A cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos Tóquio 2020 foi realizada nesta terça-feira, 23, duas semanas depois do fim das Olimpíadas de 2020, na mesma cidade. Assim como aprendemos muito sobre disciplina com os atletas olímpicos, vemos uma grande superação e persistência nos paraolímpicos.
O evento foi marcado para 2020, mas adiado para este ano devido à pandemia do coronavírus, e se estende até o dia 5 de setembro. Neste ano, 253 atletas vão representar o Brasil em 20 modalidades paralímpicas.
Visto como o maior evento esportivo para pessoas com deficiência do mundo, a competição, este ano, volta ao Japão após 57 anos. Milhares de atletas paralímpicos de todo o mundo competem em 539 eventos de 22 modalidades esportivas.
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A limitação é barreira para a vitória
O atleta de uma paralimpíada supera não somente as limitações físicas, mas derruba preconceitos e maus julgamentos. É verdade que são constantemente julgados e inferiorizados pela própria sociedade. Mas, ao vê-los durante os Jogos, aprendemos que podemos ser muito mais do que nos dizem ou o que achamos ser.
As dificuldades existem, bem como a força de vontade é necessária e faz parte do processo no caminho até a vitória, assim como já vimos na associação com o caminho de santidade. A persistência parece ser ainda maior, já que a deficiência é um fator que, tecnicamente, seria algo que os impossibilitaria de praticar algum tipo de atividade física.
Os atletas mostram ainda que o verdadeiramente importante é estar na competição, vencer limites e buscar os sonhos, para além do fato de subir ao pódio. Vale lembrar que para os atletas paralímpicos não há nenhuma diferença ou vantagem.
Papa Francisco encoraja os paralímpicos
O Papa também recordou o início das Paralimpíadas, após a catequese desta quarta-feira, 25. Ele agradeceu pelo testemunho dos atletas e destacou o compromisso esportivo como auxílio para superar dificuldades.
Envio a minha saudação aos atletas e lhes agradeço, porque oferecem a todos um testemunho de esperança e coragem. Na verdade, mostram como o compromisso esportivo ajuda a vencer as dificuldades aparentemente intransponíveis.
A superação é a marca de cada atleta das paralimpíadas. Eles são a prova de que, apesar das dificuldades, a capacitação é capaz de desenvolver habilidades e transformar vidas. Todos nós possuímos nossas próprias particularidades. Precisamos detectá-las e a partir daí nos tornarmos mais funcionais. A forma como nos comportamos interfere diretamente no lugar em que vivemos.
O nadador, Gabriel Araújo, levou prata e foi o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha nesta edição. Além do Gabriel Araújo, seu xará e também nadador, Gabriel Bandeira, faturou o primeiro ouro brasileiro na natação. Phelipe Rodrigues levou um bronze, e Daniel Dias foi bronze.
Esperamos que, também com estes atletas, aprendamos várias lições. Só o fato do evento existir já nos ensina a sair de nós mesmos e superar obstáculos, talvez impostos por limitações pessoais e sociais.