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Planejamento familiar à luz do Espírito Santo

comshalom
Alice, Tássio e Daniele.

Planejamento familiar… não exatamente o famoso planejamento familiar do qual nos lembramos da abertura à vida ou do controle da natalidade. Embora, esse planejamento também esteja presente na minha família, que em poucas palavras se traduz a: “Senhor, estamos abertos aos filhos que tu desejares nos enviar”. O planejamento do qual quero falar aqui é a organização dos dias, da rotina, do cotidiano e da vida.

Um tema bastante atual e pertinente, né? Um dia desses escutei um influenciador digital dizer que não é dinheiro o grande ouro deste tempo, da modernidade, mas o tempo. Você deve sentir isso na pele ou escutar vários ao redor falando: “Não tenho tempo. Não dá tempo! O dia precisa de 48h”. Olha, vou dizer, já fui dessas. E, na verdade, tenho aprendido a me reconciliar com o tempo.

Eu sou Daniela Gomes, missionária da Comunidade Católica Shalom, esposa de Tássio, mãe de Alice, servidora pública com 40h de carga horária de trabalho semanal e pastora de grupo de oração. Não tenho uma empregada em casa, portanto, também sou dona de casa, o que inclui cuidar da alimentação da família, das roupas e da organização e limpeza da casa. Sim, uma vez por semana uma pessoa vem fazer faxina. E só. Como dar conta de tudo isso? Surreal? Impossível? Com certeza deixo algo a desejar em algum aspecto?

Vou responder. A primeira coisa mais importante de todas as coisas é saber: tudo que sou e faço é vontade de Deus? Deus me criou para ser assim? Essa foi minha primeira inquietação por muito tempo. E não há outra solução, o que precisa ser feito é perguntar a Ele. Partilhando algo muito íntimo com vocês, por muito tempo me angustiou a dúvida entre trabalhar fora ou cuidar somente da casa e da família.

Afinal de contas, cresce o número de mulheres que fazem essa opção e defendem com unhas e dentes. Porém… para cada pessoa, uma missão. Como São Felipe Néri encontrou sua Índia cuidando de crianças de rua, para cada pessoa Deus tem uma Índia. E minha Índia, minha terra de missão, é também o meu trabalho.

Por muitas vezes ofertei a Ele e disse: “Tira-me, se esta atividade me tira de Ti”. E ao contrário, Ele sempre foi me dando mais e mais no trabalho e me pedindo: “Intercede, fala de mim e por mim, não tenhas medo”. O que posso fazer além de obedecer e confiar? E foi aí que experimentei, experimento, da vivência de São Paulo: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”.

Pois, me vendo cansada e incapacitada de “dar conta” de tudo que Ele me pedia, comecei a experimentar da graça de me abandonar nEle. E entender que não são as coisas que faço que me cansam, mas como faço, como e onde está o meu coração. Se meu coração está nEle todo o tempo, não há cansaço físico que supere a alegria, a paz e a esperança que vem dEle.

Então, de forma prática, comecei a escrever tudo o que preciso fazer, desde a organização da casa aos compromissos vocacionais e profissionais. Lembrando de tirar os excessos, o que é desnecessário. Tenho a rotina diária de casa anotada, tenho a rotina semanal anotada e tenho o planejamento mensal. E, claro, faz parte do planejamento o lazer e o descanso, tão importantes quanto outras atividades.

Relatando de forma breve, a maioria dos meus dias começa às 5:30h com um lindo despertador humano que é a minha filha. Enquanto meu esposo faz o café da manhã, nós duas nos arrumamos para o dia. Vamos à missa e depois deixamos ela na escolinha. Sigo pra o trabalho, e como chego cerca de meia hora antes do expediente, faço caminhada no pátio do prédio enquanto rezo o terço. Almoço em casa a comida descongelada no dia e feito geralmente no final de semana. Todos descansamos e o celular toca me lembrando da oração pessoal.

Iniciamos a tarde. Alice tem uma rotina própria, meu esposo tem a sua e eu a minha. Final da tarde estamos juntos novamente, passeando com o cachorro ao redor do quarteirão. Aproveitamos esse tempo pra conversarmos sobre coisas do dia e sobre sonhos. Vem a janta, meu esposo vai trabalhar (hoje em dia em casa, em virtude da pandemia) e eu e Alice seguimos em missão nas atividades da comunidade. Coloco ela pra dormir e vou deitar por volta das 22:30h pedindo ao meu anjo da guarda que eu tenha um sono restaurador que me prepare para o dia seguinte. Chega o final do dia e eu sei que não fiz tudo que gostaria, mas peço a Deus que me mostre se fiz o essencial. E, se estive com Ele o tempo todo, é o que realmente importa.

Eu planejo e me esforço, mas há o imprevisível, o incontrolável e minhas fraquezas que dificultam fazer tudo o que precisa ser feito. Então, lembro sempre que para cada dia há uma graça. E toda vez que o planejado não acontece, ou peço perdão ou louvo e entrego pedindo auxílio. E Ele vem! No final das contas, há um grande esforço na organização e planejamento, mas estou longe de ser exemplo e na verdade, eu planejo, mas é o Senhor quem mais cuida do planejamento dos meus dias. E isso é o essencial!

Daniele Gomes,

Discípula na Comunidade Católica Shalom.


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