Os modos como se explicitam a dignidade da mulher são a vida consagrada, a virgindade por amor ao Reino, e a maternidade e sua condição de esposa. Claro que pode a mulher realizar tarefas profissionais, ocupar um emprego, mas, como diz a doutrina da Igreja e a visão natural das coisas.
“também não se pode afirmar unilateralmente que a mulher só fora do lar alcança sua perfeição, como se o tempo dedicado à família fosse um tempo roubado ao desenvolvimento e à maturidade da sua personalidade. O lar — seja qual for, porque também a mulher solteira deve ter um lar — é um âmbito particularmente propício ao desenvolvimento da personalidade. A atenção prestada à família será sempre para a mulher a sua maior dignidade: no cuidado com o marido e os filhos ou, para falar em termos mais gerais, no trabalho com que procura criar em torno de si um ambiente acolhedor e formativo, a mulher realiza o que há de mais insubstituível em sua missão e, por conseguinte, pode atingir aí sua perfeição pessoal.” (São Josemaria Escrivá. Questões atuais do cristianismo, 87)
Como é próprio do homem o sustento da casa e a chefia da família, é próprio da mulher a gerência do lar e o exercício da maternidade e do matrimônio. A vocação primordial do homem casado se dá no âmbito profissional, e a da mulher no âmbito do lar. Em que pese isso, lembre-se que falamos em vocação primordial: secundariamente, o homem pode participar do lar como a mulher pode realizar-se profissionalmente. Os dois âmbitos não se excluem; é apenas questão de pôr o peso devido em cada um para o homem e para a mulher.
“Em primeiro lugar, e de modo ordinário, a mulher realiza a vocação ao amor no matrimônio, como esposa e como mãe. Neste estado de vida, que Cristo santificou por um sacramento, a mulher encontra o espaço vital para dar plenitude à sua existência na doação total de si mesmo a seu esposo e filhos.” (Pe. Marcial Maciel, LC. A mulher) A mulher deve realizar-se, antes do profissional, no âmbito pessoal: como mãe e esposa, de um lado, como consagrada, de outro. E sempre, quer como mãe e esposa, quer como consagrada, como educadora. A mulher, tenha ou não formação em pedagogia, é uma educadora por excelência: de seus filhos (e até do marido!), de seus alunos, de seus parentes, daqueles a quem dá conselho, no uso de seu fino dom, de sua sensibilidade natural. Tem a mulher um “instinto pedagógico, que a natureza lhe deu.” (Pe. Marcial Maciel, LC. A mulher)
Ser mulher… privilégio e responsabilidade
Há um privilégio na feminilidade: ser mãe – natural ou espiritual. E toda uma série de predicados exclusivos desse ser criado à imagem e semelhança de Deus. Como todo privilégio, envolve responsabilidades. É o diálogo entre os privilégios e os deveres da mulher que dará a tônica em nosso círculo.
Fonte: Veritatis/ Form 2008