. O primeiro foi: “Nunca mais a guerra! Nunca mais a guerra!”. E alguns minutos depois, ele enviou o segundo: “Queremos um mundo de paz; queremos ser homens e mulheres de paz!”. O terceiro foi: “Quanto sofrimento, quanta destruição, quanta dor causou e está causando o uso das armas.”
Nesta terça-feira (3), logo cedo, o papa enviou o seguinte tweet: “Jesus vindo junto de nós transforma a nossa vida. Nele vemos que Deus é amor, é fidelidade, é vida que se doa”. E ainda hoje, por volta das 6h da manhã, outro: “Queremos que nesta nossa sociedade, dilacerada por divisões e conflitos, possa irromper a paz!”.
por Raphael Moura