“Feminilidade e masculinidade são entre si complementares, não só do ponto de vista físico e psíquico, mas também ontológico. Só mediante a duplicidade do ‘masculino’ e do ‘feminino’, é que o ‘humano’ se realiza plenamente” (João Paulo II, Carta às mulheres, 7).
Ninguém discorda da igual dignidade entre homem e mulher, mas se fala de tal igualdade como se fosse uma vitória moderna ou recente, o que não é verdade. O grave problema é que, ao reivindicar essa dignidade, costumam referir-se somente à igualdade de capacidades, oportunidades sociais, políticas, de trabalho etc.
Para isso, tende-se a igualar a mulher ao homem, mas, ao equipará-los, não se respeita a diferente dotação natural e essencial de cada um, com a grave consequência da desumanização de ambos. O homem fica afeminado e a mulher se masculiniza.
Buscar a igualdade do diferente sob estes enfoques só provoca que cada um perca sua própria riqueza e receba em troca personificações que, longe de ser perfeições, são apenas impedimentos para alcançar a plenitude do desenvolvimento humano.
Homem e mulher têm recursos diferentes; a perfeição como pessoas e o destino de cada um deles não podem ser realizados prescindindo, no caso do homem, da masculinidade, e, no caso da mulher, da feminilidade.
Algumas diferenças corporais e psíquicas entre homem e mulher que destacam quão sublime é a feminilidade são:
O corpo do homem é mais forte, mais capaz de esforços físicos, trabalhos duros etc. Está feito mais para contribuir que para receber, razão pela qual o homem assume naturalmente o papel de provedor e tende a ser egocêntrico, precisa de reconhecimento.
O da mulher, ao contrário, é mais fraco e menos atlético, requer mais proteção. Foi projetado mais para receber, despertando a ternura protetora do homem, convocando-o ao esforço da conquista pela sua virilidade através da virtude. Ela espera, assim, ser correspondida.
A mulher, por ser de constituição física mais fraca, tende, por isso, a julgar as realidades sensíveis mais em relação ao seu corpo, e isso a orienta a ocupar-se dos mais fracos com incomparável delicadeza e afetividade.
A voz do homem é grave, útil no comando, na liderança, nas situações de urgência. A voz da mulher é doce, apropriada para dar carinho, consolar, inclusive fazer dormir.
O homem procura posição social. A mulher procura a estabilidade emocional para tornar-se refúgio quando precisam dela.
O homem dá amis ênfase à união sexual. A mulher somatiza mais seus sentimentos, elevando-os com seu ser pessoal para buscar a união moral e psicológica.
Quanto à psicologia, o homem é mais objetivo, mais teórico, científico, construtor especializado etc. A mulher é mais prática com relação às pessoas; é comum dizer que ela é mais intuitiva. Cabe recordar que o conhecimento intuitivo (pessoal) e superior ao racional, pois, sem discorrer, pode chegar rapidamente ao fundo das coisas; sua análise é afetiva e concreta.
A mulher costuma concentrar-se nos detalhes práticos de maneira mais meticulosa (campo no qual o homem tem dificuldades), mas precisa da aptidão do homem para enfrentar os assuntos teóricos, objetivos – necessários para um possível projeto de vida familiar, social, científico.
Isso explica, com relação ao homem, que lhe seja mais fácil atender a mulher e mais difícil entendê-la. A mulher, no entanto, por ser em geral mais intuitiva, pode atender melhor o homem depois de intuí-lo e compreendê-lo.
O homem costuma não dar muita atenção aos cuidados com sua aparência. O próprio da mulher é a beleza, e a beleza é o que atrai e reúne – isso não só no exterior, mas sobretudo no interior.
Quando personaliza sua beleza, esta convoca, não provoca. Sua beleza pessoal reúne e ordena atrativamente as pessoas rumo à própria perfeição irrestrita da intimidade.
Como as potências espirituais humanas (inteligência e vontade) estão mais personalizadas na mulher que no homem, ela é mais sensível, serviçal, compassiva, generosa, constante, convocadora, conciliadora.
Pela maravilha de uma feminilidade profundamente personalizada, a mulher se humaniza tanto, que pode ser mais mãe que o esposo pai, e isso não somente nas que o são. Mais esposa que o esposo; mais irmã que o irmão; mais namorada que o namorado; melhor psicóloga, pedagoga, enfermeira, coordenadora de atividades e de grupos de pessoas etc.
Todas as manifestações de feminilidade são razões de bondade para o homem.
Fonte: Aleteia/ REVISTA SER PERSONA