Dom Orlando Brandes
1.O fundamentalismo. Consiste em interpretar os escritos religiosos aospé da letra, numa ótica tradicionalista, conservadora, rigorista. Otexto sagrado vira tabu, ídolo, fetiche. Não há lugar parainterpretação, mas para o fanatismo, a ideologia e interesses declasse. O fundamentalismo impede o ecumenismo.
2.O indiferentismo. Afirma que todas as religiões são iguais ou que elassão desnecessárias, inúteis, marginais. Cada um faz o que bem entende,conforme as necessidades ou vantagens pessoais. Para o indiferentismo areligião depende do gosto de cada um. O indiferentismo ignora atranscendência e a abertura natural ao divino, a fé e a opção de fé.
3.O proselitismo. É a manobra, a tática, pra conquistar fiéis, compropaganda religiosa à custa de condenações das outras religiões e deartimanhas para atrair adeptos. O proselitismo consiste em rebaixar,ridicularizar, combater as outras religiões, colocando-se numa situaçãode superioridade e vantagem. O proselitismo é antiético, interesseiro,sectário.
4.a idolatria. São coisas que divinizamos e colocamos no lugar de Deus.Ídolo é um deus falso. Os ídolos mais adorados pela humanidade são: odinheiro, o poder e o sexo. Estas realidades são absolutizadas,divinizadas, endeusadas. Há uma infinidade de ídolos, entre eles afama, a raça, a pátria, o time, o partido etc. Vencemos a idolatria como primeiro mandamento, a conversão do coração, a fé em Deus uno e único.
5.O ritualismo. É o cuidado com as aparências, as normas e as leis, mas ocoração está longe de Deus e do próximo. Eis o culto falso, impecávelna celebração, mas cheio de simulação, falsidade, incoerência interior.Vestes de seda, cálices de ouro, cerimônias solenes e impecáveis, mas,pouca oração, pouco perdão, falta de caridade e de missão, eis o rostodo ritualismo. Vencemos o ritualismo com a vida interior profunda, acaridade e a misericórdia, a oração e a ação.
6.O fanatismo: É o excessivo apego religioso, defesa apaixonada e cega dareligião ou de elementos religiosos que leva à intolerância, rigidez,exaltação, violência e animosidade. O fanatismo alimenta o radicalismoaliado às ideologias a interesses políticos e à dominação. A superaçãodo fanatismo se faz com o diálogo interreligiosos, a relação entreciência e fé e também com leis inibitórias, quando fere os direitoshumanos e a reta razão.
7.A mundanidade espiritual. É fazer da religião, do altar, da Igreja umpedestal para projeção de si, exibicionismo, busca do prestigio, fama.Deus vem em segundo lugar e serve de trampolim para a vaidade humana. Areligião vira show e interesse financeiro. É preciso aqui a purificaçãodo coração, a conversão interior.
8.A guerra religiosa. As divisões, brigas, rixas, agressões, mentiras deuma religião contra a outra, são um escândalo que prejudica as pessoas,as comunidades, revolta a sociedade. Estas atitudes trazem descrédito,afastamento e decepção da sociedade, e pior, ateísmo e indiferença.Precisamos de unidade, tolerância, diálogo e respeito. As religiões nãopodem prejudicar a humanidade.
9.O ridículo. A religião é fascinante, mas o ridículo ronda o mundoreligioso. Onde há fanatismo, magia, falta de teologia, discrepânciaentre ciência e fé, há o risco do ridículo, do exagero e do misticismo.Como é importante, o estudo da religião, a teologia, a ciência,Beatices, magias, crendices, esquisitices e radicalismos estão longe daverdadeira religião e são expressões ridículas da experiência religiosa.
10.O intimismo. É a fé sem obras, religião sem amor fraterno, oração semação. O intimismo religioso, é o culto só com os lábios, a separaçãoentre fé e vida, fé e justiça, fé sem profecia, sem promoção humana. Acarta do apóstolo Tiago define a religião como: “visitarórfãos e viúvas em suas tribulações e guardar-se da corrupção destemundo” (Tg 2, 27). Eis a necessidade de catequese, leitura e formaçãobíblica, teológica e religiosa.