Pavel Florensky foi um grande intelectual russo, mártir da primeira metade do século XX. Considerado o Leonardo Da Vinci da Rússia, Florensky foi matemático, físico, teólogo, filósofo, artista, sacerdote ortodoxo e pai de quatro filhos.
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“Ele é parte do movimento simbolista russo, que traduz nos símbolos, nos sinais, nos ícones, a realidade celeste, essa realidade mais profunda do que aquilo que podemos ver na realidade. O símbolo revela aquela ‘realidade mais profunda’ do que a realidade visível ao nosso redor, traduzindo o que é Celeste com sinais terrestres”, explica Pe Cristiano Pinheiro que dedicou sua tese de mestrado ao estudo do pensamento de Pavel Florensky.
O intelectual russo ficou conhecido pela profundidade do seu pensamento. “A tese de mestrado e doutorado dele é um livro chamado ‘A coluna e o fundamento da verdade’. A sua tese foi feita na forma de 12 cartas destinadas a um amigo, é uma coisa muito original. São como que 12 capítulos em forma de 12 cartas sobre temas profundos, filosóficos e teológicos. Ele produziu uma ‘Pneumatologia’, ou seja, uma teologia do Espírito Santo muito profunda, além de tratar teologicamente sobre temas como a amizade, a verdade e a Trindade como fonte de todo o conhecimento e da nossa experiência religiosa, espiritual e eclesial”, explica Pe Cristiano.
Perseguido pelo regime stanilista
Pe Cristiano explica que o pensamento teológico de Florensky foi considerado agressivo para o regime stalinista. Isso levou a sua prisão e exílio. “Passou anos em exílio. Existem alguns livros publicados com as cartas que ele escrevia para os seus filhos e para sua esposa. Cartas falando sobre a vida, sobre Deus, sobre a alma humana, o sofrimento, valores, cultura, religião. Ele era uma pessoa de um pensamento muito rigoroso. As obras dele tem um rigor filosófico grande”.
Florensky morreu mártir do pensamento cristão no dia 8 de dezembro de 1937.
Moysés cita Florensky no Retiro Shalom 40 anos – Escuta
O pensamento de Florensky foi citado na pregação do fundador da Comunidade Católica Shalom no primeiro dia do Retiro Shalom 40 anos – Escuta. Ao falar sobre o chamado de Deus para a Comunidade voltar as suas origens, ou seja, voltar a oferta original, Moysés Azevedo explicou que a oferta sempre foi uma dimensão religiosa humana, já no culto do Antigo Testamento, porém foi levada à plenitude na oferta do próprio Filho de Deus no altar da Cruz.
“A grandiosidade quantitativa do culto do Antigo Testamento concentra-se na tensão qualitativa do culto do Novo Testamento. Não mais touros, cabras e cordeiros, mas o próprio Senhor, Ele próprio se oferece como Vítima: através da oferta do seu Corpo”, disse Moysés, lendo um trecho do estudo de Pavel Florensky.