Hoje a Igreja celebra a solenidade de São Pedro e São Paulo. Pedro foi um dos mais próximos, ou melhor, íntimos de Jesus. Sem dúvida, é alguém que teria muito a nos falar sobre o mestre. Venha comigo, coloque sua imaginação a serviço da oração e leia de modo atento o testemunho desse Santo Servo de Deus, elaborado de modo criativo, a partir de cenas e relatos do próprio Evangelho.
Nasci em Betsaida, uma humilde aldeia de pescadores não muito distante de Cafarnaum e que ficava na região costeira do mar da Galileia (cf. Jo 1,44). Tinha minha vida, minha casa, meus planos pessoais, como todo mundo. Sempre fui impulsivo e mandão, às vezes, bastante impaciente. Minha vida, entretanto, começou a ter uma significativa e profunda reviravolta quando Ele, o Shalom do Pai, Jesus, meu Senhor, entrou em minha vida.
Nunca poderia imaginar que pudesse ser mergulhado, ainda em vida, com tanta profundidade no oceano da misericórdia de Deus. Em sua companhia, meus olhos contemplavam milagres, curas e inúmeros sinais. Vi reações populares de ânimo e esperança que jamais imaginei que seriam possíveis no contexto de dor, pobreza e opressão em que vivíamos. Eu O vi diversas vezes silenciar, com uma simples frase, os poderosos e influentes do meu povo e também o cruel império Romano.
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Meu irmão André, que também foi chamado por Ele, e eu éramos pescadores de profissão. Eu, apesar de uma vida simples, já tinha tudo estruturado, tinha minha família, etc.. Ele, porém, foi muito estratégico, pois conquistou minha esposa e minha família, realizando um grande milagre: curou minha sogra (cf. Mc 1,30). Depois desse milagre, minha família, agradecida, me apoiou no chamado que esse grande Mestre me fez: “Não tenhas medo! De hoje em diante, tu serás pescador de homens” (Lc 5,11).
Apesar dos sinais, milagres e ensinamentos que presenciei, fiz algo que foi a maior decepção e vergonha da minha vida. Eu o neguei e fugi, não quis levar meu compromisso com Ele até às últimas consequências (cf. Jo 13,36-38). Que agonia, que tristeza, uma escuridão extrema se apossou da minha alma, senti-me submerso num oceano de dor.
Porém, quando tudo parecia o fim e a noite, e a treva e a morte pareciam ter vencido e reinando com a última palavra, Ele veio até nós de modo ainda mais reluzente e glorioso do que antes (cf. Jo 21,12-14). Sua atitude silenciou a morte que gritava e pacificou as guerras que atormentavam nossos corações. Confesso que, para mim, esse foi um momento particular, pois aqui ficou claro minha missão pessoal neste mundo. Depois de comermos com Ele, me perguntou: “Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?” Eu respondi de imediato: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. Ele continuou: “Apascenta os meus cordeiros”. (cf. Jo 21,15).
Todavia, a angústia e a tristeza me invadiram quando Ele me perguntou pela segunda e terceira vez se O amava. Eu respondi entre suspiros e mergulhando num turbilhão de sentimentos que não sei descrever: “Tu sabes tudo Senhor, Tu sabes que te amo” (Jo 21,17). Depois dessa minha resposta, senti-me um pouco aliviado, pois Ele pareceu ter ficado satisfeito com minhas palavras. Ele disse ainda outras coisas que aconteceriam comigo no futuro, coisas que realizaria para glorificar a Deus. Disse que eu seria a Pedra com a qual Ele edificaria Sua Igreja, etc. Não entendi muito bem, mas não importava, pois o meu Mestre estava ali, vivo e glorioso. Isso era mais que o suficiente (cf. Jo 21,19).
Como você pôde perceber, de um simples pescador, me tornei um tagarela, mas é porque foi tão forte e é tão atual o choque de Sua ressurreição, que toda palavra é impotente para descrever. Termino minha partilha com um grande desejo no meu coração de que você também seja impactado com esse Choque. Que essa graça faça de você um discípulo e ministro da paz.
Se você se sentiu alcançado em alguma medida com o meu testemunho, contribua para que outros corações sejam mergulhados nessa paz real.
Deus lhe abençoe sempre!
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