Formação

Poder de Deus cria «revolução cristã» que transforma o mundo

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Ação do poder misericordioso de Deus, a «revolução cristã» do amor é capaz de desterrar o mal e semear o bem no mundo e nos corações, afirma Bento XVI.

A poucos dias do início da Quaresma, e ante milhares de peregrinos que desafiaram a inclemência do tempo para estar com o Papa e rezar o Ângelus com ele, este aprofundou no significado do mandato de Jesus: «Amai os vossos inimigos», presente na liturgia deste domingo e «carta magna» da «não-violência cristã».

Ele o fez esclarecendo dúvidas sobre o realismo de que Jesus peça um amor «que excede as capacidades humanas».

«A proposta de Cristo é realista, porque leva em conta que existe muita violência no mundo, muita injustiça e, portanto, não se pode superar essa situação senão contrapondo mais amor, mais bondade», constatou.

«Este ‘mais’ vem de Deus», recordou.

Trata-se da misericórdia de Deus, «que se fez carne em Jesus e que sozinha pode ‘desequilibrar’ o mundo desde o mal até o bem, a partir desse pequeno e decisivo ‘mundo’ que é o coração do homem».

Igualmente, Bento XVI esclareceu o equívoco de considerar que a não-violência cristã equivale a render-se frente ao mal, segundo uma falsa interpretação de «oferecer a outra face».

A «não-violência cristã», recalcou o Papa, consiste em «responder ao mal com o bem, destruindo dessa forma a corrente da injustiça».

Esta é a novidade da «revolução cristã», a «revolução do amor», um amor «que não se apóia em recursos humanos — afirmou o Papa –, mas que é dom de Deus que se obtém confiando unicamente e sem reservas em sua bondade misericordiosa».

Por isso, o amor ao inimigo — «núcleo da ‘revolução cristã’» –, não se baseia «em estratégias de poder econômico, político ou mediático».

E portanto – prosseguiu o Papa – a «não-violência», para os cristãos, «não é um mero comportamento tático, mas um jeito de ser da pessoa, a atitude de quem está, assim, certo do amor de Deus e de seu poder, que não tem medo de enfrentar o mal com as únicas armas do amor e da verdade».

«Eis aqui a novidade do Evangelho, que transforma o mundo sem fazer barulho. Eis aqui o heroísmo dos ‘pequenos’, que acreditam no amor de Deus e o difundem ainda que isso lhes custe a vida.»

Em sintonia com sua mensagem para a Quaresma, e a três dias do seu início, Bento XVI concluiu exortando a uma conversão cada vez mais profunda «ao amor de Cristo», e a deixar-se «conquistar sem reservas por esse amor, a aprender a amar como Ele nos amou, para ser misericordiosos como nosso Pai celestial é misericordioso».

«Desejo-vos que a Quaresma, que começaremos na próxima quarta-feira, seja um período propício para testemunhar o Evangelho do amor».

Fonte: Zenit


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