A Semana do Papa foi marcada por intensas atividades. Francisco teve um encontro privado com os cardeais para discutir a reforma da cúria, também iniciou um novo ciclo de catequeses com o tema discernimento e ainda se encontrou com artistas nos Jardins do Vaticano. Confira alguns destaques da Semana do Papa.
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Nesta semana, Francisco também encerrou os trabalhos sobre a reforma da Cúria com o Colégio Cardinalício.
Encontro com os cardeais
A Semana do Papa começou com um encontro a portas fechadas com um pouco menos de 200 cardeais do Colégio Cardinalício. A reunião visou aprofundar a Constituição apostólica Praedicate Evangelium, com a qual Francisco reformou a Cúria Romana. De acordo com o Vatican News, este foi provavelmente o maior e mais participativo encontro do Papa com o Colégio cardinalício desde o início do seu pontificado.
A Praedicate Evangelium confere uma estrutura mais missionária à Cúria para que possa estar cada vez mais a serviço das Igrejas particulares e da evangelização. O encontro foi encerrado na terça-feira, 30 de agosto, com a celebração da Missa presidida pelo Papa Francisco na Basílica de São Pedro.
“Irmãos, esta admiração é um caminho de salvação! Que Deus a mantenha sempre viva em nós, porque nos liberta da tentação de nos sentirmos ‘à altura’, de nutrir a falsa segurança de que hoje, na realidade, é diferente, não é mais como era no início, hoje a Igreja é grande, é sólida, e nos situamos nos graus eminentes de sua hierarquia… Sim, há alguma verdade nisso, mas também há tanto engano, com que o Mentiroso tenta mundanizar os seguidores de Cristo e torná-los inofensivos.”
Um Cardeal ama a Igreja, sempre com o mesmo fogo espiritual, tanto nas grandes questões como nas pequenas; tanto no encontro com os grandes deste mundo, como com os pequenos, que são grandes diante de Deus.
— Papa Francisco (@Pontifex_pt) August 27, 2022
Um ano de indulgência do Perdão de Celestino
O Papa Francisco prorrogou em um ano a indulgência do Perdão de Celestino, que poderá ser lucrada até 28 de agosto de 2023. Para obter a indulgência, é necessário também recitar o Credo, o Pai Nosso e uma oração de acordo com as intenções do Sumo Pontífice. Por fim, é preciso se aproximar da Confissão Sacramental e da Comunhão Eucarística dentro de oito dias antes ou depois de participar de um rito em honra de Celestino V, ou depois de ter estado em oração diante dos restos mortais do Santo Pontífice na Basílica de Santa Maria di Collemaggio em L’Aquila, Itália.
Os idosos, os doentes e todos aqueles que por motivos graves não podem sair de suas casas, também poderão obter uma indulgência plenária se, arrependidos de cada pecado e com a intenção de cumprir as três condições habituais assim que puderem, participarem espiritualmente das celebrações diante de uma pequena imagem de São Pedro Celestino, depois de terem oferecido suas orações e suas tristezas, ou os sofrimentos de suas vidas, ao Deus misericordioso.
A indulgência poderá ser aplicada também aos fiéis falecidos.
Rede Mundial de Oração do Papa
Papa Francisco dedicou o mês de setembro a oração pelo fim da pena de morte. Para ele, essa prática que ainda é aplicada em 55 países, “não oferece justiça às vítimas, mas encoraja a vingança”.
“Não esqueçamos que, até ao último momento, uma pessoa pode converter-se e pode mudar. E, à luz do Evangelho, a pena de morte é inadmissível. O mandamento ‘não matarás’ refere-se tanto ao inocente como ao culpado. Apelo, pois, a todas as pessoas de boa vontade para que se mobilizem pelo fim da pena de morte em todo o mundo.”
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Novo ciclo de catequeses sobre o discernimento
Na última quarta, o Papa Francisco começou um novo ciclo de catequeses sobre o dom do discernimento. “Discernir é um ato importante que se refere a todos, porque as escolhas constituem uma parte essencial da vida. Discernir as escolhas. Escolhe-se uma comida, uma roupa, um curso de estudos, um emprego, uma relação. Em tudo isso se realiza um projeto de vida, e também se concretiza a nossa relação com Deus”.
De acordo com Francisco, o discernimento é um exercício de inteligência, de perícia e de vontade. “As decisões são tomadas por cada um de nós. Não há quem a tome por nós. Adultos, livres. Podemos pedir um conselho, pensar, mas a decisão é própria. Não se pode dizer: “Eu perdi isso, porque meu marido decidiu, minha esposa decidiu, meu irmão decidiu”: não! Você deve decidir, cada um de nós deve decidir. Por isso, é importante saber discernir: para decidir bem é necessário saber discernir”.
Por fim, Francisco disse que Deus nos criou para a liberdade e, por isso, discernir é tão difícil. “O discernimento é aquela reflexão da mente, do coração que devemos fazer antes de tomar uma decisão. O discernimento é árduo, mas indispensável para viver. Requer que eu me conheça, que saiba o que é bom para mim aqui e agora. Exige sobretudo uma relação filial com Deus que nunca impõe a sua vontade, porque quer ser amado, não temido. E o amor só pode ser vivido na liberdade. Para aprender a viver é preciso aprender a amar, e por isso é necessário discernir”.
O discernimento exige esforço, mas é indispensável para viver. Requer uma relação filial com Deus. Deus é Pai e não nos deixa sozinhos, está sempre disposto a nos acolher. Mas ele nunca impõe sua vontade, por quê? Porque ele quer ser amado e não temido. #AudiênciaGeral
— Papa Francisco (@Pontifex_pt) August 31, 2022
Encontro com artistas: ‘Vocês são pregadores da beleza’
Na tarde de quinta-feira, 01, Papa Francisco teve um encontro com artistas nos Jardins do Vaticano. Que a arte “abra portas, toque corações e ajude a caminhar adiante” foram os votos de Francisco. E ao apontar uma ética para arte, destacou que esta respeite a pessoa, o caminho que faz, estimulando mais a caminhar do que a comprar. O papel da arte, portanto, explicou o Papa, é colocar “um espinho no coração, que mova à contemplação e a contemplação atrai para um caminho”.
No final do encontro, o Pontífice garantiu que fará tesouro do que ouviu e dos percursos empreendidos, conservando-os em seu coração.