O responsável pelo Setor Jovem do Pontifício Conselho para os Leigos, padre João Chagas, concedeu entrevista a Rádio Vaticana sobre o protagonismo dos jovens na era digital e a evangelização, por ocasião da 26ª Assembleia Plenária do PCL, cujo tema é “Anunciar Cristo na era digital”. O evento teve início hoje, na Santa Sé. Confira as palavras* do sacerdote, que é missionário da Comunidade Shalom:
“Este é um tema que toca muito os jovens. Sabemos de todas as possibilidades, a parte positiva, todas as possibilidades que a Internet abre para os jovens, seja no campo da informação, dos relacionamentos, da evangelização, e em outros campos. Ao mesmo tempo, sabemos também dos grandes riscos, porque é um grande poder, podemos dizer assim, que muitas vezes cai em mãos frágeis. Com certeza há muito a necessidade de discernimento, de educar os jovens ao limite, à temperança. Nesta semana, eu falava com uma mãe que dizia como procura dar alguns limites a suas filhas, que são jovens, para também, assim, ter uma atenção aos riscos que podem existir nesse campo.
Oportunidades a gente pode ver muitas, até mesmo no campo pastoral. A gente sabe que não tem como divulgar eventos, especialmente no mundo juvenil, sem passar pela rede. Podemos dizer ainda, no campo da evangelização, que em muitos países e culturas onde não há tanta liberdade religiosa, pode-se compartilhar aquilo que para nós é precioso no campo da fé através também da Internet, que entra, às vezes, onde outros não podem entrar, onde de outras formas não se pode entrar. Ao mesmo tempo, não podemos ignorar os riscos da dependência, de uma quase escravidão, de gente que não consegue viver sem Internet, a questão da pornografia, da pedofilia e tantos outros desafios que precisam ser considerados.
O Papa João Paulo II já dizia: ‘A Igreja tem tantas coisas a dizer aos jovens e os jovens têm tanto a dizer a Igreja’. Com certeza, grande parte desses seguidores do Papa (Francisco) no Twitter são jovens. No dia da eleição do Papa, eu estava na Praça São Pedro e me chamava atenção a grande quantidade de jovens. E então, a gente vê que se fala tanto do desinteresse dos jovens pela Igreja… Às vezes, eles até se envergonham de assumir isso publicamente, ou diante dos amigos, mas no fundo há um grande interesse dos jovens, uma grande sede de espiritualidade. O coração do homem é o mesmo ontem, hoje e sempre será esse coração desejoso de infinito, que aspira à felicidade, à paz. E Cristo é o único que nos pode dar isso em plenitude”.
*mantido o tom coloquial
Emanuele Sales com informações da Rádio Vaticana
