Meu nome é Leila, tenho 28 anos, um filho e sou vocacionada na missão de Santo André (SP). Participei da Expedição Chaves no início deste ano.
Chaves é uma Ilha do Marajó (PA). É um lugar lindo e que possui muita riqueza de açaí, por exemplo.
Os moradores são simples e trabalhadores. Não são pobres que vivem apenas na miséria, mas pessoas que precisam de esperança, fé e empatia.
Há, sim, algumas realidades e histórias que chocam os nossos olhos e ouvidos, mas são pessoas acolhedoras que precisam conhecer o amor de Deus.
Uma nova percepção e olhar sobre os pobres
Eu não conhecia Chaves. Fui para lá com a intenção de ajudar os “pobres marginalizados”.
Aqui em casa eu sempre tive essa influência de ajudar. Minha família fazia marmita para entregar na rua… e então eu decidi ir além, fora da minha zona de conforto, e ajudar pessoas mais necessitadas e distantes.
Quando cheguei no local, percebi que não era apenas ajudar os pobres. Significa muito mais do que isso.
Os pobres são pessoas, gente de carne e osso, que têm alma. Eles são crianças, idosos, mulheres, adolescentes… São pessoas que perderam a sua esperança, e muitas até mesmo perderam a sua dignidade. Então é muito mais do que ajudar, é preciso dar novamente a fá e esperança, devolver dignidade.
Evangelização que transforma
Quando saímos para evangelizar, eu pensei: “Ah, agora vamos evangelizar como evangelizamos em São Paulo!”
Imagina! No primeiro dia, eu já pude notar que não. Aquelas pessoas precisavam muito de mim, mas não precisavam da minha dó. Precisavam do meu amor, do meu coração, de oração, e especialmente que apresentássemos Deus a elas.
Acredito que ir para Chaves me fez olhar o ser humano com um olhar diferente. O olhar de misericórdia, de amor pelo meu próximo, de cuidado, de prestar atenção às necessidades dos pobres que estão ao meu redor. Pobreza que, muitas vezes, não significa a necessidade fisiológica e monetária, mas espiritual.
Os pequeninos e a Face de Cristo
O que mais tocou meu coração em Chaves foi a questão das crianças. Tive muito contato com elas por ter ficado no Seminário Kids.
Pude ver Jesus Cristo na face de cada uma delas. Muitas ficam muito na rua, não vão para casa, não tomam banho, não comem… Às vezes, vão comer apenas o lanche que oferecemos no evento.
Elas sabem que os missionários estão lá para ajudar e estão acostumados com a expedição, mas tem sempre algo novo. Cuidar delas naqueles poucos dias transformou a minha vida.
Que o Senhor nos dê visão para enxergar os perdidos
Esse mês eu peço a Deus que coloque não só em meus olhos, mas no de todos nós a visão da misericórdia! Para enxergar os pobres de outra forma, ver que eles são seres humanos, gente como a gente, mas que precisam conhecer Deus, que precisam resgatar a sua fé e sua esperança.
Nós podemos mudar a vida do outro com pequenos atos. Eu só pude ficar 15 dias em Chaves, enquanto outros voluntários puderam ficar meses. Mesmo assim, eu dei o meu melhor.
Ainda que seja pouco, que possamos enxergar os pobres como eles merecem ser vistos. Sem serem marginalizados. Desejo que também você possa ajudar a trazer de volta o amor de Deus para a vida deles.
Leila Morais
Vocacionada Shalom
Missão Santo André (SP)
Neste mês, participe de uma ação concreta pelos pobres com a Missão de Santo André (SP). Dia 29.11.2023, às 20h. Em breve, teremos mais informações no Instagram @shalomsantoandre. Esperamos por você!