Após concluir a série de catequeses sobre virtudes morais, o Santo Padre iniciou o ciclo das teologais. Na manhã da última quarta-feira, 01 de maio, durante a Audiência Geral, ele falou sobre a importância de suplicar a Deus a fé.
Para o Papa, não é suficiente que os fiéis católicos sejam pessoas prudentes, justas, fortes e temperantes, se não têm “olhos que veem até no escuro”, ” um coração que ama até quando não é amado” e também não possuem “uma esperança que ousa contra toda a esperança”.
“Ser cristão não consiste antes de mais em aceitar uma cultura, com os valores que a acompanham, mas ser cristão significa acolher e preservar um vínculo, um vínculo com Deus: eu e Deus“, afirmou o pontífice.
Medo: o grande inimigo da fé cristã
Durante o discurso, o Papa lembrou da cena do Evangelho que Jesus convoca os discípulos a fé (Mc 4, 35-41). Na ocasião, quando os discípulos enfrentaram uma tempestade ao atravessarem o lago, o Mestre dormia. Após acordarem o Senhor, atônicos e assustados, ele os interroga: “Por que tendes medo? Ainda não tendes fé?”.
“Eis, portanto, o grande inimigo da fé: não é a inteligência, não é a razão, como, infelizmente, alguns continuam a repetir obsessivamente, mas o grande inimigo da fé é o medo. Por isso, a fé é o primeiro dom a receber na vida cristã: um dom que deve ser acolhido e pedido diariamente, para que se renove em nós“, afirma.
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3 modelos de fé na história da humanidade
Diante de um dom que convoca a abandonar-se em Deus, Francisco citou três exemplos de pessoas que souberam vivê-lo na prática. Primeiro, Abrãao, conhecido como o pai na fé dos judeus. “Quando aceitou deixar a terra dos seus antepassados para se dirigir rumo à terra que Deus lhe teria indicado, provavelmente foi julgado louco: por que deixar o conhecido pelo desconhecido, o certo pelo incerto? Mas Abraão põe-se a caminho, como se visse o invisível“, comenta.
Outro modelo é de homem que acreditou mesmo quando os que estavam ao seu redor duvidavam, foi Moisés. “…aceitando a voz de Deus até quando mais do que uma dúvida o podia abalar, continuou a manter-se firme e a confiar no Senhor, e até a defender o povo a quem, pelo contrário, muitas vezes faltava a fé.”
Por fim, o terceiro exemplo citado foi Nossa Senhora, a Mulher de fé que recebeu “o anúncio do Anjo, que muitos teriam rejeitado como demasiado exigente e arriscado, responde: «Eis a serva do Senhor: faça-se em mim segundo a tua palavra» (Lc 1, 38). E com o coração cheio de fé, com o coração repleto de confiança em Deus, Maria põe-se a caminho por uma estrada da qual não conhece nem o trajeto nem os perigos”.
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