“Jesus enviou diante Dele mensageiros que entraram em um vilarejo de Samaria a fim de lhe preparar um acolhimento. Mas não quiseram recebê-lo quando souberam que ia a Jerusalém. Os discípulos Tiago e João, vendo isso, disseram a Jesus: ‘Senhor, queres que façamos cair fogo do Céu para consumi-los?’ Jesus voltou-se para eles e lhes repreendeu, dizendo: não sabeis qual espírito vos anima. Pois o Filho do homem não veio para perder as almas dos homens, mas para salvá-las. E procuraram outro vilarejo.” (Lc 9,52-56)
Essa passagem veio ao meu coração ao meditar sobre a sátira blasfema feita com a representação da última Ceia de Da Vince, na abertura dos jogos olímpicos de Paris. Ficamos todos feridos e escandalizados diante da falta de respeito e do espírito de zombaria com o qual foi representado o célebre quadro. No entanto, como agiu o próprio Jesus quando foi escarnecido e zombado? Como reagiu diante da rejeição que sofreu em vários momentos de sua vida pública?
Na passagem acima, Tiago e João reagiram com espírito profético tradicional: alguns dos profetas da Antiga Aliança faziam cair fogo do Céu sobre os falsos profetas e idólatras. Fiéis à tradição, pensaram que estavam marcando ‘’um ponto’’ com Jesus ao sugerir que se pedisse a intervenção da justiça divina sobre os pecadores. Mas qual não foi sua surpresa ao verem que não somente Jesus ‘’não foi na deles’’, como chegou a repreendê-los!
E notemos que palavra forte: “Não sabeis qual espírito vos anima…” O espírito que anima e que deve animar os discípulos de Jesus é o mesmo que animou o próprio Jesus: Ele não quer punição, não quer que se percam os pecadores, mas que se salvem! Em seguida, afastou-se dos samaritanos esperando a hora favorável para insistir na evangelização, que aconteceu depois através de uma Samaritana que abriu as portas para Jesus ao dar testemunho do Senhor (mesmo esse episódio sendo narrado não pelos sinóticos, mas pela tradição joanina). Lembro-me aqui de um fidelíssimo discípulo de Jesus, que bem sabia qual espírito o animava, Francisco de Assis, que ao ver alguns irmãos escandalizados com pecadores públicos, disse: “Onde vemos uma falta a punir, Deus vê um sofrimento a socorrer.”
Sim, que sofrimento o dessas pessoas que blasfemam! Não conhecem ainda o Amor infinito de Deus…que dor, que angústia, que vazio interior esse que as faz correr atrás de tantas ideologias.
Sim, queremos reparar o mal feito, queremos jejuar em desagravo pelas ofensas cometidas contra o Sagrado, mas queremos também rezar e evangelizar nossos irmãos que se perdem. Não invocamos o castigo de Deus, mas a Misericórdia Infinita para que, surpreendidos por tanto amor, descubram quem é Aquele que na Última Ceia nos legou seu Corpo e Seu Sangue. Sabemos qual espírito nos anima…o mesmo que nos faz rezar ‘’Pai-Nosso’’ e que vê nos mesmos que ofendem a Deus, irmãos nossos pelos quais nos dispomos a dar a vida para salvar pelo menos uma dessas almas. Movidos por esse amor os santos caminharam, os mártires deram a vida e nós também queremos avançar.
Irmãos que satirizaram a Última Ceia, nós amamos vocês! Queremos lhes falar de Jesus, e explicar que Ceia é essa tão representada ao longo dos séculos. Não tenham medo de abrir, de escancarar as portas para Cristo! Deus não tira nada do que é belo, mas dá tudo!
É verdade. O tempo urge! O tempo é hoje! Só tenho hoje para amar a Jesus, e evangelizar a todos que não conhecem o infinito amor 😍 de Deus! Orar 🛐 e evangelizar é preciso! Que Nosso Senhor, tenha misericórdia de nós, pobres pecadores e do mundo 🗺 inteiro! Jesus, eu confio em vós! Maria, passa na frente e esmaga a cabeça da serpente infernal! São José, valei-nos!